Os grupos sociais minoritários que ocupam o espaço acadêmico, sobretudo a intelectualidade negra, e o Movimento Negro Brasileiro têm enfatizado que a realidade social é permeada por desigualdades socioeconômicas que podem apresentar especificidades a depender da cultura, da desigualdade racial, de gênero e da sexualidade dos sujeitos sociais. Tal perspectiva de conhecimento desafia a ciência a compreender as justaposições das dimensões socioeconômicas, culturais, políticas de forma a não hierarquizá-las. (GOMES, 2009, p. 421).
As proposições de Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva (2007) nos permitem inferir que, além de propiciar uma educação antirracista - o que, por si mesma, expressa grande relevância -, o ensino das relações étnico-raciais visa formar cidadãos(ãs) conscientes da importância da promoção da igualdade de direitos sociais, civis e políticos, bem como do direito de ser, viver e pensar com autonomia, de forma a assegurar o direito de expressão dos diferentes pertencimentos étnico-raciais e sociais. Desse modo, as práticas de ensino e aprendizagem baseadas na afirmação das diferenças e no reconhecimento e combate às desigualdades contribuem para formar sujeitos comprometidos com discussões de interesses comuns, capazes de valorizar as narrativas, experiências e contribuições de diferentes grupos sócio-raciais, com a habilidade de negociar prioridades e elaborar ações propositivas que possam contemplar a coletividade. (SILVA, 2007, p. 490).
Diante disso, o presente minicurso é relevante para que a formação de professores(as) contemple essas análises, a fim de consubstanciar a desconstrução das discriminações e preconceitos que podem incidir, direta ou indiretamente, no cotidiano escolar. Assim, pretende-se sistematizar conteúdos relevantes para construir, junto aos(às) professores(as) das redes públicas de ensino de Marília e licenciandos (as), uma proposta democrática de educação, que viabilize tanto aos(às) educadores(as), quanto aos(às) educandos(as) o acesso a uma formação cidadã não abstrata, mas efetiva com relação à igualdade de direitos, especialmente, o direito à diferença. (GOMES, 2009, p. 422).
A iniciativa faz parte das atividades do LEePES (Laboratório de Ensino e Pesquisa Educação e Sociedade) em parceria com o Conselho de Igualdade Racial, Conselho de Educação de Marília, UNIMAR, Núcleo Negro para Pesquisa e Extensão da Unesp/ Marília e FERES. Todos/as engajados na construção de uma programação e formação incrível! Não vai perder,né? Então, bora se inscrever!