1º SInTATO + 3º EPF

Simpósio Internacional Imagens, Corpos e Afecções + Edição Especial do Encontro Perspectivas Feministas na Investigação

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De 15 a 16 de dezembro Todos os dias das 09h00 às 19h00

Sobre o Evento

Este evento possui transmissão ao vivo.

A participação é gratuita.
Serão emitidos certificados, mediante inscrição e comparecimento na modalidade escolhida - presencial ou remota - nos dois dias do evento.

O III Encontro Perspectivas Feministas na Investigação chega em edição especial a João Pessoa para compor, junto ao I Simpósio Internacional Imagens, Corpos e Afecções, um tempo de escuta, partilha e pensamento sobre a cultura visual a partir de experiências, presenças e saberes de mulheres. Convidamos toda a comunidade interna e externa à universidade a participar dessa travessia coletiva que aproxima pesquisas, práticas e afetos.

Nos dias 15 e 16 de dezembro, o evento ocupará diversos espaços da UFPB, como o Cine Aruanda e o Espaço Capela, reunindo palestras, roda de conversa, mesa-redonda, lançamentos editoriais, oficina e apresentações artísticas, em um encontro que articula cultura, educação e ciência, voltado a escutar mulheres, suas histórias, pesquisas, saberes e expressões, em diálogo aberto com todas as pessoas, de todas as identidades de gênero e idades.

As visualidades produzidas por mulheres, em sua diversidade, seguem resistindo às narrativas hegemônicas que, quando não inviabilizam, invisibilizam suas contribuições. Reconhecendo as marcas da colonialidade nos modos de ver e de contar, ampliamos repertórios e metodologias, abrindo frestas para diversas poéticas e formas de ler o campo da cultura visual. Reafirmamos os temas do cuidado e dos feminismos, e avançamos no debate sobre mulheres, imagens e movimentos que afirmam presença e pensamento crítico.

O encontro se constitui como uma rede plural, comprometida e afetiva, em contínua expansão, se afirmando como espaço de reexistência, promovendo práticas que reinventam modos de criar, narrar e pesquisar. Cinema, fotografia, artes visuais, artes do corpo e da cena, culinária e música estarão reunidos na promoção de uma Comunicação consciente, engajada e plenamente integrada à universidade pública. Cada presença e cada ação da programação se configura como gesto de abertura.

Para acolher quem cuida, disponibilizamos um Espaço de Brincar para crianças. O Cine Aruanda possui rampa de acesso para pessoas com mobilidade reduzida, e haverá tradução em Libras, mediante necessidade sinalizada nas inscrições.

De caráter internacional, o encontro será transmitido simultaneamente pelo canal do YouTube do TATO, fortalecendo parcerias para além das fronteiras geográficas e difundindo a cultura paraibana.

Acompanhe mais informações pelo Instagram do TATO.

Organização:
TATO - laboratório de pesquisas em imagens, corpos e afecções (LabTATO)

Comissão Organizadora:
Coordenação e Produção Executiva: Isabella Valle e Marina Gallo
Secretariado: Micaelle Lages e Letícia Maia
Produção: Carine Fiúza, Clarice Compasso, Marília Faustino, Marla Melo e Yasmin Daniel
Assessoria de Comunicação: Laura Moura e Andresa Costa
Cobertura e redes sociais: Agda Aquino (coord.)
Transmissão e Suporte Audiovisual: Rudá Macedo

Co-produção: thecode e Desloca

Realização:
Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba (PPGC/UFPB) +
Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (i2ADS/FBAUP)

Patrocínio:
Caixa Geral de Depósitos de Portugal (CGD-PT)
Loteria do Estado da Paraíba (Lotep)

Apoio:
CCTA/UFPB; COEP/UFPB; Bistrô Mariwô; Cumê Bom

Palestrantes

  • Agda Aquino
  • Aline Bernardi
  • Ana Bárbara Ramos
  • Ana Célia Gomes
  • Ana Isaura Dinniz
  • Andresa Alves
  • Bárbara Santos
  • Carine Fiúza
  • Carolina Laranjeira
  • Clarice Compasso
  • Edileuza Souza
  • Flávia Mayer
  • Iasmin Soares
  • Isabella Valle
  • Liuba de Medeiros
  • Manuela Galindo
  • Marina Gallo
  • Marla Melo
  • Olga Wanderley
  • Raysa Prado
  • Sabrina Fernandes Melo
  • Valéria Vicente
  • Vó Mera e Suas Netinhas
  • Orquestra de Pandeiros da Paraíba

Programação

09h00 Boas-vindas Abertura
Local: Cine Aruanda/CCTA

Atividade inaugural do evento com falas de Isabella Valle (PPGC/UFPB) e Marina Gallo (i2ADS/FBAUP), coordenadoras idealizadoras do encontro.

09h30 - Carine Fiúza, Edileuza Souza Cinema Negro no Feminino: Práticas ancestrais de pertencimentos e afetos Palestra
Local: Cine Aruanda/CCTA

Palestra de Edileuza Souza (PPGDH/UnB), seguida de debate com Carine Fiúza (PPGC/UFPB).

