XLI Semana de História da Universidade Federal de Juiz de Fora

Passado silenciado, legado incontornável: as múltiplas faces da mulher na História e a luta por um lugar de protagonismo

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De 1 a 5 de dezembro Todos os dias das 19h00 às 21h30

Sobre o Evento

Este evento possui transmissão ao vivo.

No livro Minha História das Mulheres, a historiadora francesa Michelle Perrot evidencia que, ao longo dos séculos, as mulheres foram sistematicamente apagadas dos registros históricos. Sua presença, quando mencionada, foi frequentemente mediada pelo olhar masculino, reduzindo-as a papéis secundários ou estereotipados. Esse silenciamento não se deu ao acaso, mas foi resultado de estruturas sociais que marginalizaram a participação feminina na vida pública, na política, na ciência e em diversas outras esferas de poder.

Ao analisar o passado, percebe-se que as mulheres sempre estiveram presentes nos processos históricos, atuando como protagonistas em revoluções, movimentos sociais, lutas trabalhistas e transformações políticas. No entanto, sua participação foi sistematicamente negligenciada ou minimizada pelos relatos oficiais, perpetuando a ideia de que a história se fez exclusivamente por mãos masculinas. Essa distorção não apenas invisibilizou as contribuições femininas, mas também reforçou um modelo historiográfico excludente, que só recentemente começou a ser questionado de maneira mais ampla.

Nos últimos anos, a História das Mulheres e os Estudos de Gênero trouxeram novas perspectivas para a historiografia, permitindo a reconstrução de narrativas que contemplam as experiências femininas em diferentes períodos e contextos. Essa abordagem não se limita a destacar figuras femininas ilustres, mas busca compreender as estruturas de poder que condicionaram suas vidas, os mecanismos de resistência que desenvolveram e as formas como desafiaram as normas impostas. Ao resgatar essas trajetórias, não apenas se repara uma lacuna histórica, mas também se questionam os alicerces que sustentaram a exclusão das mulheres dos espaços de decisão e do conhecimento.

Assim, ao propor a questão das mulheres como tema central da Semana de História, busca-se não apenas dar visibilidade a essas trajetórias, mas também fomentar um debate sobre como o apagamento histórico impacta a forma como a sociedade atual compreende o papel das mulheres. Discutir a História das Mulheres não significa apenas acrescentar novos nomes à historiografia tradicional, mas repensar criticamente os processos de exclusão e as dinâmicas de poder que moldaram as sociedades ao longo do tempo. Dessa forma, a proposta é que a XLI Semana de História se proponha a discutir os múltiplos papéis das mulheres na história, suas estratégias de resistência e os desafios enfrentados para serem reconhecidas como agentes históricas.

Palestrantes

  • Profa. Dra. Thamara Rodrigues
  • Profa. Dra. Hebe Mattos
  • Prof. Dr. Toni Morant I Ariño
  • Profa. Dra. Maria Cláudia Badan
  • Profa. Dra. Silvana Barbosa
  • Profa. Dra. Giovana Castro
  • Profa. Dra. Suelen Julio
  • Profa. Dra. Mônica Oliveira
  • Profa. Dra. Carolina Alves
  • Ma. Alessandra Germano
  • Profa. Dra. Maraliz Christo
  • Profa. Dra. Lauri Silva
  • Profa. Ma. Samara Silveira
  • Prof. Dr. Anderson Ferrari
  • Hevelly Ferreira Acruche

Programação

15h00 Credenciamento Credenciamento
Local: Hall dos Auditórios - ICH/UFJF

Credenciamento somente nos dias 01 e 02 de dezembro.

18h00 Atividade Cultural e Coffee Break Coffee break
Local: Hall dos Auditórios - ICH/UFJF

Atividade Cultural e coffee Break.

18h00 Credenciamento Credenciamento
Local: Hall dos Auditórios - ICH/UFJF

Credenciamento somente nos dias 01 e 02 de dezembro.

