PENSAR E AGIR ENTRE RUÍNAS

Diálogos entre Walter Benjamin e Hannah Arendt

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De 23 a 26 de setembro Todos os dias das 09h00 às 22h00

Sobre o Evento

O ano de 2025 marca datas simbólicas e de profundo significado para o pensamento filosófico do século XX: os 85 anos da morte de Walter Benjamin e os 50 anos da morte de Hannah Arendt. Dois pensadores que, embora com trajetórias diferentes, compartilharam não apenas o drama do exílio e da violência política em contextos totalitários, mas também a radicalidade de um pensamento que se recusa à acomodação. Ambos legaram obras que continuam a provocar, inquietar e inspirar as gerações que vieram depois.

Neste contexto, nasce o evento Pensar e Agir entre Ruínas, promovido pelo Instituto Trilhas a partir do Coletivo Filosofia em Rede, contando com a parceria do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e o apoio dos Cursos de Filosofia da Universidade Federal do Cariri (UFCA), do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Ceará (PPGIL/UECE) e da Secretaria de Educação, Cultura e Desporto de Senador Pompeu (CE), através do Sistema Municipal de Cultura, com recursos provenientes da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura – PNAB (Lei Nº 14.399/2022).

A proposta do evento é, sobretudo, criar um espaço de escuta, diálogo e investigação, em que a filosofia se torne ferramenta viva para compreender e enfrentar os dilemas do tempo presente. De 23 a 26 de setembro de 2025, em formato totalmente remoto, realizaremos uma programação plural e formativa, estruturada em sessões de comunicação de trabalhos (pela manhã), minicursos (à tarde) e mesas temáticas (à noite). O formato virtual foi escolhido não apenas por sua viabilidade técnica, mas também como estratégia para democratizar o acesso ao pensamento filosófico, permitindo a participação de pessoas de diferentes regiões, instituições e
contextos sociais no Brasil e no mundo.

A proposta inclui ainda a produção de um e-book do evento, reunindo os artigos dos trabalhos aprovados e apresentados, bem como os textos dos professores convidados (minicursos e mesas), caso desejem publicá-los. Dessa forma, a iniciativa busca perpetuar e difundir os resultados do encontro, contribuindo para o fortalecimento das redes de pesquisa, ensino, extensão e cultura nas áreas da Filosofia e das Humanidades. Este não é apenas um evento comemorativo. É, antes, um chamado à escuta do passado para intervir criticamente no presente. É uma convocação à filosofia como prática pública, comprometida com a dignidade humana, a liberdade e a memória — especialmente em tempos que parecem constantemente exigir de nós resistência, reinvenção e coragem.

Vivemos tempos de profundas transformações e incertezas. A fragilidade das democracias, o avanço dos discursos autoritários, a banalização da violência, o impacto das tecnologias sobre a vida social e os desafios ambientais globais configuram um cenário de crise — não apenas política, mas também existencial, cultural e civilizatória. É diante desse quadro que o pensamento de Walter Benjamin e Hannah Arendt ressurge com força, oferecendo chaves de leitura potentes para compreender a densidade e a complexidade de nossa época.

Walter Benjamin, filósofo, crítico literário e ensaísta de espírito profundamente dialético, propôs uma leitura da história a partir dos fragmentos, dos vencidos, dos que foram silenciados. Sua crítica ao progresso como narrativa triunfalista e sua concepção messiânica do tempo convidam à ruptura com a continuidade automática da história. Para Benjamin, o filósofo é aquele que interrompe, que alerta, que olha para o passado com responsabilidade. Pensar, para ele, é despertar. Hannah Arendt, por sua vez, elaborou sua obra com base na experiência do exílio, do totalitarismo e da perda do espaço público. Em textos fundamentais como Origens do Totalitarismo, A Condição Humana e Eichmann em Jerusalém, Arendt nos convida a pensar a ação, a pluralidade, a responsabilidade ética e o julgamento, conceitos centrais para refletir sobre o papel do indivíduo na esfera pública e sobre as consequências da omissão e da burocratização da política.

Ambos os autores nos oferecem instrumentos para repensar as relações entre indivíduo e coletividade, entre memória e futuro, entre pensamento e ação. Ao promover este evento em torno de suas obras, pretendemos estimular a criação de um espaço filosófico que não se limite à academia, mas que dialogue com a escola, com a sociedade, com os educadores e com todos os que buscam compreender e transformar o mundo em que vivem.

A realização deste evento, com o apoio da Secretaria de Educação, Cultura e Desporto de Senador Pompeu (CE), amplia ainda mais o seu alcance social e pedagógico, articulando educação básica, ensino superior e iniciativas culturais, em uma perspectiva de valorização da filosofia como prática formativa e política. O formato remoto é, também, uma resposta afirmativa à necessidade de acessibilidade e descentralização do conhecimento, garantindo que o pensamento crítico possa chegar a regiões frequentemente marginalizadas dos grandes debates acadêmicos.

Assim, o evento Pensar e Agir entre Ruínas é uma aposta na filosofia como ferramenta de escuta, denúncia, resistência e criação, como modo de manter vivo o exercício de pensar quando tudo parece obscurecido. E é também um tributo a Benjamin e Arendt, que nos ensinaram que em tempos sombrios, pensar é um ato de esperança e agir é um gesto de liberdade.

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Organizador

Instituto Trilhas

INSTITUTO TRILHAS é uma associação civil, sem fins lucrativos e econômicos, apartidária e filantrópica, de caráter social, político, educativo e cultural.