A principal ideia é pensar o cinema negro no feminino como um campo de criação, memória e reexistência. Parto da existência e resistência da Cineasta Adelia Sampaio para também demarcar a minha própria trajetória. Assim, desde Mulheres de Barro (2015), passando por Filhas de Lavadeiras (2019), Vão das Almas (2023) e agora com Vozes e Vãos (2025), tenho buscado compreender o cinema como uma linguagem de ligação entre tempos, como um lugar de enunciação ancestral, onde o gesto de filmar é também um gesto de escuta e transmissão de saberes.
Para mim, fazer cinema é continuar o trabalho das minhas mais velhas, das mulheres que bordaram histórias, lavaram memórias e sonharam liberdade.
Essas mulheres que não tinham câmeras, mas tinham olhar, ritmo e palavra. Ou seja, no esforço de conceituar o Cinema Negro no Feminino, a ancestralidade não é apenas tema; é método, ética e fundamento. É o modo como cineastas negras têm olhado e esculpido suas narrativas de mundo.
Neste sentido, cada imagem é também uma oferenda, um elo entre passado, presente e futuro. Minha mãe, minhas avós já faziam cinema antes que o cinema as visse. Já compunham planos nas janelas, nas margens do rio, nas encruzilhadas do tempo.
Por isso, posso afirmar que fazer cinema, encantamento, é o olhar. É devolver sentido às imagens que nos foram negadas, invertendo os espelhos coloniais que tentaram aprisionar nossos corpos e nossas histórias.
Quando uma mulher negra assume o fazer cinema, ela traz consigo não apenas uma técnica, mas uma linhagem. Ela filma com o seu corpo, corpo esse atravessado por memórias que vêm de longe, das lavadeiras, das benzedeiras, das parteiras, que fizeram do cuidado uma arte e da resistência uma pedagogia.
A ancestralidade nos ensina a ver com o corpo inteiro. A filmar com o corpo inteiro, a olhar não apenas com os olhos, mas com a pele, com o ouvido, com a memória e com a intuição.

Edileuza Souza é Professora, Documentarista e Pesquisadora. Pós doutora em Comunicação e doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB), com estágio e atuação na Cátedra de Documentário na Escuela Internacional de Cine y TV (EICTV), de San Antonio de los Banõs/Cuba. É idealizadora e organizadora da Mostra Competitiva de Cinema Negro – Adelia Sampaio. Atuou na curadoria e no júri de mostras e festivais nacionais e internacionais, como o Festival de Cinema de Brasília e o 2º Los Angeles Internacional Music Video Festival. Seu último filme, “Filhas de Lavadeiras” (2020) recebeu diversas premiações, dentre ela, o Prêmio Academia Francesa de Cinema (Academie des Césars, 2022), o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2021 (Melhor curta-metragem documentário), o Festival É Tudo Verdade e o prêmio aquisição do Canal Brasil, em 2021. Tem experiência em ensino, pesquisa e consultoria nas áreas de educação das relações étnico-raciais, educação quilombola, cinema negro e cineastas negras no Brasil.

Carine Fiúza é pesquisadora, diretora e curadora de cinema, com atuação voltada para práticas audiovisuais decoloniais e narrativas contra-hegemônicas. Mestra em Comunicação pela PPGC-UFPB, investiga o cinema como território de disputa simbólica, com foco nas representações do corpo, memória e afetos no contexto das diásporas atlânticas. Sua produção transita entre criação artística e pesquisa acadêmica, ancorando-se em perspectivas críticas que desestabilizam hierarquias estéticas e epistemológicas instituídas. Integra a União de Mulheres do Audiovisual Paraibano (UMA-PB) e a Associação de Profissionais do Audiovisual Negro - APAN. É idealizadora da Mostra Pilão de Cinema Negro e curadora em diversos festivais, como o Fest Aruanda e a Mostra de Cinema de Gostoso.

10h30 Intervalo Coffee break
Local: Hall do Cine Aruanda/CCTA

Pausa breve na programação

11h00 - Valéria Vicente Na Esteira Apresentação Artística
Local: Espaço Capela Universitária (em frente à TV-UFPB)

Performance - Conversa de Valéria Vicente (DAC/UFPB). Atividade com acesso limitado a 30 pessoas.

O espaço largo entre meus seios afirma a descendência indígena silenciada e ocultada pela família ao longo do século XX. Mas o que fazer com essa compreensão, diante de tantas contradições de viver no Brasil do século XXI? A esteira de pipiri é anteparo e portal para acessar a terra e conversar com ela. Intenciono investigar como ativar uma ancestralidade e ser movida por ela. Articulo uma abordagem nomeada Frequências Somáticas para acessar esse saber que acredito estar no meu corpo e por ele ser movida. Na esteira, me acompanho de perto. Parte de mim é um ancestral que quer falar.


Criação e atuação: Valéria Vicente (UFPB) / Assistência de direção: Jéssica Lana / Colaboração na dramaturgia: Isaura Tupiniquim e Carol Laranjeira / Preparação vocal: Amàuri Veras/ Figurino: Tainá Macedo; Iluminação: Henrique Castro.

Valéria Vicente atua como passista, dançarina, pesquisadora e criadora na área de Dança há 25 anos. Mestre e doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA, é professora do Departamento de Artes Cênicas da UFPB, Co-lider do Grupo de Pesquisa Cosmover: Dança em Perspectivas Pluriepistêmicas, participa do coletivo Pé de Frevo e coordenado o PET Encontro de Saberes: poéticas e pedagogias afroindígenas na UFPB. Pesquisa Frevo, tradições brasileiras, processos de criação, espiritualidade e abordagens somáticas.

12h00 Intervalo Almoço
Local: Bistrô Mariwô (equipe)

Pausa de duas horas na programação.

14h00 - Flávia Mayer, Iasmin Soares Processos de produção, Territorialidade e Narrativas de Resistência no Cinema de Mulheres Palestra
Local: Cine Aruanda/CCTA

Palestra de Flávia Mayer (PPGC/UFPB), seguida de debate com Iasmin Soares (PPGC/UFPB).

