Apresentar os avanços das ações políticas em relação à saúde pública e os seus desafios ao longo da história republicana se faz necessário nessa Semana de História. Além de responder a seguinte questão: existe saúde sem democracia? Explicitando que o investimento à saúde, inicialmente, estava ligado aos interesses econômicos, pois os governantes acreditavam que o crescimento do país dependia de uma população saudável e com capacidade produtiva.
Dessa forma, é preciso citar o Modelo Sanitarista Campanhista, que se desenvolveu durante a I República, que tinha como objetivo sanear as cidades e garantir as exportações agrícolas. Além de demonstrar que a assistência médica, durante esse período, estava voltada aos trabalhadores assalariados, excluindo, assim, as crianças, mulheres e idosos. Relembrando, também, a Reforma de Oswaldo Cruz, a qual gerou a Revolta da Vacina, momento em que as autoridades oficiais atuavam de forma abusiva.
Retratando, posteriormente, a criação da CAPs, que era uma assistência governamental, oferecida durante o mandato de Getúlio Vargas, a fim de eliminar as epidemias e endemias que assolavam o Brasil naquele período. Explicitando que o dinheiro destinado a esse auxílio foi desviado para outros setores a fim de financiar a industrialização. Citando, também, a consolidação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) que substituiu a CAPs, mas que ainda era uma assistência médica voltada ao trabalhador formal, excluindo, dessa forma, muitas categorias da sociedade brasileira.
Além disso, é necessário relembrar a importância da I Conferência Nacional de Saúde, que pensou no desenvolvimento de serviços básicos de saneamento, por exemplo, que ocorreu em 1941. Não deixando de destacar, ainda, a homologação da CLT.
Mencionar a criação do primeiro Conselho de Saúde em 1948 também é importante, pois foi a partir desse momento que a saúde do povo foi reconhecida por fazer parte da função administrativa do governo, deixando de ser restrita a classe trabalhadora.
É preciso enfatizar o tratamento das questões de saúde durante a ditadura militar, pois foi nesse período que o sistema de saúde foi privatizado, pelo fato de assimilarem saúde pública com comunismo. Logo, os hospitais foram privatizados e a luta dos trabalhadores durante o governo de Vargas, que garantiu a essa classe assistência médica hospitalar gratuita foi derrocada. É preciso salientar, também, que as pessoas que criticavam o tratamento do governo em relação à saúde eram reprimidas, acarretando, assim, na ausência de informação para as pesquisas.
A 8° Conferência Nacional de Saúde que aconteceu em 1986 também foi um marco importante em relação aos avanços na saúde pública, pois foi neste momento em que foi planejado o SUS. Consequentemente é preciso enfatizar que na Constituição de 1988, momento em que foi regulamentado o SUS, a saúde foi tida como direito de todos e dever do Estado, garantindo os serviços de saúde de forma universal.
E por fim, mostrar o impacto da pandemia no sistema de saúde, a fim de demonstrar os problemas já existentes neste setor que foram agravados pelo COVID-19, os quais impedem que ocorra, verdadeiramente, uma democratização da saúde pública, tendo em vista que muitas pessoas chegam a falecer na espera de um atendimento médico de qualidade.
Podemos aproveitar este momento para discutir, também, sobre o isolamento social e suas desigualdades, pois vivemos um momento em que as pessoas que detém de certa estabilidade financeira podem se proteger ficando dentro de suas casas, enquanto, outras necessitam arriscar a sua vida e de sua família para ir atrás de seu sustento.