XXXVI Semana de História da Universidade Federal de Juiz de Fora

XXXVI Semana de História da Universidade Federal de Juiz de Fora

Entre golpes e democracias: narrativas históricas de um sonho em vertigem

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De 9 a 13 de novembro Todos os dias das 14h00 às 22h00
Evento online Transmissão via Doity Play Você receberá o link de transmissão próximo ao evento.

Sobre o Evento

Nos tempos em que vivemos, torna-se urgente nos questionarmos: para onde nossa democracia levará o Brasil? Venceremos as turbulências e prosperaremos em conjunto? Ou afundaremos em um turbilhão de dúvidas e fragilidades? É tempo de visitarmos o passado e buscarmos a origem da nossa democracia, entendermos os papéis e subverter a narrativa. Nós, historiadores, devemos ocupar nosso lugar social em destruir mitos e edificar o conhecimento, nascido da dor, desenvolvido na opressão e construído na resistência. Ou será que preferiremos prender o que foi no passado e rumarmos cegos em direção a um futuro incerto? Assim, voltaremos o olhar para o estudo das representações, marginalizações e relações de poderes em nossa democracia. Além disso, devemos buscar como essas ações refletem em nossas relações presentes e ditam a continuidade política, econômica e social da República.

Estas são as indagações que estarão presentes na XXXVI Semana de História da Universidade Federal de Juiz de Fora, realizada desde 1979. Neste ano, tem como tema "Entre golpes e democracias: narrativas históricas de um sonho em vertigem". O evento é composto por diversas atividades acadêmicas, durante os dias 09 a 13 de Novembro, como oficinas, minicurso, atividades culturais e mesas de debate.

Devido à situação em que vivemos, a Comissão de Organização optou por manter o evento, em modalidade on-line, visando preservar a saúde das centenas de pessoas que anualmente o compõem. Dessa forma, todas as atividades serão transmitidas pela Doity Play. Ao realizar a sua inscrição, você resecerá uma chave de transmissão única e pessoal. Use-a para acessar as nossas atividades!

Fiquem ligados nas mídias sociais da Semana de História para mais informações!

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Palestrantes

  • Valéria Lobo
  • Natália Medice Faria
  • Ícaro Assini Secunho Silva
  • Larissa Christine Oliveira Ferreira
  • Erika Cardoso
  • Wallace Andrioli
  • Luiz Sérgio Oliveira
  • Luis Fernando Cerri
  • João Ferreira de Oliveira
  • Sônia Regina Miranda
  • Helenice Rocha
  • Gilberto Hochman
  • Maria Cristina da Costa Marques
  • André Felipe Cândido da Silva
  • Ricardo Figueiredo de Castro
  • Sônia Maria de Meneses Silva
  • Fernando Felizardo Nicolazzi
  • Felipe Demier
  • Fernando Perlatto
  • Andreia de Freitas Rodrigues
  • Camila Alves Jourdan
  • Carolina Martins Saporetti
  • Fernanda Pereira de Moura
  • Hana Mariana da Cruz Ribeiro Costa
  • Lucas Augusto Duarte de Oliveira
  • Natasha Augusto Barbosa
  • Renata da Conceição Aquino da Silva
  • Santiago Silva de Andrade
  • Savio Queiroz Lima
  • Débora Ribas
  • Heloisa Starling
  • Arlene Xavier Santos Costa
  • Camilla Fogaça Aguiar

Programação

14h00 - Ícaro Assini Secunho Silva, Larissa Christine Oliveira Ferreira, Natália Medice Faria, Valéria Lobo Um cabra marcado para morrer (1984): Memória e historicidade no âmbito da repressão Exposição de Cinema

Exibição do filme "Um cabra marcado para morrer" (1984) - Eduardo Coutinho

Sinopse: Início da década de 60. Um líder camponês, João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem dos latifundiários do Nordeste. As filmagens de sua vida, interpretada pelos própios camponeses, foram interrompidas pelo golpe militar de 1964. Dezessete anos depois, o diretor retoma o projeto e procura a viúva Elizabeth Teixeira e seus dez filhos, espalhados pela onda de repressão que seguiu ao episódio do assassinato. O tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que, por meio de lembranças e imagens do passado, evocam o drama de uma família de camponeses durante os longos anos do regime militar.

19h00 - Erika Cardoso, Luiz Sérgio Oliveira, Wallace Andrioli Entre a liberdade e a subversão: O lugar das artes na democracia Mesa Temática

Em todos os tempos as artes sempre foram responsáveis por refletir as opiniões e anseios da sociedade. Com os avanços dos meios de comunicação e a ampliação do acesso aos poderes instituídos, as representações sobre a democracia cresceram em todas as artes, e esse tema passou a ser recorrente em várias obras.

Assim, buscaremos extrapolar a visão da arte não apenas como uma fonte de entretenimento ou distração. Iremos explorar a arte como agente político. Recuperando a resistência durante o período de ditadura, avançaremos nas representações que estiveram presentes durante a ruptura democrática em 2016 ou nos sucessivos flertes do Governo Brasileiro com sistemas autoritários, atentando aos avanços democráticos que gozamos.