A produção cinematográfica realizada por mulheres tem se consolidado como campo de disputa simbólica e política, especialmente quando articulada a perspectivas de corpo e territorialidade. Esta apresentação discute os processos de criação e produção com enfoque nas relações entre modos de narrar e deslocamentos nas formas de representação que desafiam paradigmas coloniais. Tal enfoque reforça a urgência de repensar o cinema como prática situada, plural, de memória e visibilidade.

Flávia Mayer é Professora Adjunta do Curso de Cinema e do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Doutora em Linguística (2016) e Mestre em Comunicação (2012) pela PUC Minas. Realizou estágio de pós-doutorado no Programa em Comunicação Social da PUC Minas (2016-2017) e também em Linguística na UFMG (2017-2018 e 2018-2019). É vice coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGC UFPB), coordenadora do Projeto Somos Diversas — Processos comunicacionais e estratégicos sobre a deficiência em universidades brasileiras (CAPES) e do Projeto em Comunicação Cidadã: metodologias e ações de combate à desinformação e ao estigma de pessoas com deficiência ( PROEXT-PG UFPB). Suas pesquisas apresentam ênfase nas áreas de cinema, audiovisual e acessibilidade, produção cinematográfica, audiodescrição, semiótica.

Iasmin Soares, mulher indígena em retomada da cidade de Santa Rita - PB, do povo Karirí. É jornalista formada pela Universidade Federal da Paraíba, realizadora audiovisual e mestranda no PPGC UFPB. A pesquisadora estuda cinema de mulheres indígenas.

15h00 - Ana Bárbara Ramos, Ana Célia Gomes, Ana Isaura Dinniz, Liuba de Medeiros, Marla Melo, Raysa Prado Mulheres em coletividade no audiovisual paraibano: Las Luzineides e UMA-PB Roda de Conversa
Local: Cine Aruanda/CCTA

Roda de conversa com Ana Bárbara, Ana Isaura Dinniz, Liuba Medeiros (Las Luzineides), Raysa Prado e Ana Célia Gomes (União de Mulheres do Audiovisual Paraibano - UMA/PB), com mediação de Marla Melo (Decom/UFPB).

Ana Bárbara Ramos é diretora, produtora e educadora com mais de 20 anos de atuação no cinema. Fundadora da Bárbara! Estúdio Criativo e Produção Audiovisual, desenvolve projetos autorais como o longa Sob o Mesmo Céu (em produção) e a série infantil Abecedário Climático. Dirigiu oito curtas premiados, entre eles Sweet Karolynne, Cósmica e Cabaceiras, exibidos em mais de 50 festivais. Cofundadora e coordenadora da Semente Escola de Educação Audiovisual, atua na interseção entre cinema e educação. É membra da Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), da Redekino - Rede Latino-americana de Educação, Cinema e Audiovisual e do MIA - Movimento da Infância e Audiovisual.

Ana Isaura Dinniz é Diretora, Realizadora, Diretora de Arte e Figurinista de Audiovisual, Publicidade e Teatro desde 1997. Ao longo de 25 anos de carreira, trabalhou em cerca de 50 filmes entre curtas, médias e longas-metragens - ficcionais e documentais. Estreou na direção em 2019 com o curta-metragem "FIM" (2019). "O Que os Machos Querem" (2021) é seu segundo projeto realizado na função. Desenvolve atualmente com a Carambola Filmes, a série "180", sobre feminicídios.

Liuba de Medeiros é psicóloga escolar da Rede Municipal de Ensino de João Pessoa, formada pela UFPB. No cinema, fez parte do Coletivo Audiovisual Psicotrônico Las Luzineides. Já fez produção em diversos filmes paraibanos, desde 1998, tendo sido o mais recente o longa Desvio, de Arthur Lins, onde fez produção de elenco. Também trabalhou com figuração/atuação em diversos curtas paraibanos, como n'O Cão Sedento (2004), de Bruno de Sales, O matador de Ratos (2013) e Aqueles que Ficam (2015), de Arthur Lins. Integrou a diretoria da ABD-PB, bem como as equipes do Ponto de Cultura Urbe Audiovisual e do Pontão de Cultura Rede Nordestina Audiovisual. Cineclubista, é "sócia fundadora" do Tintin Cineclube. Foi diretora regional do Conselho Nacional de Cineclubes, ministrou oficinas de cineclubismo, produziu e mediou encontros de cineclubes paraibanos.

Raysa Prado é graduada em Produção Audiovisual pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS Brasil, 2015) e especializada em Direção de Atores na Escuela Internacional de Cine y TV (EICTV Cuba, 2016). Em 2014 radicou-se em João Pessoa. Na Paraíba dirigiu seu primeiro curta metragem “A Pontualidade dos Tubarões” (2021), o primeiro filme da trilogia da água, que conta também com o curta metragem Nascentes (2023) e com “Os verões sempre me pareceram eternos”, seu primeiro longa- metragem autoral, que se encontra em fase de desenvolvimento. É também socia-fundadora da Rayo de Sol Filmes, onde desenvolve produções cinematográficas autorais e também atua como assistente de direção em diversas produções cinematográficas do cinema paraibano e brasileiro.

