Pensar no futuro da Enfermagem é também pensar no presente e, sobretudo, pensar em como nos organizamos de modo sustentável para garantir o bem-estar das próximas gerações, com equidade de gênero, justiça social e desenvolvimento técnico, tecnológico e científico, mas especialmente humano. Portanto, a Enfermagem UERJ, mantendo elevado os ideais da nossa profissão, reconhece as inegáveis contribuições de Anna Nery e Florence Nightingale, mas também homenageia as enfermeiras pretas que foram negligenciadas e sistematicamente apagadas da história contada ao longo dos tempos. Assim, defendemos que, por meio de nossa Semana, a Enfermagem da UERJ...
• ... tenha na memória as contribuições de Mary Jane Seacole (1805-1881), enfermeira jamaicana que se inscreveu para participar da equipe liderada por Florence, mas foi recusada. Ela então passou a custear o tratamento dos doentes por meio da arrecadação de fundos pela venda de alimentos para os soldados;
• ... reconheça Maria Jose Barroso, a Maria Soldado (1895-1958); que se tornou conhecida por sua atuação na Revolução Constitucionalista de 1932;
• ... cotidianamente homenageie Izabel dos Santos (1927-2010), que na década de 80 iniciou um amplo projeto de formação para qualificar os atendentes de enfermagem, fazendo história na Enfermagem Brasileira!
• ... se embale nas doces canções da enfermeira Yvonne da Silva Lara (1922-2018) , egressa da Escola de Enfermeiros Alfredo Pinto da década de 1940. Que nós possamos reconhece-la pelos cuidados prestados como especialista e por sua atuação profissional na Enfermagem psiquiátrica ao lado da médica Nise da Silveira e pelo pioneirismo como Benemérita do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro (2011). Que assim nós possamos honrar a materializar os efeitos da arte do cuidado!
Nessa esteira, que a Enfermagem da UERJ, por meio da nossa semana, reconheça que para garantir o bem-viver e um futuro efetivamente sustentável, é fundamental valorizar quem somos, nossas origens, nossa força e nossa luta! Compreendemos, portanto, que um dos motores desse campo de disputas sobre o futuro seja o reconhecimento dessas e de tantas outras mulheres pretas que promovem o cuidado cotidianamente na Enfermagem Brasileira! Entendemos que: “Brasil, chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês” .