As secas prolongadas podem resultar em enormes impactos econômicos, ambientais e relacionados à saúde. Por isso, é fundamental o domínio das tecnologias mais sofisticadas de monitoramento e alerta precoce desses eventos climáticos, visando o planejamento e a gestão estratégica do risco de secas.
O Seminário “Gestão do Risco de Secas no Brasil” e o Treinamento Avançado “Tecnologias de Sensoriamento Remoto para Monitoramento de Secas” surgiram para atender a uma demanda de diversos setores da comunidade científica, de instâncias governamentais e da sociedade civil por capacitação na área de monitoramento das secas.
A publicação do Livro “Um século de secas: por que as políticas hídricas não transformaram o Semiárido brasileiro?” aproximou o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS) de diversos atores sociais e institucionais interessados em treinamento avançado para a gestão sustentável do risco de secas. Em particular, sobre as tecnologias de Sensoriamento Remoto consideradas mais avançadas para o monitoramento das secas no Brasil.
O conhecimento acumulado e a experiência desenvolvida pelo LAPIS em capacitação de pessoas na área de satélites, contando para isso com uma equipe de profissionais altamente qualificada, e a crescente procura por treinamentos nessa área, colocou como nossa principal missão contribuir para a independência tecnológica dos usuários na recepção, análise e disseminação de dados e produtos de satélites pelo Sistema EUMETCast. Para isso, no Brasil, como em outros países da América Latina, temos contado com o apoio imprescindível da Organização Europeia para Satélites Meteorológicos (EUMETSAT).
No ano passado, o LAPIS e a EUMETSAT realizaram o 1º Seminário Conservação da Caatinga Frente às Secas, à Desertificação e às Mudanças Climáticas (SMC3), tendo alcançado um sucesso de público e um significativo impacto internacional. Desse evento, percebeu-se a importância de um treinamento para tratar especificamente de secas.
Em 2017, o LAPIS também foi convidado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para liderar a elaboração do Relatório Especial do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), no tema específico de degradação ambiental.
Nesse contexto, a realização deste evento inédito visa contribuir para a autonomia dos participantes na gestão estratégica das secas no Brasil, tanto do ponto de vista científico quanto tecnológico, difundindo informações, metodologias e tecnologias atuais consideradas mais relevantes na área.
Os participantes terão a oportunidade de dialogar com profissionais que desenvolvem experiências exitosas na gestão das secas no Nordeste brasileiro e com especialistas nas tecnologias mais avançadas de Sensoriamento Remoto para o monitoramento das secas.
Assim, o evento está estruturado em dois módulos:
05 de novembro de 2018
MÓDULO I: Uma abordagem da ciência para gestão do risco de secas no Brasil
Nesta sessão, serão abordadas experiências de monitoramento comunitário dos recursos hídricos e gestão da seca; uso de plataformas científicas no apoio a projetos promovidos pela comunidade;
e desenvolvimento de tecnologias de detecção e comunicação para monitoramento de secas.
06 e 07 de novembro de 2018
MÓDULO II: Monitoramento de secas por meio de imagens de satélites e geoprocessamento
Esta sessão trará uma visão geral da classificação das secas, uma introdução às ferramentas de monitoramento de secas na web, uma demonstração das ferramentas de visualização de dados de secas e terminará com um exercício para os participantes praticarem o download de dados.
Também incluirá uma demonstração de produtos de satélites, como umidade do solo, Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), acesso e visualização dos dados da evapotranspiração (ET). Serão trabalhados estudos de caso para demonstrar como os participantes podem analisar as condições de secas em áreas específicas. Também será destacado uma visão geral sobre o uso do Sistema EUMETCast África para aquisição de dados ambientais.
Objetivo geral:
Capacitar os participantes para terem maior autonomia no monitoramento das condições de secas e na avaliação dos seus impactos em diferentes ecossistemas, utilizando dados como precipitação, umidade dos solos e índice de vegetação, especialmente do Sistema EUMETCast África.
Objetivos específicos:
- Capacitar os participantes em extração, recepção, preparação e difusão de dados de satélites, via sistema EUMETCast África;
- Fortalecer a capacidade do uso de Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informações Geográficas (SIG) para monitoramento de secas;
- Fornecer uma visão mais aprofundada em desenvolvimentos recentes em relação ao processamento de imagens multitemporais de satélites para aplicações de secas;
- Utilizar os dados do serviço EUMETCast África, bem como aqueles de provedores de dados externos, em tempo real, para aplicações relevantes relacionadas ao monitoramento de secas.
Como?
O treinamento fornecerá uma visão ampliada da classificação das secas, bem como uma introdução às principais ferramentas baseadas em plataformas Web para monitoramento e gestão das secas. As palestras serão seguidas de demonstrações práticas de acesso e visualização de dados.
Quais impactos?
Hoje em dia, as práticas de gestão ambiental carecem da utilização de novas tecnologias que incluam sistemas de observação integrada se tornem ferramentas de extrema utilidade para fornecer informações sobre os ecossistemas e os recursos hídricos.
Assim, o participante do evento irá ampliar seus conhecimentos para entender como o Sensoriamento Remoto é uma ferramenta fundamental para monitorar as secas e permitir sua gestão estratégica; também irá adquirir competências para a produção de imagens e produtos de Sensoriamento Remoto para a gestão das secas, tornando-se ainda capaz de analisar dados de secas e calcular anomalias dentro de um software geoespacial.
Públicos:
Organizações regionais, estaduais, federais e internacionais interessadas em usar o Sensoriamento Remoto para monitorar as secas. Organizações profissionais dos setores público e privado envolvidas na gestão e monitoramento ambiental terão preferência sobre organizações focadas principalmente em pesquisa.
DATAS IMPORTANTES
Prazo máximo para fazer sua inscrição: | 02 de novembro de 2018 |
Prazo máximo para efetuar o pagamento: | 02 de novembro de 2018 |
Abertura do evento: | 05 de novembro de 2018 |
Encerramento do evento: | 07 de novembro de 2018 |
Publicação online dos certificados: | 20 de novembro de 2018 |