Nesse sentido, o debate incidirá sobre o papel da arte na estruturação das críticas em todos os tempos e a sua importância em fomentar o debate plural e as críticas a ações que atentem a liberdade da sociedade.

08h00 Simpósios Temáticos Simpósio Temático

1° dia de apresentação em Simpósios Temáticos.

Apresentações: ST01, ST04, ST06, ST08, ST11, ST17, ST20, ST24, ST28, ST30 e ST33.

10h00 - Débora Ribas (re)Pensar no aluno Surdo Oficina

Oficina de Libras e ensino de surdos

14h00 - Santiago Silva de Andrade A ditadura empresarial-militar e a Amazônia brasileira: meio-ambiente e autoritarismo (1964-1985) Minicurso

A Amazônia ocupou um lugar central na formulação dos programas e políticas desenvolvimentistas formulados durante a ditadura empresarial-militar brasileira. Ao mesmo tempo que reinventavam e reiteravam uma determinada representação sobre a Amazônia - a de um espaço atrasado, subutilizado e desprovido de gentes - os ideólogos, tecnocratas e intelectuais ligados àquele regime projetavam uma estratégia de integração daquela região ao seu projeto de transformação nacional, de viés politicamente autoritário, e economicamente ligado aos interesses do capital multinacional associado. Este minicurso tem o objetivo de apresentar aos seus participantes as principais diretrizes políticas e econômicas da ditadura empresarial-militar para a Amazônia, enfatizando dois aspectos principais:

1) A sua organicidade em relação aos interesses de setores da burguesia nacional, articulada aos interesses internacionais;

2) Os impactos e as modificações ambientais produzidas pelas intervenções daquele regime.

14h00 - Carolina Martins Saporetti Educação para o patrimônio: pensando em acervos documentais Minicurso

Ementa:

O minicurso Educação para o Patrimônio: pensando em acervos documentais foi construído a partir da observação da necessidade de se trabalhar essa temática com professores, alunos, trabalhadores ligados à área e interessados em geral. É um assunto pouco discutido e gerador de muitas dúvidas.

Dessa forma, o minicurso está organizado de modo informativo e introdutório, objetivando contribuir para a sensibilização das pessoas em relação ao patrimônio cultural, principalmente, ao patrimônio documental arquivístico. Buscamos conscientizar a população sobre os seus principais conceitos e promover o sentimento de pertença, proporcionando oportunidades de reflexão e aprofundamento do conhecimento a partir do seu contexto sociocultural e ambiental de seu entorno.

Metodologia:

aula expositiva on-line e interação por chat.

Carga horária: 4h/a

Cronograma de atividades:

Bloco 1 - Noções Introdutórias (2h/a):

- Introdução a Educação para o Patrimônio

- Conceitos como patrimônio, conservação, preservação e restauração

- Exemplos locais

-Legislações

Bloco 2 (2h/a):

- Relação entre Educação e Preservação do Patrimônio Cultural

- Como desenvolver a Educação para o Patrimônio?

- Memória afetiva e lugares de memória

- Importância da preservação e envolvimento da população

- Exemplos de iniciativas que trabalham com essa perspectiva da educação e do patrimônio

- Estudo de caso.

14h00 - Camila Alves Jourdan O Grego e suas imagens: da produção à interpretação Minicurso

Ementa: A partir da compreensão das imagens como suporte de um discurso próprio e portadoras de mensagens cognoscíveis, as mudanças e novas possibilidades interpretativas ampliaram substancialmente os horizontes das pesquisas, sobretudo daquelas sociedades mais antigas. Os historiadores passaram a empreender novas problemáticas, desenvolvendo novas indagações e reflexões, como a necessidade de metodologia pertinente a esta documentação. Assim sendo, iniciaremos com o debate sobre as formas com que a imagem foi tratada ao longo do tempo nas pesquisas e com um balanço historiográfico sobre o uso destas, bem como suas contribuições como fonte para a História. Ao nos centrarmos no mundo grego da Antiguidade, analisaremos as imagens produzidas pelas póleis, em uma perspectiva que privilegia as questões iconográficas. Neste sentido, abordaremos tanto questões de temáticas e representações imagéticas quanto sua produção e circulação no mundo grego e mesmo suas interações culturais no Mediterrâneo.

Objetivos:

- Compreender a relevância e as contribuições do uso das iconografias para a pesquisa historiográfica

- Apresentar as discussões historiográficas sobre imagem e seus usos pelos historiadores

- Identificar as diferentes técnicas de representações imagéticas construídas na Hélade

Aulas:

Dia 1 Bloco 1: “Apenas uma ilustração?” - O historiador e as imagens

Bloco 2: O mundo políade e suas imagens - A produção da imagética

Dia 2 Bloco 1: Das imagens da vida cotidiana - o mundo de homens e mulheres

Bloco 2: Das imagens dos deuses e mitos - imaginários do mundo divino

16h20 - Arlene Xavier Santos Costa Introdução à Arquivologia e ao tratamento documental em Arquivos Minicurso

O minicurso procura apresentar, de forma introdutória, conceitos do campo da Arquivologia e práticas de tratamento documental em Arquivos (arranjo, descrição, acesso e eliminação de documentos) que podem ser úteis para futuros profissionais do campo da História, seja enquanto servidores em um Arquivo, seja enquanto pesquisadores. Saber como se dá o tratamento documental auxilia muito em conhecer a forma como dar o acesso (razão social da instituição) e como acessar o conjunto documental custodiado em Arquivos.