Ana Célia Gomes é graduada em Comunicação Social (habilitação em Jornalismo) pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e pós-graduanda em Cinema e Produção Audiovisual pela UNICORP Faculdades e em Gestão e Produção Cultural pela UEPB e Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba, através da Secretaria de Estado da Cultura Secult/PB. É Comunicóloga, Produtora e Realizadora Audiovisual/Cultural, Poetisa e Mestre de Cerimônias. É Idealizadora e Coordenadora da Mostra Sumé de Cinema - Sumé (PB) e também Diretora de Produção do Festival de Cinema Curta Taquary - Taquaritinga do Norte (PE). Como produtora tem ainda em seu currículo: 02 longas-metragens, 25 curtas-metragens, 02 séries e 02 videoclipes, e também assina 05 curtas-metragens como roteirista e diretora: Arrumando as Malas (2012), Sala de Reboco - A História de Zé Marcolino (2014), A Espera (2022) e Memórias - Histórias do Cine Teatro Municipal de Sumé (2025). Foi premiada pela Academia Paraibana de Cinema com a obra “Menino Artífice” que assina em co-direção com Samuel Dias e Kárem Vasconcelos.

Marla Melo é Graduanda do curso de Cinema e Audiovisual na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Atua como dançarina, atriz, fotógrafa e cineasta. Integrante do TATO - Laboratório de Pesquisa em Imagens, Corpos e Afecções.

16h30 Intervalo Coffee break
Local: Hall do Cine Aruanda/CCTA

Pausa breve na programação

17h00 - Aline Bernardi, Edileuza Souza Apresentações Editoriais Lançamento de Livro
Local: Cine Aruanda/CCTA

Lançamento dos títulos:

Cinema Negro no Feminino: Afeto e Pertencimento Além das Telas (Nau Editora, 2025), de Ceiça Ferreira e Edileuza Penha de Souza (Orgs.)

Como um bordado de barafunda, onde os fios se entrelaçam, o livro Cinema Negro no Feminino: afeto e pertencimento além das telas reúne artigos científicos, ensaios e entrevistas de pesquisadoras, cineastas e profissionais do audiovisual, que sob uma perspectiva interseccional oferecem subsídios teóricos, metodológicos e conceituais para a análise das trajetórias e poéticas de cineastas negras.

Nas tramas do audiovisual e da produção de conhecimento, essa coletânea reafirma a pluralidade, a abundância e a inovação dos cinemas negros no feminino. As organizadoras nos convidam a compreender o cinema como território de resistência e fabulação, onde se bordam afetos, pertencimentos e futuros possíveis com linhas de coragem, sensibilidade e invenção. Cada texto é também um gesto de memória e cuidado, um fio que costura saberes e práticas na luta por outras formas de ver e de viver. Porque entre o gesto e a imagem, entre o pensamento e o corpo, pulsa a vitalidade dos mundos que essas mulheres criam.


Umbigo: poemas lunares (Ed. Caseira, 2025), de Aline Bernardi

29 poemas
tempo de 1 lunação
7 poemas para cada fase lunar
1 poema inaugural.

Umbigo: poemas lunares é o meu segundo livro de artista, escrito em sintonia com as ciclicidades da lua, durante os anos críticos da pandemia Covid-19. Nos últimos 10 anos, venho me dedicando aos encontros da dança com a literatura, propondo o Lab Corpo Palavra, um espaço de experimentação artística para o surgimento de escritas dançadas. Os livros para mim são suportes para inventarmos modos de leituras performativas. A concepção deste livro traz em si o duplo de ser caderno: junto aos poemas, há propostas de vivências que convidam às escritas com as ciclicidades de cada fase lunar. Após cada dinâmica, há páginas em branco para o livro continuar sendo escrito por vocês.

De composição mineral e rochosa, a Lua possui atmosfera feita de diversos gases. O que temos em abundância na Terra, é ausente na Lua: água. No entanto, Terra e Lua são interdependentes: pois a gravidade da Lua evita que nosso planeta balance demais em seu eixo de rotação, e desempenha função na criação das marés. Nosso corpo é tão água quanto os mares, oscilamos e pulsamos com as fases da lua. Mulheres, pessoas e seres com útero possuem a ciclicidade da lua interna, o ciclo do sangue provoca ondas e modulações nos modos de pensar-sentir-mover o corpo. Mulheres sangram e anunciam sua fertilidade, úteros gestam e dilatam seus umbigos para recriar vidas; cordões umbilicais interligam mundos e costuram ancestralidades.

Ilustrações: Priscila Montania

Decopulagem (Ed. Caseira, 2024), de Aline Bernardi

Decopulagem é um trajeto de muitas dobras, um origami do meu corpo em movimento no mundo. É o meu desejo e ímpeto de ir na direção dos encontros que me torcem e deixam meus ossos vibrando. Este livro-performance é uma artesania, uma alfaiataria e uma andarilhagem das perguntas que surgem quando sou tocada por algo. As palavras em mim gostam de dançar, com as sinapses em espirais e quedas. Talvez por isso uma inclinação pela poesia tenha chegado na minha infância.

Este livro é um gesto de continuidade da relação com perguntas que insistem em mover a minha inquietação: o que se pensa quando se move? É possível escrever em movimento? Qual a implicação do corpo durante o ato de escrever? O delírio de persistir em uma escrita dançada foi ecoando e escolhi fazer 33 prosas poéticas. Experimentei horas de laboratórios de escrita em movimento até que aos poucos consegui contornar alguns percursos para materializar as prosas de cada títere. A Artesã é moldada pelas vozes e corpos de pessoas e artistas que inauguram espaços em minha dança. A Alfaiate oferece um canal de escuta atenta e aberta para o tema da maternidade, em diálogo com 9 mães, 1 pai e um cisto ovariano de dimensão fetal. A Andarilha é uma tessitura entre lugares que me proporcionaram metamorfoses, incluindo os sonhos como lugares vividos.

