COMO FAZER LABORATÓRIOS?
A história dos processos gráficos e das mídias físicas não é a mesma desde a criação e difusão da internet, mas antes da “digitalização das mídias” a prática de produção de zines surgiu como uma potente ferramenta de democratização, experimentação e circulação de diversas linguagens artísticas, visões políticas e informações no geral. Muito difundida no movimento punk, a fanzine também tem sua origem nos clubes literários de ficção científica, sempre apresentando catactéricias de uma vontade pessoal em sua produção. (...)
Nessa edição o Transzine-se: Laboratório de Fanzines volta-se para seu aspecto experimental, explorando o seu lado laboratorial - O que se faz em um laboratório? - Desde ao ateliê às ruas, ou qualquer espaço de produção e experimentação, essa edição propõe aos participantes uma imersão nos exercícios práticos em busca de investigar as possibilidades de transformação plásticas, poéticas e conceituais.
Em um mundo onde histórias como o Médico e o Monstro são escritas, o Transzine-se propõe outras construções de narrativas que tensionam os processos de criação e transformação: onde a experimentação percorre tanto Paul B Preciado e Maria Léo Araruna.
Transzine-se convida todas as corporeidades para experienciar processos de um laboratório transvestigenere em um novo formato. Com projeto pedagógico de Yná Kabe Rodríguez Olfenza, a edição de 2024 traz quatro turmas e acontecerá de forma híbrida, com encontros online e encontros presenciais no Espaço Cultural Renato Russo - 508 sul em Brasília-DF. Cada turma trabalhará a partir de diferentes temáticas e com a provocação de arte-educadories trans, com uma aula inaugal online e aulas presenciais, além de um sarau de encerramento com programação própria.
* Para cada turma teremos 5 bolsas permanêcia no valor de R$300,00, basta informar no formulário de inscrição caso queira se candidatar para uma das bolsas
IV TURMA: LIVRO DE ARTISTA
“O corpo é um diário?"
Com Bento Be Leite, Romulo Barros e Yná Kabe Rodríguez
Resumo da oficina:
Partindo de experimentações através da produção de livros artesanais, es alunes irão desenvolver propostas gráficas conceituais a partir de quatro formatos de publicações diferentes (entre livros, álbuns, cadernos e livretos).Associando o corpo como diário, o módulo traz o livro de artista a partir das vivências e afetos (físicos e poéticos) formulado pela experimentação entre página-vida. Se nossa identidade e subjetividade fossem um livro, como ele seria?
Iremos explorar a colagem como construção de imagens e textos; as intervenções que os processos gráficos geram nas páginas; a concepção do livro de artista através do desenho do formato do livro, além de exercícios de cópia, replicação e as poéticas das experimentações gráficas e conceituais na arte contemporânea.
Grade horária
24/8 - AULA INAUGURAL ONLINE com Bento Be Leite
25/8 - horário 14h às 18h - presencial no Centro Cultural Renato Russo
31/8 - horário 14h às 18h - presencial no Centro Cultural Renato Russo
1/9 - horário 14h às 20h. - presencial no Centro Cultural Renato Russo
Sobre os ministrantes
Bento Ben Leite nasceu em Fortaleza em 1990, bacharel em Artes Plásticas na Universidade de Brasília. Concentra os estudos em pintura, desenho e cinema; a colagem é o que guia o processo criativo, abordando temas íntimos como a violência de gênero, o conflito, o cotidiano, o amor, questões sobre gênero, sexualidade e a família tlgbqi+. A música aparece nos trabalhos como trilha de imagens que são metáforas para a vida do artista. Desde 2018 vende roupas e outros produtos com suas artes pela Pior Grife.
Yná Kabe Rodríguez, Recanto das Emas-DF. Bacharela em Artes Visuais pela Universidade de Brasília onde também concluiu o mestrado no programa de Pós-Graduação em Arte Visuais na linha de pesquisa Métodos e Processos em Arte Contemporânea. Trabalha como artista-curadora-pesquisadora, ocupando o cargo de secretária na SEC-EIB (Secretaria para o Desenvolvimento da Primeira Escola de Indisciplina do Brasil) e atua como produtora da Cultura Ballroom brasileira com o projeto Grand Prize e é mother na Kiki House of Cyclone.
Romulo Barros nasceu e cresceu no interior de Minas Gerais, onde os padrões de comportamento culminam na repetição das histórias locais. Observa essas experiências e as insere em sua produção. Questiona sempre a própria identidade e cria com sua perspectiva única. Um ser que busca, em si, em sua memória e ancestralidade, relações de afeto, vínculo, fluxo e refluxo. Atualmente tem uma produção artística que perambula pelos campos da pintura, instalação, escultura e gravura.