A psicologia, com todo o seu arcabolço teório, têm se debruçado para pensar as nuances que se referem às transformações humanas nas últimas décadas. Inúmeras formas de fazer psicologia se consolidam e ganham espaço no cuidado ao ser humano e sua experiencia afetiva, nesse sentido, a fenomenologia, como um método de conhecimento advindo da filosofia, é adotado pelas áreas psi para colaborar com análises mais aprofundadas da condição humana e suas questões mais íntimas.
A fenomenologia hoje é uma das respostas às ideias rígidas das práticas baseadas em evidências e, além de ser uma proposta diferente da PBE, se mostra como um caminho metodológioco rigoroso e coerente com as experiências humanas: plurais, engajadas com seu mundo e ativas de forma responsável. Nesse caminho, as propostas fenomenológicas, existenciais e humanistas tem ganhado força.
Este evento, pautado nos pressupostos da psicologia fenomenológica, quer trazer para discussão visões inovadoras que tenham a capacidade de interpretar os fenômenos contemporâneos advindos de tantas transformações nascidas de avanços científicos e também tecnológicos. Todos esses vanços, de forma indiscutível, atravessam as práticas em saúde mental - tanto no âmbito clínico particular, quando nas instituições ou em práticas mais coletivas - a fenomenologia, como um método crítico de conhecimento, produz interpretações bastante abrangentes e aprofundadas que podem dar base para a atuação psicológica de maneira ética e respeitosa com a condição existencial a qual estamos expostos enquanto indivíduos. Assim, quer-se propor espaços de debates e reflexões que possam incentivar o advento de perspectivas críticas, não-hegemônicas - mas cientificamente rigorosas - produtivas de uma postura em saúde mental que possa fomentar o cuidado libertador, que proporcione a criação de sentidos existenciais possíveis sem que para isso usemos de imposições técnicas que praticamente forçam a transformação humana de maneira superficial e descomprometida com seu horizonte histórico.