A Semana da Integração teve início em 2012 com o objetivo de compartilhar conhecimentos produzidos nos cursos de Pedagogia e de Letras, na UnU Inhumas. Com o passar dos anos, esse objetivo estendeu-se ao curso de Psicologia. Atualmente, a Semana da Integração congrega seis eventos locais que envolvem acadêmicos das licenciaturas e do bacharelado, discentes dos programas de especialização e do Mestrado, professores e comunidade local interessados em discutir educação, profissão docente, políticas públicas e demais campos temáticos que pautam a formação profissional.
A Semana da Integração, em sua XII edição, congrega a XXIII Semana da Pedagogia, a XXI Semana de Letras, a V Semana de Psicologia, a IV Semana do PPGE, o IX Simpósio de Pesquisa e Extensão (SIMPEX) e o II Encontro de Egressos do PPGE, com o intuito de socializar produções acadêmicas e científicas oriundas do ensino, da pesquisa e da extensão da UEG e de outras IES.
Neste ano, a XII SEMANA DE INTEGRAÇÃO se organiza sob o tema Direitos humanos: construindo uma sociedade de paz e, como um evento científico de abrangência regional e nacional, tem a finalidade de integrar e promover o intercâmbio entre acadêmicos, egressos, professores dos cursos de Letras, Pedagogia e Psicologia, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) e da comunidade em geral, por meio da produção científica em uma perspectiva integradora e interdisciplinar. Tem como objetivo a atualização e problematização da realidade social e educacional sob a premissa de contribuir com a formação inicial e continuada de todos os participantes.
Propomos aqui uma abordagem que permita as discussões sobre o nosso tempo, e com isso a necessidade de compreender e defender os direitos republicanos e a sustentação da democracia. A Universidade, tendo como referência os seus sentidos históricos, é o espaço para que o debate aconteça, pois ela materializa a diversidade entre os seus vários partícipes. E, também, viabiliza o respeito aos direitos humanos, isto pois, nas palavras de Bobbio (1992, p. 16), “os direitos humanos são coisas desejáveis, apesar da sua desejabilidade, não foram ainda todos eles (por toda parte e em igual medida) reconhecidos [...]”.
Destarte é fundamental um compromisso para que os Direitos Humanos sejam respeitados, mas antes é necessária a compreensão da Declaração Universal de Direitos Humanos como um pacto entre as nações para o respeito de todos e em busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Nestes aspectos, segundo Viola (2010, p. 22) a educação é um dos caminhos para viabilizar o conhecimento e com isso o compromisso com uma mudança de paradigmas
Compreender a democracia e os direitos humanos como uma construção que se faz ao longo da história, e que tem diante de si o futuro, pressupõe atribuir à educação um lugar indispensável de formação em e para os direitos humanos, na medida em que, através do ato educativo, pode-se transformar a sociedade, construir a cultura indispensável para esta transformação.
As mudanças empreendidas por meio de um conhecimento sobre os direitos humanos, bem como as formas de respeitá-los em uma sociedade diversa e desigual, é o primeiro aspecto na construção de uma sociedade democrática. O segundo é, sem dúvida, a prática que se constitui no dia a dia, na compreensão dos direitos dos outros e na ação cotidiana na defesa deles. O terceiro aspecto é o alcance social do conhecimento e das práticas iniciadas em pequenos espaços, mas que são expandidas, podendo assim modificar compreensões sociais e culturais, como é exemplo o acesso à educação para todos e o respeito à diversidade.
Na busca por reconhecimento dos direitos humanos a proposta aqui apresentada vincula-se às orientações do Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH – 3, Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos Humanos, especificamente a Diretriz 19 que propõe o Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas de educação básica, nas instituições de ensino superior e nas instituições formadoras.
A promoção de um evento desta natureza e com este tema se deve à compreensão que vivemos em um mundo em transformação; em que as situações encontradas na atualidade do campo profissional se apresentam ainda mais complexas e desafiadoras; tem-se a percepção sobre o acirramento das estratégias neoliberais na produção da vida em sociedade e das consequências encontradas no cenário social, econômico, político, cultural e educacional; tem-se também a compreensão dos extremismos e radicalismos presentes em variadas esferas sociais e que põem em risco os processos civilizatórios constituídos até então. Nesse sentido, se faz necessária a discussão de temas e questões que contribuam com a reflexão fundamentada sobre e para o trabalho de futuros e novos profissionais em todas as áreas, mas, em especial, os do campo das humanidades.
Questões prementes que estão na base do entendimento sobre a diversidade humana, sobre as desigualdades sociais, sobre processos de sociabilidade, sobre relações éticas e humanizadoras, sobre garantias dos direitos fundamentais são temas para discussões e reflexões teórico-práticas. Para tanto, a proposta do evento deste ano, procurará influir nas trajetórias acadêmicas dos participantes no sentido de, por meio do conhecimento, promover consciência da função educativa dos profissionais em formação e dos que já atuam, em particular, consciência sobre a função emancipadora que a educação ética e para os direitos humanos promove na vida dos sujeitos sociais. Desse modo, é preciso refletir sobre nossa capacidade de mobilizar variadas dimensões humanas, como a criatividade, a autonomia, a ética e estética, o senso de comunidade e coletividade, dentre outras dimensões significativas, para a (re)construção de um mundo de e para todas as pessoas.