08h00 Simpósio Temáticos Simpósio Temático
Local: Instituto de Ciências Humanas/UFJF e Online

Cronograma Prévio dos Simpósios Temáticos na XLI Semana de História

Horário/Data

02/12/2025 (Terça-feira)

03/12/2025 (Quarta-feira)

04/12/2025 (Quinta-feira)

05/12/2025 (Sexta-feira)

08:00-12:00

Presenciais

ST02 - Visibilidades incontornáveis: as mulheres na História da Arte

Autores: Clarissa Videira Rocha de Souza; Rodrigo Felipe Fernandes; Rafael Soares dos Santos Silva; Laura Narazé Arruda.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 2

ST02 - Visibilidades incontornáveis: as mulheres na História da Arte

Autores: Clarissa Videira Rocha de Souza; Rodrigo Felipe Fernandes; Rafael Soares dos Santos Silva; Laura Narazé Arruda.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 2

ST16 - Ensino e diferença: o “eu” e o “outro” da História

Autores: Maria Beatriz de S. Thiago Ragon; Hiago Gonçalves Dias do Nascimento; Raquel Damasceno Martins dos Santos.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 2

ST16 - Ensino e diferença: o “eu” e o “outro” da História

Autores: Maria Beatriz de S. Thiago Ragon; Hiago Gonçalves Dias do Nascimento; Raquel Damasceno Martins dos Santos.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 2

ST06 - O século XX na história contemporânea: articulações entre Estados, intelectuais, movimentos e partidos políticos

Autores: Ana Julia Corrêa Ferreira; Tamires de Moura Nogueira Rosa; Juliana Nogueira Garcia Roque; Milene do Carmo Gomes.

Modalidade: Presencial.

Local: A-I-12

ST07 - Observatório da Extrema Direita: Campos historiográficos e perspectivas contemporâneas

Autores: Gabriel Benedito Machado; Mayara Balestro; Bruna Giovanna da Silva; Lavínea Oliveira da Rosa.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST18 - Memória e Violência: gênero, religião e Estado nas disputas por reconhecimento e reparação

Autores: Francisco Ramos de Farias; Pâmmela Silva Vieira Parreira; Amanda Lagemann Moura.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 1

ST21 - História Indígena e do Indigenismo no Brasil republicano (1910 - …)

Autores: Cesar de Miranda e Lemos; Vitória Luyza Cardoso Barbosa; Beatriz dos Santos da Silva.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST07 - Observatório da Extrema Direita: Campos historiográficos e perspectivas contemporâneas

Autores: Gabriel Benedito Machado; Mayara Balestro; Bruna Giovanna da Silva; Lavínea Oliveira da Rosa.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST11 - Do um ao todo, do micro ao macro: múltiplas escalas em História Social

Autores: Lucas Oliveira de Jesus; Bianca Ribeiro de Sá; Thaís do Nascimento Gonçalves; Victor José do Nascimento Custódio.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 1

ST22 - América Latina: entre a pluralidade de atores e tempos histórico

Autores: Luiza Rocha de Oliveira; Maria Eduarda Pedrete Vieira; Julia Delage Gomes Sabino.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST11 - Do um ao todo, do micro ao macro: múltiplas escalas em História Social

Autores: Lucas Oliveira de Jesus; Bianca Ribeiro de Sá; Thaís do Nascimento Gonçalves; Victor José do Nascimento Custódio.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 1

ST25 - Comunicações Livres

Coordenadoras: Beatriz Sales Dias; Dayana Oliveira.

Modalidade: Presencial

Local: A-I-12

Virtuais

ST03 - História Lésbica: Práticas, memórias e epistemologias

Autores: Jessica Marques Toledo; Joyce Mirella Alves de Souza; Julia Aleksandra Martucci Kumpera.

Modalidade: Online.

ST08 - Cultura e imprensa em circulação pelo espaço lusófono: autoritarismos e propaganda no século XX

Autores: Andrelise Gauterio Santorum; Gabriela Santi Pacheco.

Modalidade: Online.

ST12 - Tramas Sociais, Conflitos, Poder e Economia no Brasil

Autores: Vinicius Maia Cardoso; Randolpho Radsack Correa; Patricia de Oliveira Guerra Radsack Corrêa; Arthur da Costa Orlando.

Modalidade: Online.

ST01 - Violência, Gênero e Religiosidade

Autores: Tatiana Olegario da Silva; Welinaidia de Sousa Generoso.

Modalidade: Online

ST04 - História e Memória LGBTQIA+ em Minas Gerais

Autores: Ana Cecília Pereira Batista; Júlia de Castro Martins Ferreira Nogueira.

Modalidade: Online.

ST09 - Mundos do trabalho, movimentos sociais e culturas populares: experiências, reivindicações políticas e relações de gênero, raça e classe

Autor: Danilo Freire Rodrigues; Elilson Pedro Marquez Covre.

