Esta oficina pretende promover a análise e a discussão sobre a memória da fala e da expressão social, proporcionando aos participantes o conhecimento  da tradição popular através de narrativas e saberes da comunidade. E estabelecer a distinção entre a oralidade e a escrita, afinal depoimentos podem conter dimensões simbólicas importantes, onde se expressa o social. Propõe explorar diferentes visões de mundo através da criação por cada participante, de um “Fanzine”, entendido  como pequenas publicações ou revistas, feitas de forma divertida e independente, com o objetivo de passar ideias, ao garantir a voz de todos/as. A reflexão se inicia na perspectiva de que a expressão individual é caudatária de um idioma geral e que  se aprende a compreender e a classificar as sensações e a entender o significado das coisas, somente ao pensar e usar a  estrutura da cultura, quando tradição e imaginação podem combinar-se para produzir novas expressões e memórias. Essas são seleção e reelaboração de elementos e componentes da experiência, que tornam-se  inteligíveis através de determinados fios narrativos. Memórias narradas compõem a identidade de quem lembra, pois muito embora sociais, cada conjunto só pode pertencer a uma pessoa. E toda narrativa apresenta-se como a versão possível de um ponto de vista sobre algo, de acordo com os códigos escolhidos e a disposição dos autores em determinada época. Assim a elaboração de um Fanzine ao expressar a leitura de um ritual, um conto popular, uma superstição, uma lenda, uma imagem ou uma cidade traz o simbólico e a  memória organizados em narrativa,  expondo as relações entre diversos códigos. A proposta desta oficina é o exercício da realização de leituras e seus significados, ao passar do texto ao contexto e voltar ao primeiro para  abrir caminhos até a criação de novas formas de expressão, universos de memórias significativas elaboradas e apresentadas em pequenas publicações.

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