Corpo e Sintoma, eis o tema que nos convoca ao trabalho no ano de 2019 cuja importância se justifica por fazer parte de nosso cotidiano da clínica. Somos relançados a pensar e a trabalhar com o tema desde o momento em que recebemos candidatos a uma análise. Estes se queixam de sintomas que os acometem em suas existências. Buscam a compreensão disso que lhes imprime sofrimento e, por se tratar ainda de um sintoma-signo, demandam um conforto daquele que escolheu como possível analista. Este, por sua vez, tem o encargo de elevar esse sintoma-signo a seu estatuto de significante (S1), isto é, de desarticula-lo dos sentidos (S2) que carrega instalando uma fratura entre seu saber e sua verdade ($). Ponto movente e decisivo, pois de candidato à análise pode se tornar um analisante de fato. O analista, doravante, além de ser o destinatário desse enigma deve saber manejar o tratamento criando as condições que levam o analisante a se desembaraçar desse sintoma. Novas questões surgem nesse momento. Qual a direção do tratamento deve ser tomada? O que é o fim, enquanto término e finalidade, de um tratamento? O que é, afinal, o sintoma? Entendo que a resposta para tais questões irá depender da forma como cada um de nós articula o sintoma com outros conceitos, e, em nossa proposta, com o corpo. Corpo que, tampouco, se resume a res-extensa cartesiana. Mas trata-se uma superfície em que alíngua deixa marcas produzindo efeitos, sendo o sintoma um desses. É nessa conjuntura que, com muito entusiasmo, faço o convite para trabalharmos em torno de questões centrais que norteiam e guiam a nossa clínica.
Edinei Suzuki