Modalidade: Online.

ST13 - Teorias da história: desafios contemporâneos do fazer historiográfico

Autores: Ricardo Vicente da Cunha Junior; Julia Ferrarezi Petrato; João Victor de Oliveira Calegari.

Modalidade: Online.

ST17 - Sujeitas e Sujeitos na História e História da Educação: periódicos, redes de sociabilidade e seus múltiplos campos de atuação.

Autores: Priscila Alves Ferreira; Diogo Piassá das Mercês; Patrícia Siqueira Marcondes.

Modalidade: Online.

ST05 - Revisitando as ditaduras e o pós-ditadura no Cone Sul: abordagens múltiplas sobre o passado que não passa

Autores: Samuel Torres Bueno; Iasmin do Prado Gomes; Isadora Silva Gomes.

Modalidade: Online.

ST10 - Olhares negros da História: raça, trabalho, sociabilidade e ativismos nos séculos XIX e XX

Autores: Chrigor Augusto Liberio; Jéssica Lopes de Assis; Maria Eloah Bernardo

Modalidade: Presencial.

ST14 - Novos olhares e novos métodos? Práticas e relações historiográficas em tempos digitais

Autores: Mateus Rezende de Andrade; Ian Kisil Marino; Maria Eduarda Taroco Vieira.

Modalidade: Online.

ST19 - Direitos Humanos, Arte e Memória: representações, silenciamentos e disputas narrativas

Autores: Amanda Muniz Oliveira; Milayne Ferraz de Azevedo; Giovanna Venturini.

Modalidade: Online.

ST15 - Ensino de História e Formação de Professores: afetos, saberes e práticas

Autores: Yara Cristina Alvim; Mariana de Oliveira Amorim.

Modalidade: Online.

ST23 - Antiguidade e Medievo: possibilidades de diálogos

Autores: Denise da Silva Menezes do Nascimento; Sofia Amélia Rego D'Andrea; Ismael da Silva Nunes; Aieska Pandolfi Monfardini.

Modalidade: Online.

ST24 - Espaços em Transformação: Colonização, Demografia e Dinâmicas Sociais (Séculos XVIII e XIX)

Autores: Igor Nogueira Lacerda; Tiago de Castro Braga; Cristian Gomes Lima.

Modalidade: Online.

ST20 - História do Esporte e das práticas corporais

Autor: Harian Pires Braga

Modalidade: Online.

Solicite o cronograma com os links de acesso no WhatsApp (32) 98855-1545 ou, caso esteja inscrito na Semana de História, verifique sua caixa de entrada ou spam do e-mail.

12h00 Almoço Almoço
Local: .

Intervalo.

13h30 Credenciamento Credenciamento
Local: Hall dos Auditórios - ICH/UFJF

Credenciamento somente nos dias 01 e 02 de dezembro.

14h00 MC1 - A atuação de Chimamanda Ngozi Adichie como escritora: entre lugares, ficção e história Minicurso
Local: Auditório - ICH/UFJF

Este minicurso visa discutir a relação entre ficção e história a partir da atuação da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Partindo do pressuposto de que o conhecimento histórico já não se apresenta como monopólio da historiografia profissional e de que existem diferentes maneiras de produzir conhecimento sobre o passado, o minicurso visa discutir o conhecimento histórico produzido por Chimamanda Adichie em sua atuação como escritora. Neste sentido, pretende-se relacionar a obra ficcional, a produção ensaísta e a atuação pública da autora na internet como procedimento de sondagem deste conhecimento, de maneira a mostrar o que seu trânsito entre diferentes gêneros e formas de atuação pode ter a ver com a historicidade do sujeito da cultura e do conhecimento.

Em um primeiro momento, conheceremos as nuances entre os dados biográficos de Chimamanda e sua obra literária, a fim de introduzir uma ideia que servirá como fio condutor do minicurso: a maneira complexa como Adichie explora sua condição histórica na atuação como escritora. A partir de materiais como entrevistas, ensaios e ficções, a ideia é investigar as interseções entre o trânsito de Adichie entre as diferentes tradições culturais do Terceiro Mundo e do Ocidente e sua obra literária, de forma a refletir sobre como estas interseções fazem parte do estilo de Chimamanda Adichie.