Decopulagem é meu primeiro livro, lançado em 2019 através de uma edição de ateliê (180 exemplares esgotados), com capa e contracapa de argila, ilustrações desenhadas uma a uma, tendo um envelope de feltro, na cor café, para armazenar e guardar o livro. Nesta segunda edição, feita com a Ed. Caseira, criamos uma adaptação com uma luva de papel texturizado, escolhemos algumas das ilustrações, aplicadas com técnica de serigrafia, para compor capa e contracapa. O miolo se manteve o mais fidedigno possível à concepção: folhas soltas, com proposições de dobras e picotes, inspirados nos Bichos de Lygia Clark, para convidar leitoras(es) ao entrelaçamento das prosas, ao montar e desmontar sentidos, criando móbiles poéticos. As prosas são feitas para brincar, dobrar, inventar formas, cortar, amassar, pendurar, costurar, e seguir descobrindo relações com palavras tortas, retorcidas, contorcidas, alongadas, contraídas, expandidas, espiraladas.

Ilustrações: Kammal João

17h30 - Aline Bernardi Galope Palestra
Local: Cine Aruanda/CCTA

Palestra - Performance de Aline Bernardi (PPGAC/UFRJ).


Galope se faz enquanto um corpo relacional e intensivo que reconhece a vida como um processo contínuo de interdependência entre as espécies. As raízes desta palestra performance remontam a minha infância, quando morei na zona rural do oeste paulista, e tive uma convivência regular com cavalos de uma fazenda onde meu pai trabalhava. A especulação sobre o papel das alianças interespécies na regeneração da vida é entrelaçada por conceitos como interdependência, sympoiesis, precariedade, response-ability, política do cuidado, espécies companheiras.

Entendo que cultivar a arte de dar atenção às relações com seres não-humanos implica perceber os modos com que estes seres também estão atentos a nós, borrando os papéis de sujeitos e objetos já sedimentados e hierarquizados na cultura ocidental moderna, onde o modo humano de operar extrativismo e exploração se impõe sobre todos os modos de existência.

Como o cavalo me lê? Sou capaz de soltar a necessidade de controlar as “rédeas” da relação? É possível criar convivência entre humanos e não humanos fora das lógicas de dominação e objetivação? O que aprendi quando criança no ato de cuidar, observar e cultivar a co-presença cotidiana com o cavalo Bolinha? O que posso aprender quando crio amizade com Pedro e Apolo, cavalos com os quais nutro convivência desinteressada da necessidade de utilidade? Como podemos fazer conviver nossas corporeidades, entre danças, performatividades gestuais e modos de vazar sons-palavras?

Galope oferece um emaranhado fabulativo das dimensões esburacadas da fala, do discurso e da linguagem, em busca de escapar do apetite semiotizante dominador da linguagem hegemônica do sujeito ocidental. Os neologismos da dramaturgia investigam a materialidade das palavras e das sonoridades, convoca o corpo em suas forças intensivas, cavalga afetos, cutuca a linguagem enquanto abre percepções de outras semânticas possíveis.

Se a nossa corporeidade é em si um aglomerado de espécies e se a condição de vivente depende das relações com outras vidas, me interessa abrir relações de potências entre corpos-palavras, na tentativa de tramar linguagens, dramaturgias e performatividades cênicas que estejam impregnadas e contaminadas das convivências com cavalos, moscas, gramas, fungos, alfaces, microrganismos habitantes nas tranças feitas de cabelos humanos e crinas de cavalos… e tantas mais vidas que seja possível notar.

Nascida no Rio de Janeiro, Aline Bernardi é artista-pesquisadora e docente das artes do corpo, das artes cênicas e das escritas performativas/dançadas, das práticas somáticas e das artes de improvisação: performer, bailarina, atriz, escritora, preparadora corporal, diretora de movimento, em diálogo artístico-pedagógico interespecífico com cavalos e éguas. Sua poética entrelaça artes cênicas, escritas performativas e alianças interespécies, tecendo fabulações cosmológicas que possam contribuir com a redução do protagonismo antropocêntrico. Diretora Artística do selo Celeiro Moebius. Criadora e Propositora do Lab Corpo Palavra, ambiente de experimentação das escritas em movimento, do pensamento enquanto ato corporal, da dança com a literatura. Doutoranda em Artes da Cena-PPGAC/UFRJ. Mestra em Dança-PPGDan/UFRJ e Pós Graduada em Preparação Corporal para as Artes Cênicas-Faculdade Angel Vianna. Aperfeiçoamento em Performance no F.I.A., c.e.m. de Lisboa. Idealizadora Encruzilhadas Latinoamericanas, uma plataforma de intercâmbio entre artistas latinoamericanas da dança, do teatro e da performance. Curadora, artista, docente e gestora do Entre Serras - Residências Artísticas. Autora do Livro Performance Decopulagem (livro de artista), edição de ateliê (2019), 2a edição Ed. Caseira (2024). Autora e Organizadora do livro Lab Corpo Palavra: chão para uma prática de escritas dançadas, Edições PPGDan/UFRJ, Ed Circuito (2023). Autora do livro-caderno Umbigo: poemas lunares (livro de artista), Ed Caseira (2025). Integrou elencos e colaborou com diferentes coreógrafas.os e diretoras.es, destaca-se: Tadashi Endo, Giselda Fernandes, Iara Magdaleno, Guilherme Frederico, Antônio Araújo, Lígia Tourinho, Fábio Espírito Santo, Márcio Cunha, Luisa Coser, Ana Paula Bouzas no Brasil; na América Latina com Catalina Chouhy (Uruguai), Laila Gerlestein (Argentina); Pablo Zamorano (Chile); na Europa com Sophia Neuparth e Margarida Agostinho (Portugal); Cia La Truc (França), Dasha Lavrennikov (Espanha); e Alisson Moore, do Canadá. Recentemente integrou a Residência Corpo Adubo, no Palácio de Cultura Sônia Cabral (2025); e a Residência Artística no Chaillot - Theatre National de la Danse em Paris (2024). Sua produção em espetáculos e videodança/videoarte, e sua atuação pedagógica circulou em diferentes cidades do Brasil. Internacionalmente participou de festivais e congressos no Chile, França, Equador, Espanha, Inglaterra, Argentina, Uruguai, Colômbia, Portugal, Canadá, Itália, Índia, EUA e Grécia.

