Falar de racismo no Brasil e no mundo sem tocar nas questões de gênero é negligenciar parte importante do tema, uma vez que o ponto de vista feminista aponta para a persistência de desigualdades de oportunidades e discriminação entre homens e mulheres, especialmente quando se trata de mulheres negras. Desde Toni Morrison, passando por Lélia Gonzalez, Angela Davis, Cida Bento, Maya Angelou até Djamila Ribeiro o debate em torno de “ser mulher negra” vem tomando corpo e importância, revelando ser um problema estrutural acerca do lugar social que determinados grupos ocupam. Articular a realidade em que vivemos com teorias e relatos de vida é uma forma de questionar o que está tradicionalmente posto, refletindo sobre o racismo, a intolerância religiosa, o machismo e toda forma de opressão. O primeiro passo para a mudança é dar voz às mulheres negras, para que elas possam falar sobre suas necessidades, seus anseios e os obstáculos enfrentados numa sociedade que tem como regra a discriminação racial e de gênero. Elas já foram muito caladas pela sociedade e, agora, precisam ser escutadas. A partir disso, é necessário abrir espaços em locais onde a branquitude concentra sua presença, muitas vezes perpetuando relações de dominação de gênero, raça, classe e origem social.
A fim contribuir com a construção de estratégias efetivas que dialoguem com essas necessidades e aproximem os temas do racismo e questões de gênero, vamos realizar um evento aberto ao público no dia 20/5/24, às 19:30, na Libertas Faculdades Integradas. A mesa será formada exclusivamente por mulheres e, as palestrantes, serão todas negras.