A fim de analisar com mais vagar esta exploração da própria condição histórica, discutiremos as relações entre dois dos romances de Adichie, Meio sol amarelo e Americanah, e sua experiência. Nossa leitura acontecerá em perspectiva com outras ficções contemporâneas em que a tematização do trânsito entre tradições culturais também conta com nuances entre autor, narrador e personagem, como O enigma da chegada, de V.S. Naipaul (1994) e Everyday is for the thief. Nosso intuito será situar a obra de Adichie em relação a esta tendência da ficção contemporânea, destacando suas singularidades.

Por fim, concluiremos o minicurso retomando as questões lançadas anteriormente a fim de arregimentar a reflexão sobre qual conhecimento histórico o trânsito de Adichie entre ficção, não-ficção, gêneros literários, tradições culturais e formas de atuação é capaz de produzir. A ênfase recairá sobre os possíveis impactos desse estilo de Adichie em nosso imaginário sobre quem é, quem pode e como pode ser o sujeito da cultura e do conhecimento. (Enviado pelo autor)

14h00 MC2 - Ensino de História e as construções de gênero: a multiplicidade do ser mulher Minicurso
Local: Auditório - ICH/UFJF

A proposta deste minicurso se insere no tema geral do evento a partir de uma articulação entre as categorias diferença, alteridade e temporalidade, com o objetivo de problematizar as múltiplas formas de ser e significar “mulher” no mundo. Defendemos que o ensino de História, quando comprometido com a diferença, não pode se restringir à inclusão da mulher nas narrativas históricas já consolidadas, mas deve questionar os próprios regimes de verdade e representação que produziram silêncios, exclusões e naturalizações em torno do feminino.

O minicurso parte da constatação de que a identidade “mulher” não é uma essência fixa, mas uma categoria em disputa, construída histórica, discursiva e socialmente. Stuart Hall (2006) nos lembra que as identidades são sempre provisórias, fragmentadas e abertas a rearticulações. Derrida (1967), ao propor a différance, mostra que todo significado se constitui em relação ao outro, num processo de adiamento e deslocamento que impede fixações definitivas. Judith Butler (2003, 2015, 2021), por sua vez, enfatiza que gênero não é uma identidade natural, mas uma construção performativa, efeito de normas que podem ser repetidas e também subvertidas. Luce Irigaray (2002) denuncia a lógica do “um” universal e masculino que invisibiliza a mulher e propõe pensar uma ética do “dois”, fundada no reconhecimento da diferença sexual como originária. Já Emmanuel Levinas (2014) destaca que a alteridade radical do Outro nunca pode ser reduzida ao mesmo, sendo antes um chamado ético que antecede qualquer contrato. Ao articular esses referenciais, buscamos problematizar como o ensino de História pode se abrir ao que escapa às categorias fixas, permitindo pensar a alteridade como elemento constitutivo da formação histórica e ética.

Essa reflexão teórica encontra ressonância na prática escolar. O ensino de História, ao lidar com identidades e diferenças, tem sido historicamente atravessado por representações normativas da mulher: a mulher como mãe, esposa, cuidadora, ou, em outro polo, como exceção heroica em espaços masculinos de poder. Tais imagens reduzem a complexidade da experiência feminina, ao mesmo tempo em que silenciam múltiplos modos de ser mulher. Nosso propósito é questionar essas narrativas e abrir espaço para múltiplas vozes, temporalidades e cosmopercepções. Como aponta Macedo (2020), não se trata de “incluir a diferença” como adição a um currículo já dado, mas de repensar o currículo como espaço de disputa, negociação e deslocamento de sentidos.

No desenvolvimento do minicurso, propomos três movimentos principais:

  • Debate conceitual: discutiremos as transformações históricas da identidade “mulher” e os modos como o ensino de História pode operar a partir da diferença, não da identidade fixa. A questão central é: como a História ensinada pode contribuir para visibilizar experiências plurais de mulheres e, ao mesmo tempo, questionar as normas que as aprisionam em categorias estáveis?

  • Diálogo com cosmogonias indígenas: recuperaremos narrativas originárias de Abya Yala que não operam com uma lógica binária de gênero e que atribuem ao feminino centralidade ontológica, social e cosmológica. Essa parte será inspirada, entre outros referenciais, nas reflexões de Geni Núñez sobre a descolonização dos afetos, que problematiza como as normas de gênero coloniais se infiltraram nas formas de amar, desejar e existir, ao mesmo tempo em que resgata perspectivas indígenas que desestabilizam o binarismo e abrem para outros modos de ser e de se relacionar.