18h00 - Orquestra de Pandeiros da Paraíba Orquestra de Pandeiros da Paraíba Apresentação Artística
Orquestra de Pandeiros da Paraíba
Local: Pracinha do CCTA/UFPB

A Orquestra de Pandeiros da Paraíba, é uma iniciativa pioneira coordenada e regida por Mariana Rampazzo, que nasceu, oficialmente, no dia Dia Internacional da Mulher (8 de maio) de 2024.

Inicialmente como um projeto de extensão vinculado ao LAPER - Laboratório de Rítmica e Percussão da UFPB, a Orquestra abraça pessoas das mais diversas caminhadas de vida, que partilham de um desejo vivo e comum de criar algo bonito e potente que só uma orquestra de pandeiros pode manifestar, criando comunidade, amizades e muitos momentos de alegria regados a ritmos que vão do baião ao ijexá, da ciranda ao samba, do côco ao xote.

09h00 - Clarice Compasso, Marina Gallo Trajetórias de cuidado: feminismos como lugar de encontro Palestra
Local: Cine Aruanda/CCTA

Palestra de Marina Gallo (i2ADS/FBAUP), seguida de debate com Clarice Compasso (PPGC/UFPB).

Nesta fala, proponho revisitar a trajetória dos Encontros Perspectivas Feministas na Investigação, compreendendo-os como espaços de partilha, criação e construção coletiva de conhecimento. A partir das experiências que deram origem às primeiras edições — e que agora desdobram este III Encontro — procuro refletir sobre como esses espaços emergem de desejos comuns, alianças afetivas e da necessidade de produzir metodologias que nos permitam pensar, criar e existir juntas no campo da arte e da investigação.

Falo dos encontros como práticas feministas que se fazem na relação: nos gestos de apoio, nas escutas, nas redes que se ampliam e se transformam. Nesse percurso, reconheço a importância das parcerias que sustentaram e dão continuidade a este projeto, em especial a colaboração com Isabella Valle, com quem tenho compartilhado reflexões e criações — entre elas a publicação O cuidado como ferramenta de pesquisa, que marcou de forma significativa o sentido coletivo deste caminho.

A partir dessa trajetória comum, interligo feminismos e modos de fazer, recuperando as influências teóricas que nos acompanham — de Audre Lorde a bell hooks, de Joan Tronto a Sara Ahmed — não como molduras fixas, mas como companheiras de pensamento que nos ajudam a compreender que os encontros não são apenas eventos, mas processos contínuos de reexistência. São lugares onde criamos metodologias situadas, sustentadas pela potência do comum, pela diversidade das experiências e pelo compromisso com formas plurais de produzir saber.

Marina Gallo é investigadora júnior integrada do i2ADS - Instituto de Investigação em Arte Design e Sociedade, da FBAUP - Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Olindense, bailarina e mãe de Nalu, atualmente é bolseira de investigação com atuação na Gestão Editorial (i2ADS Edições e Livraria i2ADS). A sua investigação enquadra-se no grupo de interesse ID_CAI - IDENTIDADES_Colectivo de Acção/Investigação do i2ADS, trabalhando questões de gênero, decoloniais e antidiscriminatórias no campo das Artes Visuais. Faz parte da enREDE – Rede Internacional de Investigação em Artes, Educação Artística e Arte/Educação, uma rede de colaboração na investigação anticolonial, antidiscriminatória e anticapitalista. No seu percurso acadêmico, fez o Doutoramento em Design (2021-UFPE), o Mestrado em Artes Visuais (2015-UFPE), ambas com Bolsas de Investigação (CAPES), e a Licenciatura em Comunicação Social-Jornalismo (2011- UNICAP).

Clarice Compasso é fotógrafa e pesquisadora. Está atualmente no mestrado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba. Natural de Recife, Clarice se formou em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco em 2006 e desde 2012 está no campo da fotografia. Há mais de 10 anos, dedica sua fotografia como uma ferramenta para a autoestima de mulheres, em retratos sensuais femininos.

10h00 Intervalo Coffee break
Local: Hall do Cine Aruanda/CCTA

Pausa breve na programação

10h30 - Carolina Laranjeira Ondas da Terra Apresentação Artística
Local: Espaço aberto por trás do DEMID/TV UFPB

Performance - Conversa de Carolina Laranjeira (Prof-Artes / UFPB).