16h20 - Hana Mariana da Cruz Ribeiro Costa, Natasha Augusto Barbosa Introdução a História Ambiental: relações socioambientais Minicurso

Nossa proposta é promover discussões sobre perspectivas em História Ambiental, articulando as variadas possibilidades de investigação, fontes e metodologias que vem ampliando as análises e debates dentro da História.

Este minicurso é uma oportunidade de diferentes considerações e diálogos sobre as relações entre a sociedade e a natureza em diferentes concepções. Buscaremos trabalhar os aspectos gerais e alguns estudos de caso da História Ambiental Latino Americana, com as distintas possibilidades de análise, bem como as variadas fontes que enriquecem e dinamizam a investigação histórica

Primeiro Bloco - Por que estudar História Ambiental?

Discutir a importância da interdisciplinaridade e os novos campos no estudo da História.

Segundo Bloco - Fontes e metodologias de pesquisa em História Ambiental

Analisar as diversas possibilidades de metodologias e fontes que relacionem História e Natureza.

19h00 - Helenice Rocha, João Ferreira de Oliveira, Luis Fernando Cerri, Sônia Regina Miranda Educação, conquista e resistência: A agência dos estudantes no ensino de história Mesa Temática

Ensinar História não se resume a comunicar datas de grandes eventos, ou se debruçar sobre um simples olhar sobre o passado. Essa perspectiva sempre esteve muito clara para todos aqueles que estudam como ensinar História. Porém, será que podemos afirmar que o Ensino de História no Brasil já deixou de lado a antiga estrutura de passividade dos alunos?

Ao olharmos para os avanços das pesquisas acerca do ensino da História no Brasil, podemos facilmente constatar que essa disciplina tem, no ensino básico, cada vez mais extrapolado os seus antigos limites. Não é incomum que nas aulas de História emergem debates acerca de assuntos sensíveis na nossa sociedade, como o papel da representação democrática, os avanços e conquistas do direito e o embate a antigas políticas ultra-conservadores.

Nessa perspectiva, e entendendo que o estudo da História é uma ferramenta de análise crítica do contexto em que os estudantes estão inseridos, através de relações estabelecidas com o passado, é que colocamos o Ensino de História como uma própria ferramenta de fundamentação da cidadania.

Assim, nesse debate, esperamos estabelecer os desafios que o ensino e o currículo de História ainda enfrentam para permitir a emergência de debates e a consolidação de uma educação crítica e emancipadora, que permita aos estudantes se organizarem em todas as esferas, e garantam a formação de gerações cada vez mais independentes no país.

Além disso, outras perspectivas serão abordadas, como as estruturas educacionais que interferem na aquisição de cidadania, e impedem o acesso amplo à Educação, como as infra estruturas defasadas no sistema público de escolas, ou a ineficácia das políticas de permanência e assistência estudantil.

08h00 Simpósios Temáticos Simpósio Temático

2° dia de apresentação em Simpósios Temáticos.

Apresentações: ST01, ST04, ST07, ST08, ST12, ST15, ST17, ST21, ST25, e ST33.

10h00 - Débora Ribas (re)Pensar no aluno Surdo Oficina

Oficina de Libras e ensino de surdos

14h00 - Arlene Xavier Santos Costa Introdução à Arquivologia e ao tratamento documental em Arquivos Minicurso

O minicurso procura apresentar, de forma introdutória, conceitos do campo da Arquivologia e práticas de tratamento documental em Arquivos (arranjo, descrição, acesso e eliminação de documentos) que podem ser úteis para futuros profissionais do campo da História, seja enquanto servidores em um Arquivo, seja enquanto pesquisadores. Saber como se dá o tratamento documental auxilia muito em conhecer a forma como dar o acesso (razão social da instituição) e como acessar o conjunto documental custodiado em Arquivos.

14h00 - Hana Mariana da Cruz Ribeiro Costa, Natasha Augusto Barbosa Introdução a História Ambiental: relações socioambientais Minicurso

Nossa proposta é promover discussões sobre perspectivas em História Ambiental, articulando as variadas possibilidades de investigação, fontes e metodologias que vem ampliando as análises e debates dentro da História.

Este minicurso é uma oportunidade de diferentes considerações e diálogos sobre as relações entre a sociedade e a natureza em diferentes concepções. Buscaremos trabalhar os aspectos gerais e alguns estudos de caso da História Ambiental Latino Americana, com as distintas possibilidades de análise, bem como as variadas fontes que enriquecem e dinamizam a investigação histórica

Primeiro Bloco - Por que estudar História Ambiental?