  • Oficina prática: convidaremos os/as participantes a realizar uma produção artística em argila, recriando coletivamente “Vênus” a partir de diferentes concepções de feminino. A argila, como material ancestral e central nas culturas indígenas, simboliza tanto a criação quanto a memória. A proposta é que cada participante molde uma figura que represente seu entendimento sobre o feminino, possibilitando que múltiplas formas artísticas e conceituais convivam no mesmo espaço. Essa prática finaliza o minicurso não apenas de modo sensível, mas também político: trata-se de materializar a recusa a uma única forma de representar a mulher e de abrir espaço para múltiplas narrativas.

A metodologia do minicurso articula, assim, momentos expositivos e dialogados, análises coletivas e práticas criativas. A intenção é que o espaço não seja apenas de transmissão de conteúdos, mas de produção conjunta de saberes, valorizando as experiências, afetos e perspectivas dos/as participantes.

Por fim, acreditamos que este minicurso contribui para o evento por três razões principais: (i) atualiza o debate sobre a presença das mulheres no ensino de História, deslocando-o da simples “inclusão” para uma problematização mais radical sobre diferença e alteridade; (ii) conecta o ensino de História a cosmopercepções indígenas, ampliando a reflexão para além da tradição ocidental e promovendo uma perspectiva descolonial; e (iii) oferece um espaço criativo de experimentação, no qual os/as participantes poderão articular teoria, sensibilidade e prática artística.

A aposta central é que pensar o ser mulher no ensino de História exige enfrentar os limites das categorias tradicionais e abrir-se a outras formas de significar a diferença. O currículo, nesse sentido, torna-se um espaço de disputa em que se decide não apenas quais histórias contar, mas também como contá-las, quem pode ser reconhecido como sujeito e quais futuros podem ser imaginados. Apostamos, portanto, em um ensino de História comprometido com a diferença, que não teme a multiplicidade, mas que nela encontra a possibilidade de um mundo mais justo, plural e democrático. (Enviado pela autora)

18h00 Atividade Cultural e Coffee Break Coffee break
Local: Hall dos Auditórios - ICH/UFJF

Atividade Cultural e coffee Break.

18h00 Credenciamento Credenciamento
Local: Hall dos Auditórios - ICH/UFJF

Credenciamento somente nos dias 01 e 02 de dezembro.

08h00 Simpósio Temáticos Simpósio Temático
Local: Instituto de Ciências Humanas/UFJF e Online

Cronograma Prévio dos Simpósios Temáticos na XLI Semana de História

Horário/Data

02/12/2025 (Terça-feira)

03/12/2025 (Quarta-feira)

04/12/2025 (Quinta-feira)

05/12/2025 (Sexta-feira)

08:00-12:00

Presenciais

ST02 - Visibilidades incontornáveis: as mulheres na História da Arte

Autores: Clarissa Videira Rocha de Souza; Rodrigo Felipe Fernandes; Rafael Soares dos Santos Silva; Laura Narazé Arruda.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 2

ST02 - Visibilidades incontornáveis: as mulheres na História da Arte

Autores: Clarissa Videira Rocha de Souza; Rodrigo Felipe Fernandes; Rafael Soares dos Santos Silva; Laura Narazé Arruda.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 2

ST16 - Ensino e diferença: o “eu” e o “outro” da História

Autores: Maria Beatriz de S. Thiago Ragon; Hiago Gonçalves Dias do Nascimento; Raquel Damasceno Martins dos Santos.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 2

ST16 - Ensino e diferença: o “eu” e o “outro” da História

Autores: Maria Beatriz de S. Thiago Ragon; Hiago Gonçalves Dias do Nascimento; Raquel Damasceno Martins dos Santos.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 2

ST06 - O século XX na história contemporânea: articulações entre Estados, intelectuais, movimentos e partidos políticos

Autores: Ana Julia Corrêa Ferreira; Tamires de Moura Nogueira Rosa; Juliana Nogueira Garcia Roque; Milene do Carmo Gomes.

Modalidade: Presencial.