Uma conversa dançada com sons, memórias e movimentos dos encontros com Mestre Pelé, e sua ciranda, e Dona Mariinha e seu quintal, mestres dos saberes da terra e do território Potiguara. Conduzida por modos de criar a partir do Movimento Autêntico, danço e sou dançada ao ouvir o silêncio e observar o espaço vazio. Encontro um ambiente povoado por seres e me deixo levar pela ciranda da metamorfose, sou uma, sou várias e nem sou. Nesse compartilhamento de pesquisa artística apresento trecho de um percurso que me leva da uniformidade da monocultura da cana de açúcar à policultura de saberes e viveres em roda.

Criação e atuação: Carolina Laranjeira (UFPB)

Dramaturgismo: Valéria Vicente (UFPB)

Colaboração: Cacá Fonseca, Carol Diniz, Tainá Macedo e Jéssica Lana

Confecção asa: Marilene Pereira do Santos

Confecção calça: Tainá Macedo

Voz: Maria Barbosa da Silva (Dona Mariinha)

Música: Valdir Ciriaco da Silva (Mestre Pelé)

Edição de Som: Akira Takiishi, Gustavo Herrera e Luís Gabriel

Carolina Laranjeira é dançarina, coreógrafa, pesquisadora e Professora dos cursos de licenciatura em Dança, licenciatura e bacharelado em Teatro e do Mestrado Profissional em Artes (Prof-Artes) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Graduada em Dança e mestre em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e doutora em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Líder, junto com Valéria Vicente, do Grupo de Pesquisa CosMover: dança em perspectivas pluriepistêmicas. Desenvolve e orienta pesquisas abrangendo os temas: processos criativos, culturas afro e ameríndias, dramaturgia da dança e estados corporais nos âmbitos artísticos e educacionais.

11h30 - Olga Wanderley, Manuela Galindo Pode me chamar de feminista Palestra
Local: Cine Aruanda/CCTA

Palestra de Manuela Galindo (PPGCOM/UFF), seguido de debate com Olga Wanderley (PPGCOM/UFPE).

Pode me chamar de feminista é um projeto de retratos que busca construir um registro amplo e atual dos feminismos no Brasil. O projeto reúne mulheres que se afirmam como feministas em diferentes trajetórias e contextos, criando um registro visual que combina memória, documentação e tomada de posição. Ao fotografá-las em ambientes que fazem parte de suas vidas, o projeto se propõe a disputar sentidos em torno da palavra "feminista", descartar estereótipos e tornar visível a pluralidade de experiências que compõem o movimento feminista hoje.

Manuela Arruda Galindo é fotógrafa e comunicadora. Nasceu em Caruaru, no Agreste pernambucano. Sua caminhada inclui projetos que vão das artes visuais à mobilização, passando pela realização de intervenções urbanas e criação de jogos, sempre a partir de um viés feminista. Acredita na importância de registrar e difundir a luta das mulheres por direitos, como estratégia de memória e de imaginação de outros mundos possíveis.

Olga Wanderley é fotógrafa, pesquisadora e professora. Mestra em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco, investiga, desde 2015, as interseções entre performance e os dispositivos de imagem técnica. Interessada na criação artística de mulheres, tem dedicado suas pesquisas à produção de visualidades sobre o feminino, por meio da autorrepresentação e escritas de si. Integra diversos projetos de formação nas áreas de fotografia, cultura visual e arte contemporânea, tais como o Grupo de Estudos Imagens e Feminismos – GIF (2021-2025) e a oficina Performar a Si: o corpo-ação na fotografia feminista (2024). Atualmente é educadora no Laboratório Audivisual do Centro Marta Almeida - Secretaria da Mulher do Recife.

12h30 Intervalo Almoço
Local: Bistrô Mariwô (equipe)

Pausa de duas horas na programação.

14h30 - Bárbara Santos Tem o de cumê? Partilhando saberes de arte-vida. Oficina
Local: Espaço Capela Universitária (em frente à TV-UFPB)

Oficina - Performance de Bárbara Santos (DAC/UFPB). Atividade com espaço limitado a 30 pessoas.

Cozinhar pode ser uma experiência coletiva que ativa vínculos afetivos e memórias, instaura estados de dança e evidencia aspectos da interculturalidade presentes na comida. Esta ação [per]formativa favorece apresentar a cozinha como uma tecnologia ancestral, um campo prático e de cuidado.

Bárbara Conceição Santos da Silva (Bárbara Santos) é mãe, artista- docente e pesquisadora com formação em dança pela Universidade Federal da Bahia/UFBA (Graduação, Especialização e Mestrado), doutora em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/Unirio e docente do Departamento de Artes Cênicas da Universidade Federal da Paraíba. É também Instrutora do Método Pilates há 25 anos e estudiosa da Disciplina do Movimento Autêntico. Está interessada no cuidado como uma prática performativa.

16h00 Intervalo Coffee break
Local: Hall do Cine Aruanda/CCTA

Pausa breve na programação

16h20 - Agda Aquino, Andresa Alves, Sabrina Fernandes Melo Mulheres fotojornalistas e artistas visuais na Paraíba Mesa-redonda
Local: Cine Aruanda/CCTA

Painel com Sabrina Fernandes Melo (PPGAV/UFPB) e Agda Aquino (PPJ/UFPB), seguido de debate com Andresa Alves (PPGC/UFPB).

Mulheres Artistas na Paraíba: Trajetórias, Processos e Espaços de Criação com Sabrina Fernandes Melo

Esta comunicação discute trajetórias, processos criativos e diferentes espaços de criação de mulheres artistas na Paraíba, a partir do projeto “Mulheres Artistas Visuais na Paraíba”. A fala apresenta três estudos de caso — Amelinha Theorga, Helle Bessa e Marlene Almeida — que evidenciam diferentes trajetórias e modos de produção artística na história da arte paraibana.