Discutir a importância da interdisciplinaridade e os novos campos no estudo da História.

Segundo Bloco - Fontes e metodologias de pesquisa em História Ambiental

Analisar as diversas possibilidades de metodologias e fontes que relacionem História e Natureza.

16h20 - Santiago Silva de Andrade A ditadura empresarial-militar e a Amazônia brasileira: meio-ambiente e autoritarismo (1964-1985) Minicurso

A Amazônia ocupou um lugar central na formulação dos programas e políticas desenvolvimentistas formulados durante a ditadura empresarial-militar brasileira. Ao mesmo tempo que reinventavam e reiteravam uma determinada representação sobre a Amazônia - a de um espaço atrasado, subutilizado e desprovido de gentes - os ideólogos, tecnocratas e intelectuais ligados àquele regime projetavam uma estratégia de integração daquela região ao seu projeto de transformação nacional, de viés politicamente autoritário, e economicamente ligado aos interesses do capital multinacional associado. Este minicurso tem o objetivo de apresentar aos seus participantes as principais diretrizes políticas e econômicas da ditadura empresarial-militar para a Amazônia, enfatizando dois aspectos principais:

1) A sua organicidade em relação aos interesses de setores da burguesia nacional, articulada aos interesses internacionais;

2) Os impactos e as modificações ambientais produzidas pelas intervenções daquele regime.

16h20 - Carolina Martins Saporetti Educação para o patrimônio: pensando em acervos documentais Minicurso

Ementa:

O minicurso Educação para o Patrimônio: pensando em acervos documentais foi construído a partir da observação da necessidade de se trabalhar essa temática com professores, alunos, trabalhadores ligados à área e interessados em geral. É um assunto pouco discutido e gerador de muitas dúvidas.

Dessa forma, o minicurso está organizado de modo informativo e introdutório, objetivando contribuir para a sensibilização das pessoas em relação ao patrimônio cultural, principalmente, ao patrimônio documental arquivístico. Buscamos conscientizar a população sobre os seus principais conceitos e promover o sentimento de pertença, proporcionando oportunidades de reflexão e aprofundamento do conhecimento a partir do seu contexto sociocultural e ambiental de seu entorno.

Metodologia:

aula expositiva on-line e interação por chat.

Carga horária: 4h/a

Cronograma de atividades:

Bloco 1 - Noções Introdutórias (2h/a):

- Introdução a Educação para o Patrimônio

- Conceitos como patrimônio, conservação, preservação e restauração

- Exemplos locais

-Legislações

Bloco 2 (2h/a):

- Relação entre Educação e Preservação do Patrimônio Cultural

- Como desenvolver a Educação para o Patrimônio?

- Memória afetiva e lugares de memória

- Importância da preservação e envolvimento da população

- Exemplos de iniciativas que trabalham com essa perspectiva da educação e do patrimônio

- Estudo de caso.

16h20 - Camila Alves Jourdan O Grego e suas imagens: da produção à interpretação Minicurso

Ementa: A partir da compreensão das imagens como suporte de um discurso próprio e portadoras de mensagens cognoscíveis, as mudanças e novas possibilidades interpretativas ampliaram substancialmente os horizontes das pesquisas, sobretudo daquelas sociedades mais antigas. Os historiadores passaram a empreender novas problemáticas, desenvolvendo novas indagações e reflexões, como a necessidade de metodologia pertinente a esta documentação. Assim sendo, iniciaremos com o debate sobre as formas com que a imagem foi tratada ao longo do tempo nas pesquisas e com um balanço historiográfico sobre o uso destas, bem como suas contribuições como fonte para a História. Ao nos centrarmos no mundo grego da Antiguidade, analisaremos as imagens produzidas pelas póleis, em uma perspectiva que privilegia as questões iconográficas. Neste sentido, abordaremos tanto questões de temáticas e representações imagéticas quanto sua produção e circulação no mundo grego e mesmo suas interações culturais no Mediterrâneo.

Objetivos:

- Compreender a relevância e as contribuições do uso das iconografias para a pesquisa historiográfica

- Apresentar as discussões historiográficas sobre imagem e seus usos pelos historiadores

- Identificar as diferentes técnicas de representações imagéticas construídas na Hélade

Aulas:

Dia 1 Bloco 1: “Apenas uma ilustração?” - O historiador e as imagens

Bloco 2: O mundo políade e suas imagens - A produção da imagética

Dia 2 Bloco 1: Das imagens da vida cotidiana - o mundo de homens e mulheres

Bloco 2: Das imagens dos deuses e mitos - imaginários do mundo divino

19h00 - André Felipe Cândido da Silva, Gilberto Hochman, Maria Cristina da Costa Marques Os desafios da saúde pública na edificação da República brasileira Mesa Temática

Apresentar os avanços das ações políticas em relação à saúde pública e os seus desafios ao longo da história republicana se faz necessário nessa Semana de História. Além de responder a seguinte questão: existe saúde sem democracia? Explicitando que o investimento à saúde, inicialmente, estava ligado aos interesses econômicos, pois os governantes acreditavam que o crescimento do país dependia de uma população saudável e com capacidade produtiva.