Local: A-I-12

ST07 - Observatório da Extrema Direita: Campos historiográficos e perspectivas contemporâneas

Autores: Gabriel Benedito Machado; Mayara Balestro; Bruna Giovanna da Silva; Lavínea Oliveira da Rosa.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST18 - Memória e Violência: gênero, religião e Estado nas disputas por reconhecimento e reparação

Autores: Francisco Ramos de Farias; Pâmmela Silva Vieira Parreira; Amanda Lagemann Moura.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 1

ST21 - História Indígena e do Indigenismo no Brasil republicano (1910 - …)

Autores: Cesar de Miranda e Lemos; Vitória Luyza Cardoso Barbosa; Beatriz dos Santos da Silva.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST07 - Observatório da Extrema Direita: Campos historiográficos e perspectivas contemporâneas

Autores: Gabriel Benedito Machado; Mayara Balestro; Bruna Giovanna da Silva; Lavínea Oliveira da Rosa.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST11 - Do um ao todo, do micro ao macro: múltiplas escalas em História Social

Autores: Lucas Oliveira de Jesus; Bianca Ribeiro de Sá; Thaís do Nascimento Gonçalves; Victor José do Nascimento Custódio.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 1

ST22 - América Latina: entre a pluralidade de atores e tempos histórico

Autores: Luiza Rocha de Oliveira; Maria Eduarda Pedrete Vieira; Julia Delage Gomes Sabino.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST11 - Do um ao todo, do micro ao macro: múltiplas escalas em História Social

Autores: Lucas Oliveira de Jesus; Bianca Ribeiro de Sá; Thaís do Nascimento Gonçalves; Victor José do Nascimento Custódio.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 1

ST25 - Comunicações Livres

Coordenadoras: Beatriz Sales Dias; Dayana Oliveira.

Modalidade: Presencial

Local: A-I-12

Virtuais

ST03 - História Lésbica: Práticas, memórias e epistemologias

Autores: Jessica Marques Toledo; Joyce Mirella Alves de Souza; Julia Aleksandra Martucci Kumpera.

Modalidade: Online.

ST08 - Cultura e imprensa em circulação pelo espaço lusófono: autoritarismos e propaganda no século XX

Autores: Andrelise Gauterio Santorum; Gabriela Santi Pacheco.

Modalidade: Online.

ST12 - Tramas Sociais, Conflitos, Poder e Economia no Brasil

Autores: Vinicius Maia Cardoso; Randolpho Radsack Correa; Patricia de Oliveira Guerra Radsack Corrêa; Arthur da Costa Orlando.

Modalidade: Online.

ST01 - Violência, Gênero e Religiosidade

Autores: Tatiana Olegario da Silva; Welinaidia de Sousa Generoso.

Modalidade: Online

ST04 - História e Memória LGBTQIA+ em Minas Gerais

Autores: Ana Cecília Pereira Batista; Júlia de Castro Martins Ferreira Nogueira.

Modalidade: Online.

ST09 - Mundos do trabalho, movimentos sociais e culturas populares: experiências, reivindicações políticas e relações de gênero, raça e classe

Autor: Danilo Freire Rodrigues; Elilson Pedro Marquez Covre.

Modalidade: Online.

ST13 - Teorias da história: desafios contemporâneos do fazer historiográfico

Autores: Ricardo Vicente da Cunha Junior; Julia Ferrarezi Petrato; João Victor de Oliveira Calegari.

Modalidade: Online.

ST17 - Sujeitas e Sujeitos na História e História da Educação: periódicos, redes de sociabilidade e seus múltiplos campos de atuação.

Autores: Priscila Alves Ferreira; Diogo Piassá das Mercês; Patrícia Siqueira Marcondes.

Modalidade: Online.

ST05 - Revisitando as ditaduras e o pós-ditadura no Cone Sul: abordagens múltiplas sobre o passado que não passa

Autores: Samuel Torres Bueno; Iasmin do Prado Gomes; Isadora Silva Gomes.

Modalidade: Online.

ST10 - Olhares negros da História: raça, trabalho, sociabilidade e ativismos nos séculos XIX e XX

Autores: Chrigor Augusto Liberio; Jéssica Lopes de Assis; Maria Eloah Bernardo

Modalidade: Presencial.

ST14 - Novos olhares e novos métodos? Práticas e relações historiográficas em tempos digitais

Autores: Mateus Rezende de Andrade; Ian Kisil Marino; Maria Eduarda Taroco Vieira.

Modalidade: Online.

ST19 - Direitos Humanos, Arte e Memória: representações, silenciamentos e disputas narrativas

Autores: Amanda Muniz Oliveira; Milayne Ferraz de Azevedo; Giovanna Venturini.

Modalidade: Online.

ST15 - Ensino de História e Formação de Professores: afetos, saberes e práticas

Autores: Yara Cristina Alvim; Mariana de Oliveira Amorim.

