NÓS II - Congresso Internacional Estudos da Paisagem

Arquiteturas das águas, entre urgências e travessias

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De 4 a 7 de outubro Todos os dias das 09h00 às 20h00

Sobre o Evento

Guiados pelo movimento incessante das águas, o II Congresso Internacional Estudos da Paisagem apresenta quatro fluxos temáticos de submissão de trabalhos:

Águas Poéticas: estética, corpo e subjetividade

Este fluxo, considera a água não só como elemento estrutural na constituição de corpos, paisagens e imaginários, mas também seu potencial transformador. Discute-se a água como meio fluido e mutável, capaz de conformar espaços e provocar percepções, sentimentos, afetos, nos múltiplos campos do conhecimento. Incluem-se investigações sobre corporeidades e corpografias aquosas, compreendendo o suor, a lágrima, o sangue, a placenta e outros fluidos como expressões simbólicas e materiais da existência, revelando conexões íntimas entre as várias expressões do natural, incluindo o humano. Aborda-se a água como matéria de criação estética, capaz de inspirar imaginários, narrativas e expressões artísticas, desde as corporeidades fluidas até as arquiteturas que as incorporam. Caberá analisar como a água, em suas múltiplas formas – rios, mares, gotas, vapores –, desenha percursos sensíveis, subverte espaços e redefine percepções, convidando a uma leitura poética do mundo.

Águas Sagradas: memória e celebração

Este fluxo propõe uma imersão nas dimensões sagradas da água, explorando seu papel como elemento de conexão entre o humano e outras forças do natural com o divino. A água é abordada como fonte de vida, memória e espiritualidade, presente em rituais, crenças, histórias, lendas, mitologias, espacialidades e celebrações tradicionais ou não. Investiga-se a água como bem comum e sagrado, que habita imaginários coletivos, desde os poços e espelhos d’água até as brumas e neblinas, revelando-se como mediadora entre o terreno e o transcendente. A água em sua fluidez é compreendida como recurso partilhado, estruturante de narrativas e vínculos cósmicos. Consideram-se os estudos sobre a presença da água em tradições religiosas e sistemas simbólicos, desde os ritos de iniciação e purificação até a morada de deuses, orixás e espíritos, ou como protagonista em narrativas míticas e cosmogonias. A proposta inclui reflexões sobre a coexistência entre humanos e não-humanos, a água como espaço de habitação e acolhimento, e sua presença em práticas rituais e festivas que celebram a vida e a morte. O fluxo contempla ainda reflexões sobre a água como meio de transmissão de saberes e narrativas, explorando sua presença nas construções da paisagem, da cultura e da identidade, bem como sua dimensão simbólica e afetiva na formação das territorialidades.

Águas e Catástrofes: dor e destruição

Este fluxo aborda a água em situação oposta ao seu papel de fonte de vida. Sublinha-se a água como agente de destruição, compreendendo-a tanto como provocadora de desastres quanto como elemento ativado por ações antrópicas. A água, ora abundante, ora escassa, redesenha paisagens, devasta constructos e redefine modos de habitar. Propõe-se refletir também sobre as catástrofes que ocorrem por constrangimentos impostos aos cursos hídricos, quando, a água é sobremaneira exposta à exploração e negligência, sufocada por poluição, desperdício e intervenções predatórias. Sabendo-se, contudo, que, como força insubmissa, essas mesmas águas são capazes de reagir e reconfigurar territórios.Trabalhos que explorem os impactos socioambientais dessas catástrofes, injustiças hídricas e sôfrega e exaustiva exploração enquanto “recurso” são centrais. A proposta inclui questionamentos éticos e políticos sobre nosso futuro compartilhado. Assim, incentiva-se as investigações da instrumentalização da água em contextos de exploração econômica e desigualdade socioambiental. O fluxo contempla reflexões sobre a resistência das populações atingidas e suas estratégias de adaptação, bem como perspectivas críticas sobre as relações entre corpos hídricos e estruturas de poder. Busca-se, assim, pensar a água como campo de disputa, sobrevivência e reconstrução

Águas Ocultas: embates e coexistência

Este fluxo navega pelas águas invisíveis, subterrâneas ou encobertas, que se movem silenciosas, mas, não com menor força, sustentam a vida e desafiam a percepção humana. Propõe-se investigar as dinâmicas de coexistência e conflito entre humanos e não-humanos, onde a água emerge como elemento de mediação e disputa. Aborda-se a água como recurso vital e como protagonista de ciclos complexos, como os "rios voadores" da Amazônia, que influenciam climas e ecossistemas distantes. Importam trabalhos que discutam a água em suas formas ocultas – aquíferos, nascentes, vapores, rios tamponados – e seu papel na manutenção e/ou desestabilização dos modos de vida tradicionais ou não e da biodiversidade A proposta inclui sobretudo reflexões sobre águas que se tornaram urbanas, a gestão de recursos hídricos e as possibilidades de coexistência harmoniosa com este elemento. O fluxo também convida a pensar a água como morada de seres vivos físicos e transcendentais, acolhendo vivos e mortos, espíritos e deuses, em uma relação que transcende o utilitarismo e busca restabelecer um vínculo de conteúdo vital. amoroso e respeitoso com este elemento essencial.

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Local

Maceió, 57072-900, Avenida Lourival Melo Mota, Cidade Universitária, Maceió, Alagoas
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Organizador

Grupo de Pesquisa Estudos da Paisagem

Busca repertoriar manifestações arquitetônicas, urbanas e paisagísticas considerando seus elementos materiais e imateriais, a partir de embates entre tempos e espaços. Toma como ferramentas de pesquisa prioritárias as derivas, as imagens, os relatos e observações perceptivas, sensíveis e afetivas das paisagens. Seu objetivo é atuar dentro dos temas da criatividade, da memória e dos processos de pertencimento e não pertencimento, movido por um engajamento no presente e em uma ideia de paisagem que não separa o natural e o artifício.

De início usada como ferramenta, a cultura visual também surge como realização: o Grupo atua no campo do design gráfico, audiovisual e na geração de produtos artístico-culturais, através do seu Laboratório de Criação Taba-êtê, vocábulo indígena criado para nomear vilas e cidades.

Considerando que uma das premissas do Grupo é o compartilhamento e o intercâmbio de conhecimento nas esferas local, nacional e internacional, e partindo das ideias de conexão e itinerância que caracterizam sua metodologia, surgiu o núcleo Saberes em Movimento Nós, que atua no sentido de construir redes de interlocução, desde eventos científicos e parcerias acadêmicas até o contato mais amplo com a sociedade em geral.