Dessa forma, é preciso citar o Modelo Sanitarista Campanhista, que se desenvolveu durante a I República, que tinha como objetivo sanear as cidades e garantir as exportações agrícolas. Além de demonstrar que a assistência médica, durante esse período, estava voltada aos trabalhadores assalariados, excluindo, assim, as crianças, mulheres e idosos. Relembrando, também, a Reforma de Oswaldo Cruz, a qual gerou a Revolta da Vacina, momento em que as autoridades oficiais atuavam de forma abusiva.

Retratando, posteriormente, a criação da CAPs, que era uma assistência governamental, oferecida durante o mandato de Getúlio Vargas, a fim de eliminar as epidemias e endemias que assolavam o Brasil naquele período. Explicitando que o dinheiro destinado a esse auxílio foi desviado para outros setores a fim de financiar a industrialização. Citando, também, a consolidação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) que substituiu a CAPs, mas que ainda era uma assistência médica voltada ao trabalhador formal, excluindo, dessa forma, muitas categorias da sociedade brasileira.

Além disso, é necessário relembrar a importância da I Conferência Nacional de Saúde, que pensou no desenvolvimento de serviços básicos de saneamento, por exemplo, que ocorreu em 1941. Não deixando de destacar, ainda, a homologação da CLT.

Mencionar a criação do primeiro Conselho de Saúde em 1948 também é importante, pois foi a partir desse momento que a saúde do povo foi reconhecida por fazer parte da função administrativa do governo, deixando de ser restrita a classe trabalhadora.

É preciso enfatizar o tratamento das questões de saúde durante a ditadura militar, pois foi nesse período que o sistema de saúde foi privatizado, pelo fato de assimilarem saúde pública com comunismo. Logo, os hospitais foram privatizados e a luta dos trabalhadores durante o governo de Vargas, que garantiu a essa classe assistência médica hospitalar gratuita foi derrocada. É preciso salientar, também, que as pessoas que criticavam o tratamento do governo em relação à saúde eram reprimidas, acarretando, assim, na ausência de informação para as pesquisas.

A 8° Conferência Nacional de Saúde que aconteceu em 1986 também foi um marco importante em relação aos avanços na saúde pública, pois foi neste momento em que foi planejado o SUS. Consequentemente é preciso enfatizar que na Constituição de 1988, momento em que foi regulamentado o SUS, a saúde foi tida como direito de todos e dever do Estado, garantindo os serviços de saúde de forma universal.

E por fim, mostrar o impacto da pandemia no sistema de saúde, a fim de demonstrar os problemas já existentes neste setor que foram agravados pelo COVID-19, os quais impedem que ocorra, verdadeiramente, uma democratização da saúde pública, tendo em vista que muitas pessoas chegam a falecer na espera de um atendimento médico de qualidade.

Podemos aproveitar este momento para discutir, também, sobre o isolamento social e suas desigualdades, pois vivemos um momento em que as pessoas que detém de certa estabilidade financeira podem se proteger ficando dentro de suas casas, enquanto, outras necessitam arriscar a sua vida e de sua família para ir atrás de seu sustento.

08h00 Simpósios Temáticos Simpósio Temático

3° dia de apresentação em Simpósios Temáticos.

Apresentações: ST02, ST05, ST07, ST10, ST13, ST15, ST16, ST18, ST22, ST26, ST29, CL's.

14h00 - Fernanda Pereira de Moura, Renata da Conceição Aquino da Silva Argumentação contra o Escola sem Partido por um Ensino de História democrático Oficina

O objetivo desta oficina é apresentar o que seria um ensino de História comprometido com a construção de uma educação e uma sociedade democráticas ao mesmo tempo em que apresentamos quais as ameaças a este ensino de História e como nós, enquanto professores de História, podemos defender nossa liberdade de ensinar e garantir a liberdade de aprender de nossos alunos. Assim, esta oficina foi organizada de forma à no primeiro dia Sistematizar as iniciativas de perseguição a profs hoje (Quem são os censuradores? Que ideias eles estão defendendo e como isto impacta o ensino de História?) e, no segundo dia, construir subsidios sobre como responder às tentativas de perseguição e qais estratégias adotar no combate. Desta forma nossos Conteúdos serão: 1) apresentar as principais ameaças à autonomia docente hoje; 2) analisar o movimento, o “programa Escola sem Partido” e seus argumentos 3) discutir os argumentos empregados pelo fundamentalismo religioso e pelos movimentos conservadores/reacionários contra as discussões sobre gênero e política contemporânea na escola; 4) comentário de alguns casos específicos de perseguição a professores; 5) apresentar a legislação e as decisões recentes do Supremo Tribunal Federal que resguardam a autonomia docente bem como tornam obrigatória a discussão dos temas "sensíveis"; 6) discussão de dados estatísticos sobre as desigualdades sociais baseadas em gênero, sexualidade, raça e classe. 7) possíveis parâmetros para um ensino de história democrático.