Sabrina Fernandes Melo é Historiadora e Museóloga. Professora no Departamento de Artes Visuais da UFPB e no - PPGAV/UFPB/UFPE. Pós Doutora em História com pesquisa realizada na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, Portugal. Dedica-se à pesquisa nas áreas de História, Teoria e Crítica de Arte.

Mulheres no fotojornalismo paraibano: trajetórias, acervos e visibilidades com Agda Aquino

A apresentação aborda algumas pesquisas em andamento que mapeiam a presença e as contribuições de fotojornalistas que atuam ou já atuaram no fotojornalismo paraibano, em especial nas cidade de João Pessoa e Campina Grande. A ideia é evidenciar as trajetórias dessas mulheres, explorar os acervos existentes e reforçar a importância de dar visibilidade a essas profissionais do passado e do presente.

Agda Aquino é professora e pesquisadora de Jornalismo, com ênfase na Pedagogia do Jornalismo e do Fotojornalismo, Diretrizes Curriculares e Projetos Pedagógicos dos cursos de Jornalismo do Brasil. É docente e atual coordenadora do curso de Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba. Coordena o GT de Projetos Pedagógicos e Metodologias de Ensino da ABEJ e é vice-coordenadora do Grupo de Pesquisa em Fotografia do Intercom. Tem experiência profissional em fotojornalismo, fotografia documental, de moda e experimental, retratos, de shows, montagem de exposições fotográficas, curadorias, juris e comissões julgadoras de concursos fotográficos, jornalísticos e universitários. Também atuou em Telejornalismo (produtora, editora e repórter da TV Cabo Branco/Rede Globo), jornais impressos, revistas, portais de notícias e assessorias de imprensa. É autora do livro "Lições de fotografia para fazer em casa: técnicas, composição e criatividade". Suas pesquisas atuais miram na interlocução do Ensino de Fotojornalismo com: o mercado de trabalho, questões de gênero, educação midiática, legislação da profissão e da educação em jornalismo, imagens geradas por inteligência artificial e outras tecnologias emergentes.

Andresa Alves é Jornalista formada pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e mestranda em Comunicação pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com foco em estudos sobre gênero, fotojornalismo e memória.

17h30 - Isabella Valle, Marina Gallo Apresentações Editoriais Lançamento de Livro
Local: Cine Aruanda/CCTA

Lançamento dos títulos:

O cuidado como ferramenta de pesquisa - caminhos sustentáveis para a criação artística (Edições i2ADS, 2025), de Isabella Valle e Marina Gallo

A publicação reúne textos do I Encontro Perspetivas Feministas na Investigação, em dois volumes: o primeiro, contém a fala de abertura de Marina Gallo e a conferência de Isabella Valle; o segundo apresenta as vozes de Danielle Fernandes, Letícia Maia, Nara Rosetto e Helena Maria Cosi, em formatos distintos — ensaio, relato, evocação poética e reflexão crítica. A forma da publicação — dois cadernos justapostos, que se encontram — espelha também o que aconteceu ali: múltiplas entradas e saídas, vozes diferentes que constroem juntas. O livro é o oitavo número da série “Desajustados, Coleção de Textos Falados”, que o i2ADS edições publica no intuito de espalhar na forma escrita alguma das oralidades oferecidas em eventos diversos que a FBAUP e o movimento intercultural IDENTIDADES acolheu e que assim sobrevivem ao esquecimento.

Fotógrafas: uma ciranda no Recife (Cepe, 2025), de Isabella Valle

Resultado de uma pesquisa pioneira, o livro reúne depoimentos e imagens de mais de 40 fotógrafas, compondo uma narrativa crítica e sensível sobre arte, memória e gênero. Em formato duplo — livro-texto e fotolivro —, Fotógrafas dialoga com o público interessado em fotografia, artes visuais, estudos de gênero, memória cultural e história social. Por seu caráter inovador e abrangente, a obra tem grande potencial de circulação, alcançando desde leitores de não ficção e pesquisa até apreciadores da fotografia e da produção artística contemporânea. O livro é uma publicação da Cepe Editora, possui edição de texto de Fabiana Moraes, prefácio de Nair Benedicto e projeto gráfico de Isabella Alves.

18h00 - Vó Mera e Suas Netinhas Vó Mera e Suas Netinhas Apresentação Artística
Vó Mera e Suas Netinhas
Local: Pracinha do CCTA/UFPB

Domerina Nicolau da Silva nasceu em 1934, em Alagoinha (PB), onde se apaixonou pelo coco de roda. Com a voz afinada e tocando um ganzá, desde garota expressou seu talento e escreveu as primeiras cirandas. Comandando seu grupo formado só por mulheres, hoje é condecorada pelo Governo Federal como Comendadora da Cultura e reconhecida como Mestra da Cultura Popular Paraibana. Vó Mera é uma multiartista e atualmente também promove festejos culturais em João Pessoa, onde mora.

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Local

Centro de Comunicação, Turismo e Artes da Universidade Federal da Paraíba (CCTA - UFPB), 58050-585, Via Expressa Padre Zé, Castelo Branco, João Pessoa, Paraíba
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Organizador

TATO - Laboratório de Pesquisas em Imagens, Corpos e Afecções

https://www.instagram.com/labtato
https://www.youtube.com/@labtato
http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/811678