Local: Comunicações - Arte, Política e Psicanálise [Painel 1]
Mediador: Davi Tito e Kévenni
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Pensar poeticamente: transgressões com Walter Benjamim
Pablo Vinícius Dias Siqueira | Universidade Estadual de Campinas
O objetivo principal da presente proposta é pensar a escrita filosófica de Walter Benjamin (1892-1940). A escrita benjaminiana se faz com transgressões filosóficas que desmancham hierarquias e sujeições históricas e estimulam ações reflexivas voltadas para a desobediência e a subversão. Com tais questões em cena, considero, sobretudo, o ensaio Rua de mão única – Infância berlinense: 1900 para evidenciar o comprometimento de Benjamin com uma filosofia que encoraja transgressões no campo artístico, filosófico e no campo da vida, afinal, a vida de Benjamin reúne muitas transgressões. As formas filosóficas que Benjamin elabora para apresentar o próprio pensamento são orientadas no sentido de transgredir todo sistema dominante – seja um sistema filosófico, um sistema econômico, um sistema político e, certamente, os sistemas autoritários. Nesse sentido, com Benjamin, o pensamento se faz com transgressões filosóficas que alimentam uma escrita iconoclasta. Não há qualquer intuito de investigar uma questão ou um tema, ou mesmo um conceito, exaustivamente, a ponto esgotá-los. A proposta é simplesmente filosofar com Benjamin e com o pensamento transgressor desse filósofo.
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Sobre a dissolução da aura da obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica em Walter Benjamin
Isadora Cardoso Fernandes | Universidade Estadual da Paraíba
Thiago Gomes da Silva Nunes
O respectivo texto, de cunho bibliográfico, parte da reflexão acerca do ensaio escrito pelo filósofo frankfurtiano Walter Benjamin. No ensaio A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica (1975), Benjamin reflete acerca das consequências desencadeadas pelo advento da tecnologia e seus modos de reprodução técnica. Logo, pretendemos abordar pontos fulcrais da sua estética materialista, bem como elucidar suas principais concepções acerca da obra de arte na era de sua reprodução mecânica/técnica, ao qual ele aponta para o fim da estética tradicional e incide luz aos novos rumos da arte. Nesse sentido, o filósofo aponta que a reprodutibilidade técnica possibilitou a dissolução da “aura” da obra de arte e, por conseguinte, ocasionou na perda da sua autenticidade, do seu caráter único, ou seja, do seu “hic et nunc”. Portanto, tal modificação resultaria na troca da noção de valor de culto em detrimento do valor de exposição da própria arte, a partir da sua possibilidade de se reproduzir de forma técnica e, consequentemente, desenfreada. A obra de arte passa então a ser massificada e dentre inúmeras consequências, estaria sua total desvinculação da noção de arte em seu sentido originário, sendo transformada em um bem de consumo como qualquer outro, reproduzida visando unicamente o lucro, adquirindo ainda, uma função política. À vista disso, propomos analisar a noção do filósofo acerca de tais fenômenos.
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A arte como utopia em Ernst Bloch
Jadismar de Lima Figueiredo | Universidade Federal da Paraíba
Ernst Bloch, em sua obra O Princípio Esperança, constroi a ideia de que a utopia não deve ser uma mera forma de desejar o irrealizável, o autor destaca que a utopia se enquadra em uma ordem do concreto. Sonhar acordado acaba se tornando uma utopia quando o que se quer alcançar parece muito distante de uma realidade próxima ao homem. Assim, na proporção que se pode afirmar que o sonhopode ser enquadrado como uma utopia, é possível dizer que, segundo Bloch, a utopia permeia o campo artistístico em que aquele que cria sua arte, cria também uma utopia, não como mera forma de inanimada de artes, mas como exteriorização de um sonho que ultrapassa utopias e se concretiza. O presente trabalho, portanto, busca a discussão feita por Ernst Bloch sobre as artes dentre um ditame utópico, objetivando caracterizar as representaçãoes artística como construção de sonhos.