14h00 - Savio Queiroz Lima Histórias em Quadrinhos nas Sarjetas Documentais: Usos e Práticas do Suporte Midiático de Entretenimento na História Minicurso

O minicurso propõe um debate sobre teorias e metodologias úteis para as abordagens analíticas de histórias em quadrinhos enquanto fontes históricas. As ficções narrativas de entretenimento das histórias em quadrinhos são fontes úteis para um prisma diverso e ainda pouco explorado de elementos objetivos e subjetivos na História. As transformações qualitativas e quantitativas com fontes históricas, suas ampliações e interdisciplinaridades, na própria historiografia contemporânea, permitem o uso da Ficção em arte sequencial, suas imagens e discursos, suas representações e sintomas, como fontes pertinentes para interpretar o passado. Um manancial rico de informações que ainda é pouco aprofundado, tornando necessária a sua prática e todos os possíveis exercícios e transmissões de saberes, como a proposta deste minicurso. Entender as fontes e suas dificuldades de acesso e prática, ainda que proximidades técnicas de arquivamento, organização e funcionalidade das fontes histórias em quadrinhos sejam úteis para o se uso eficiente, ainda é uma abordagem pouco mapeada para o trato do pesquisador. O minicurso tem por proposta a inserção dessas práticas e saberes aos pesquisadores em História, através de duas partes: 1 - Uma apresentação cronológica sobre a História dessa fonte, didaticamente organizada; 2 - As possibilidades de usos das histórias em quadrinhos enquanto fontes históricas e, também, enquanto instrumentos historicamente criticamente para o ensino de História.

14h00 - Camilla Fogaça Aguiar, Lucas Augusto Duarte de Oliveira Movimentos negros, política e religião nos anos 60/70: recepções da luta antirracista estadunidense no Brasil e na Argentina Minicurso

As décadas de 60 e 70 assistiram a uma irrupção, no cenário internacional, de inúmeros debates vinculados às possibilidades de emancipação política dos mais diversos sujeitos e grupos sociais. Em um contexto marcado pelas lutas de libertação no continente africano, pela guerra do Vietnã e pela revolução cubana, movimentos sociais surgidos nos EUA, notadamente o Civil Rights Act e o movimento Black Power, influenciaram a elaboração de identidades, linguagens e projetos políticos em distintas partes do globo. Atentando para esta aproximação excepcional entre experiências geográficas diversas, buscaremos, neste minicurso, introduzir algumas reflexões a respeito da forma como estes movimentos foram apreendidos em âmbitos políticos e religiosos no Brasil e na Argentina.

Desenvolvimento:

· 12/11 (2h)

o Possibilidades das histórias transnacionais;

o Análise introdutória de fontes primárias e bibliografia relacionadas à recepção do Black Power entre organizações políticas argentinas

· 13/11 (2h)

o Os aportes de John Burdick para uma história dos movimentos religiosos no Brasil;

o As religiões afro-brasileiras e os movimentos negros estadunidenses;

16h20 - Andreia de Freitas Rodrigues Paleografia Portuguesa Oficina

Ementa:

A Oficina em Paleografia pretende oferecer conhecimentos introdutórios aos princípios da paleografia portuguesa. A leitura, a compreensão e a transcrição de fontes manuscritas são fundamentais para todos que trabalham ou desenvolvem pesquisas utilizando documentos manuscritos. Assim, a oficina propõe uma aproximação dos participantes com a evolução dos traçados, suportes e instrumentos de escrita, além de noções de arquivística aplicada à pesquisa em acervos documentais.

Metodologia:

Abordagem de aspectos gerais da paleografia portuguesa (origens, significado, divisões);

Tipos caligráficos (exemplos e variações, braquigrafia);

Exposição de técnicas auxiliares na compreensão da escrita paleográfica (exercícios de transcrição paleográfica, observando normas técnicas de edição).

Carga horária: 4h/a

Cronograma de atividades:

Bloco 1 - Noções Introdutórias (2h/a):

- Introdução à paleografia

- Os principais tipos caligráficos na paleografia portuguesa

- Introdução à braquigrafia

- Principais dificuldades na leitura paleográfica, técnicas e recursos

Bloco 2 (2h/a):

- Noções de arquivística aplicadas à pesquisa histórica

- Transcrição paleográfica e normas técnicas de edição

- Exercícios de leitura e transcrição

19h00 - Fernando Felizardo Nicolazzi, Ricardo Figueiredo de Castro, Sônia Maria de Meneses Silva Os conflitos na construção da memória: O papel da história no combate ao obscurantismo Mesa Temática

A mesa de historiografia terá como debate o surgimento e a proliferação de discursos e narrativas falsas por parte da extrema-direita a fim de forjar a História desmerecendo o conhecimento histórico. Atualmente temos um presidente que homenageia torturadores da Ditadura brasileira, propaga discursos que nega a existência de um governo ditatorial e chama de “revolução democrática de 1964” o período mais sombrio da história política do nosso país. Além disso, com o argumento da perda de liberdade de expressão o presidente vetou a regulamentação da profissão de historiador, abrindo brechas para o fortalecimento dos falsos discursos. Dessa forma, banalizando o conhecimento histórico e buscando formar uma “história oficial” baseada no esquecimento e na reescritura do passado segundo a sua ideologia. A verdade histórica é esquecida e a construção da memória é manipulada pelos interesses do presente.