Modalidade: Online.

ST23 - Antiguidade e Medievo: possibilidades de diálogos

Autores: Denise da Silva Menezes do Nascimento; Sofia Amélia Rego D'Andrea; Ismael da Silva Nunes; Aieska Pandolfi Monfardini.

Modalidade: Online.

ST24 - Espaços em Transformação: Colonização, Demografia e Dinâmicas Sociais (Séculos XVIII e XIX)

Autores: Igor Nogueira Lacerda; Tiago de Castro Braga; Cristian Gomes Lima.

Modalidade: Online.

ST20 - História do Esporte e das práticas corporais

Autor: Harian Pires Braga

Modalidade: Online.

Solicite o cronograma com os links de acesso no WhatsApp (32) 98855-1545 ou, caso esteja inscrito na Semana de História, verifique sua caixa de entrada ou spam do e-mail.

12h00 Almoço Almoço
Local: .

Intervalo.

14h00 Atividade Cultural e Lançamento de Livros Lançamento de Livro
Local: Hall dos Auditórios - ICH/UFJF

Atividade Cultural e Lançamento de Livros

08h00 Simpósio Temáticos Simpósio Temático
Local: Instituto de Ciências Humanas/UFJF e Online

Cronograma Prévio dos Simpósios Temáticos na XLI Semana de História

Horário/Data

02/12/2025 (Terça-feira)

03/12/2025 (Quarta-feira)

04/12/2025 (Quinta-feira)

05/12/2025 (Sexta-feira)

08:00-12:00

Presenciais

ST02 - Visibilidades incontornáveis: as mulheres na História da Arte

Autores: Clarissa Videira Rocha de Souza; Rodrigo Felipe Fernandes; Rafael Soares dos Santos Silva; Laura Narazé Arruda.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 2

ST02 - Visibilidades incontornáveis: as mulheres na História da Arte

Autores: Clarissa Videira Rocha de Souza; Rodrigo Felipe Fernandes; Rafael Soares dos Santos Silva; Laura Narazé Arruda.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 2

ST16 - Ensino e diferença: o “eu” e o “outro” da História

Autores: Maria Beatriz de S. Thiago Ragon; Hiago Gonçalves Dias do Nascimento; Raquel Damasceno Martins dos Santos.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 2

ST16 - Ensino e diferença: o “eu” e o “outro” da História

Autores: Maria Beatriz de S. Thiago Ragon; Hiago Gonçalves Dias do Nascimento; Raquel Damasceno Martins dos Santos.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 2

ST06 - O século XX na história contemporânea: articulações entre Estados, intelectuais, movimentos e partidos políticos

Autores: Ana Julia Corrêa Ferreira; Tamires de Moura Nogueira Rosa; Juliana Nogueira Garcia Roque; Milene do Carmo Gomes.

Modalidade: Presencial.

Local: A-I-12

ST07 - Observatório da Extrema Direita: Campos historiográficos e perspectivas contemporâneas

Autores: Gabriel Benedito Machado; Mayara Balestro; Bruna Giovanna da Silva; Lavínea Oliveira da Rosa.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST18 - Memória e Violência: gênero, religião e Estado nas disputas por reconhecimento e reparação

Autores: Francisco Ramos de Farias; Pâmmela Silva Vieira Parreira; Amanda Lagemann Moura.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 1

ST21 - História Indígena e do Indigenismo no Brasil republicano (1910 - …)

Autores: Cesar de Miranda e Lemos; Vitória Luyza Cardoso Barbosa; Beatriz dos Santos da Silva.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST07 - Observatório da Extrema Direita: Campos historiográficos e perspectivas contemporâneas

Autores: Gabriel Benedito Machado; Mayara Balestro; Bruna Giovanna da Silva; Lavínea Oliveira da Rosa.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST11 - Do um ao todo, do micro ao macro: múltiplas escalas em História Social

Autores: Lucas Oliveira de Jesus; Bianca Ribeiro de Sá; Thaís do Nascimento Gonçalves; Victor José do Nascimento Custódio.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 1

ST22 - América Latina: entre a pluralidade de atores e tempos histórico

Autores: Luiza Rocha de Oliveira; Maria Eduarda Pedrete Vieira; Julia Delage Gomes Sabino.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST11 - Do um ao todo, do micro ao macro: múltiplas escalas em História Social

Autores: Lucas Oliveira de Jesus; Bianca Ribeiro de Sá; Thaís do Nascimento Gonçalves; Victor José do Nascimento Custódio.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 1

ST25 - Comunicações Livres

Coordenadoras: Beatriz Sales Dias; Dayana Oliveira.

