Quando se pensa em jardim, imagina-se um espaço vegetado, artístico ou não. No entanto, quando criado com intenção arquitetônica e vegetal, o jardim é considerado, segundo René Pechère, uma obra de arte viva, em constante transformação. Sendo assim, ao ser reconhecido como histórico e como monumento vivo, ele exige cuidados específicos de conservação para manter sua integridade, autenticidade e valor patrimonial. Contudo, por ser uma obra viva e efêmera, sua preservação é complexa, especialmente porque ainda se tenta aplicar a ele teorias da conservação arquitetônica, apesar das diferenças de material. Jardins históricos, infelizmente, ainda não recebem o mesmo reconhecimento que outros bens culturais. Em resposta a isso, surgiu a Rede Brasileira de Jardins e Paisagens, que passou a defender não só os jardins históricos, mas também as paisagens culturais. Desde 2010, foram realizados diversos eventos e reuniões, com destaque para as cinco edições do Encontro de Gestores de Jardins Históricos.
Ante os desafios econômicos e reestruturação das organizações educacionais e patrimoniais, esse momento chega em 2025 com a retomada do evento. Assim, o Laboratório da Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco, entre os dias 26/11/2025 a 29/11/2025 sedia o VII Encontro Nacional de Gestores de Jardins Históricos que traz como mote os 15 anos da Carta dos Jardins Históricos Brasileiros dita Carta de Juiz de Fora, uma fato inédito no Brasil. Para tanto, serão abordados os seguintes eixos temáticos: (i) história e historiografia de Jardins Históricos; (ii) conservação de Jardins Históricos; (iii) Jardim Histórico e Planejamento da Paisagem e (iv) Jardim Histórico e as questões ambientais.
O Encontro Nacional de Gestores de Jardins Históricos chega em uma boa hora na cidade do Recife e suscitará debates que irão contribuir significativamente na elaboração dos Planos de Gestão da Conservação e dos Planos de Manejo específicos para cada Jardim Histórico. Tais planos estão sendo elaborados com a participação do Laboratório da Paisagem da UFPE, da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura do Recife, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e da sociedade civil.