Buscaremos, durante a discussão, investigar as condições nas quais esses discursos revisionistas se popularizaram, tanto com a modernização dos meios sociais, de comunicação e midiáticos, quando houve uma transformação na disputa de narrativas com a utilização de fake news, quanto com o aparecimento de manuais revisionistas como os “guias politicamente incorretos”, etc. As fakes news espalham ideias totalmente contrárias do conhecimento histórico, e este, mesmo sendo baseado em estudo e comprovação científica é desacreditado por uma grande parcela da população. A ascensão de discursos e narrativas da extrema-direita descredibiliza o papel da História na sociedade, além de causar sérios riscos à democracia brasileira. Assim há um novo grande desafio para os historiadores: tornar a história respeitada novamente perante à sociedade.

Como podemos defender a verdade, a história e a nossa democracia, ao mesmo tempo que mostramos à sociedade a importância da função da História? Qual é o papel social do historiador nesse presente tão conturbado? E quem é favorecido com a não regulamentação da nossa profissão?

08h00 Simpósios Temáticos Simpósio Temático

4° dia de apresentação dos Simpósio Temáticos

Apresentações: ST03, ST05, ST09, ST10, ST14, ST16, ST19, ST23, ST27, ST34, CLs

14h00 - Andreia de Freitas Rodrigues Paleografia Portuguesa Oficina

Ementa:

A Oficina em Paleografia pretende oferecer conhecimentos introdutórios aos princípios da paleografia portuguesa. A leitura, a compreensão e a transcrição de fontes manuscritas são fundamentais para todos que trabalham ou desenvolvem pesquisas utilizando documentos manuscritos. Assim, a oficina propõe uma aproximação dos participantes com a evolução dos traçados, suportes e instrumentos de escrita, além de noções de arquivística aplicada à pesquisa em acervos documentais.

Metodologia:

Abordagem de aspectos gerais da paleografia portuguesa (origens, significado, divisões);

Tipos caligráficos (exemplos e variações, braquigrafia);

Exposição de técnicas auxiliares na compreensão da escrita paleográfica (exercícios de transcrição paleográfica, observando normas técnicas de edição).

Carga horária: 4h/a

Cronograma de atividades:

Bloco 1 - Noções Introdutórias (2h/a):

- Introdução à paleografia

- Os principais tipos caligráficos na paleografia portuguesa

- Introdução à braquigrafia

- Principais dificuldades na leitura paleográfica, técnicas e recursos

Bloco 2 (2h/a):

- Noções de arquivística aplicadas à pesquisa histórica

- Transcrição paleográfica e normas técnicas de edição

- Exercícios de leitura e transcrição

16h20 - Fernanda Pereira de Moura, Renata da Conceição Aquino da Silva Argumentação contra o Escola sem Partido por um Ensino de História democrático Oficina

O objetivo desta oficina é apresentar o que seria um ensino de História comprometido com a construção de uma educação e uma sociedade democráticas ao mesmo tempo em que apresentamos quais as ameaças a este ensino de História e como nós, enquanto professores de História, podemos defender nossa liberdade de ensinar e garantir a liberdade de aprender de nossos alunos. Assim, esta oficina foi organizada de forma à no primeiro dia Sistematizar as iniciativas de perseguição a profs hoje (Quem são os censuradores? Que ideias eles estão defendendo e como isto impacta o ensino de História?) e, no segundo dia, construir subsidios sobre como responder às tentativas de perseguição e qais estratégias adotar no combate. Desta forma nossos Conteúdos serão: 1) apresentar as principais ameaças à autonomia docente hoje; 2) analisar o movimento, o “programa Escola sem Partido” e seus argumentos 3) discutir os argumentos empregados pelo fundamentalismo religioso e pelos movimentos conservadores/reacionários contra as discussões sobre gênero e política contemporânea na escola; 4) comentário de alguns casos específicos de perseguição a professores; 5) apresentar a legislação e as decisões recentes do Supremo Tribunal Federal que resguardam a autonomia docente bem como tornam obrigatória a discussão dos temas "sensíveis"; 6) discussão de dados estatísticos sobre as desigualdades sociais baseadas em gênero, sexualidade, raça e classe. 7) possíveis parâmetros para um ensino de história democrático.

