O objetivo do evento é promover a participação de mulheres nas áreas de exatas. Os palestrantes discutirão temas ligados à Matemática, Computação, Engenharias, Física e Química, destacando a participação feminina nessas áreas.
O contexto do evento se insere em um esforço global na comunidade acadêmica em diminuir o desequilíbrio existente entre a participação feminina e masculina nas áreas exatas, especialmente na Matemática e Ciência da Computação. As origens, razões e impactos de tal discrepância têm sido objeto de vários artigos e discussões e nos levam a concluir que é fundamental buscar a correção de tal discrepância para que haja um maior avanço da humanidade nessas áreas.
Entre as ações concretas recentes no Brasil para mitigar esse problema, podemos listar a realização do Congresso Mundial das Mulheres na Matemática (https://www.worldwomeninmaths.org/) em Julho/2018 no Rio de Janeiro, a criação e outorga do prêmio IMPA Meninas Olímpicas na Olimpíada Internacional de Matemática de 2017 no Rio de Janeiro e a criação do prêmio Meninas Olímpicas na Olimpíada de Matemática do Cone Sul em Agosto/2018, realizado em Maceió sob a coordenação de um dos membros integrantes deste projeto.
Tais prêmios buscam estimular a participação feminina nestas competições, que atualmente é em torno de 10% do total de participantes.
Meninas na Olimpíada de Matemática do Cone Sul: somente 3 entre 31 participantes
Outras ações envolvem tornar o público geral consciente dessa discrepância. Nesse sentido, recentemente foi lançado um documentário “Potência N” sobre a desigualdade de gênero e cor na Matemática. O documentário está acessível no link https://www.youtube.com/watch?v=untetrh5MyM
Em Alagoas, ao observarmos a presença de mulheres nas áreas exatas na Universidade Federal de Alagoas, constatamos a necessidade de promover ações para buscar um maior equilíbrio. Para fins de comparação, temos a seguintes distribuição:
PROPORÇÃO ENTRE PROFESSORES HOMENS E MULHERES NAS EXATAS/UFAL
INSTITUTO | PROFESSORAS | PROFESSORES | PORCENTAGEM |
COMPUTAÇÃO | 3 | 42 | 7% |
MATEMÁTICA | 4 | 35 | 11% |
FÍSICA | 5 | 35 | 14% |
QUÍMICA E BIOTECNOLOGIA | 25 | 47 | 53% |
Essa desigualdade parece se acentuar na medida que consideramos níveis mais avançados de estudo. Por exemplo, em nosso treinamento estadual para ganhadores da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, selecionados em um universo de 330.000 alunos de Alagoas através de duas provas e que ocorre aos sábados, temos 87 ganhadores e somente 24 mulheres. É um destaque negativo o fato de que das 24 mulheres, somente 2 estão no Ensino Médio.