16h20 - Savio Queiroz Lima Histórias em Quadrinhos nas Sarjetas Documentais: Usos e Práticas do Suporte Midiático de Entretenimento na História Minicurso

O minicurso propõe um debate sobre teorias e metodologias úteis para as abordagens analíticas de histórias em quadrinhos enquanto fontes históricas. As ficções narrativas de entretenimento das histórias em quadrinhos são fontes úteis para um prisma diverso e ainda pouco explorado de elementos objetivos e subjetivos na História. As transformações qualitativas e quantitativas com fontes históricas, suas ampliações e interdisciplinaridades, na própria historiografia contemporânea, permitem o uso da Ficção em arte sequencial, suas imagens e discursos, suas representações e sintomas, como fontes pertinentes para interpretar o passado. Um manancial rico de informações que ainda é pouco aprofundado, tornando necessária a sua prática e todos os possíveis exercícios e transmissões de saberes, como a proposta deste minicurso. Entender as fontes e suas dificuldades de acesso e prática, ainda que proximidades técnicas de arquivamento, organização e funcionalidade das fontes histórias em quadrinhos sejam úteis para o se uso eficiente, ainda é uma abordagem pouco mapeada para o trato do pesquisador. O minicurso tem por proposta a inserção dessas práticas e saberes aos pesquisadores em História, através de duas partes: 1 - Uma apresentação cronológica sobre a História dessa fonte, didaticamente organizada; 2 - As possibilidades de usos das histórias em quadrinhos enquanto fontes históricas e, também, enquanto instrumentos historicamente criticamente para o ensino de História.

16h20 - Camilla Fogaça Aguiar, Lucas Augusto Duarte de Oliveira Movimentos negros, política e religião nos anos 60/70: recepções da luta antirracista estadunidense no Brasil e na Argentina Minicurso

As décadas de 60 e 70 assistiram a uma irrupção, no cenário internacional, de inúmeros debates vinculados às possibilidades de emancipação política dos mais diversos sujeitos e grupos sociais. Em um contexto marcado pelas lutas de libertação no continente africano, pela guerra do Vietnã e pela revolução cubana, movimentos sociais surgidos nos EUA, notadamente o Civil Rights Act e o movimento Black Power, influenciaram a elaboração de identidades, linguagens e projetos políticos em distintas partes do globo. Atentando para esta aproximação excepcional entre experiências geográficas diversas, buscaremos, neste minicurso, introduzir algumas reflexões a respeito da forma como estes movimentos foram apreendidos em âmbitos políticos e religiosos no Brasil e na Argentina.

Desenvolvimento:

· 12/11 (2h)

o Possibilidades das histórias transnacionais;

o Análise introdutória de fontes primárias e bibliografia relacionadas à recepção do Black Power entre organizações políticas argentinas

· 13/11 (2h)

o Os aportes de John Burdick para uma história dos movimentos religiosos no Brasil;

o As religiões afro-brasileiras e os movimentos negros estadunidenses;

19h00 - Felipe Demier, Fernando Perlatto, Heloisa Starling Estados, governos e regimes: Entre golpes e democracias Mesa Temática

O desenvolvimento da história política brasileira vem sendo marcado por constantes processos de rupturas na construção de estruturas políticas verdadeiramente democráticas. Similares desenvolvimentos foram percebidos no resto da latino-américa, que aparece “como o continente bonapartista por excelência” (ROUQUIÉ, Alain). As elites, no jogo do desenvolvimento desigual das economias sob o imperialismo, frequentemente lançam mão da repressão estatal para interromper a concretização das aspirações democráticas que os setores populares insistem em pautar. Desta forma, os regimes políticos nas nações que herdaram a marca do colonialismo frequentemente impõem rígidos limites àquilo que se pode ou não pautar durante os governos, e a repressão constante à movimentos questionadores da ordem instaurada vem com a força sempre presente dos golpes.

Nesta mesa, buscaremos discutir, valendo-se das chaves teóricas de Estado, regime e governo, e a partir do desenvolvimento político na história do Brasil, compreendido no seu lugar enquanto país pertencente à periferia do capital, alguns elementos para um melhor entendimento das forças e projetos em disputa na política brasileira, subsidiando tanto o debate sobre o passado quanto sobre o presente.

Para isso, questões acerca da caracterização do governo de Getúlio Vargas durante o Estado Novo (1937-1946), da ditadura militar (1964-1985) e do atual governo Bolsonaro gestado no golpe em 2016 podem permear o debate em torno das forças e projetos em disputa na política brasileira. A partir desses marcos cronológicos, será possível delinear um panorama da história política brasileira por meio de suas similaridades e diferenças.

Compreender estas categorias de Estado, regime e governo pode nos ajudar a avançar em debates historiográficos ainda não findados, como discussões que rondam o chamado “populismo” como centralidade em alguns governos brasileiros; da participação civil durante esses regimes políticos; da delimitação política entre movimentos de extrema-direita, e do caráter de classe correspondente à estes objetivos; da definição do caráter do governo Bolsonaro e as suas raízes; são importantes para permear a discussão da presente mesa. Finalmente, até quando estará a história política brasileira a reproduzir essa eterna disputa entre golpes e democracia?

Organizador

Comissão Organizadora da XXXVI Semana de História

A Comissão Organizadora da Semana de História é constituída pelos alunos da Graduação e Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Juiz de Fora, totalmente independente e autônoma sobre a sua organização.