Modalidade: Presencial

Local: A-I-12

Virtuais

ST03 - História Lésbica: Práticas, memórias e epistemologias

Autores: Jessica Marques Toledo; Joyce Mirella Alves de Souza; Julia Aleksandra Martucci Kumpera.

Modalidade: Online.

ST08 - Cultura e imprensa em circulação pelo espaço lusófono: autoritarismos e propaganda no século XX

Autores: Andrelise Gauterio Santorum; Gabriela Santi Pacheco.

Modalidade: Online.

ST12 - Tramas Sociais, Conflitos, Poder e Economia no Brasil

Autores: Vinicius Maia Cardoso; Randolpho Radsack Correa; Patricia de Oliveira Guerra Radsack Corrêa; Arthur da Costa Orlando.

Modalidade: Online.

ST01 - Violência, Gênero e Religiosidade

Autores: Tatiana Olegario da Silva; Welinaidia de Sousa Generoso.

Modalidade: Online

ST04 - História e Memória LGBTQIA+ em Minas Gerais

Autores: Ana Cecília Pereira Batista; Júlia de Castro Martins Ferreira Nogueira.

Modalidade: Online.

ST09 - Mundos do trabalho, movimentos sociais e culturas populares: experiências, reivindicações políticas e relações de gênero, raça e classe

Autor: Danilo Freire Rodrigues; Elilson Pedro Marquez Covre.

Modalidade: Online.

ST13 - Teorias da história: desafios contemporâneos do fazer historiográfico

Autores: Ricardo Vicente da Cunha Junior; Julia Ferrarezi Petrato; João Victor de Oliveira Calegari.

Modalidade: Online.

ST17 - Sujeitas e Sujeitos na História e História da Educação: periódicos, redes de sociabilidade e seus múltiplos campos de atuação.

Autores: Priscila Alves Ferreira; Diogo Piassá das Mercês; Patrícia Siqueira Marcondes.

Modalidade: Online.

ST05 - Revisitando as ditaduras e o pós-ditadura no Cone Sul: abordagens múltiplas sobre o passado que não passa

Autores: Samuel Torres Bueno; Iasmin do Prado Gomes; Isadora Silva Gomes.

Modalidade: Online.

ST10 - Olhares negros da História: raça, trabalho, sociabilidade e ativismos nos séculos XIX e XX

Autores: Chrigor Augusto Liberio; Jéssica Lopes de Assis; Maria Eloah Bernardo

Modalidade: Presencial.

ST14 - Novos olhares e novos métodos? Práticas e relações historiográficas em tempos digitais

Autores: Mateus Rezende de Andrade; Ian Kisil Marino; Maria Eduarda Taroco Vieira.

Modalidade: Online.

ST19 - Direitos Humanos, Arte e Memória: representações, silenciamentos e disputas narrativas

Autores: Amanda Muniz Oliveira; Milayne Ferraz de Azevedo; Giovanna Venturini.

Modalidade: Online.

ST15 - Ensino de História e Formação de Professores: afetos, saberes e práticas

Autores: Yara Cristina Alvim; Mariana de Oliveira Amorim.

Modalidade: Online.

ST23 - Antiguidade e Medievo: possibilidades de diálogos

Autores: Denise da Silva Menezes do Nascimento; Sofia Amélia Rego D'Andrea; Ismael da Silva Nunes; Aieska Pandolfi Monfardini.

Modalidade: Online.

ST24 - Espaços em Transformação: Colonização, Demografia e Dinâmicas Sociais (Séculos XVIII e XIX)

Autores: Igor Nogueira Lacerda; Tiago de Castro Braga; Cristian Gomes Lima.

Modalidade: Online.

ST20 - História do Esporte e das práticas corporais

Autor: Harian Pires Braga

Modalidade: Online.

Solicite o cronograma com os links de acesso no WhatsApp (32) 98855-1545 ou, caso esteja inscrito na Semana de História, verifique sua caixa de entrada ou spam do e-mail.

14h00 MC3 - História e Historiografia do Crime e das Drogas no Brasil: entre a marginalidade e o controle social Minicurso
Local: Auditório - ICH/UFJF

O estudo da história do crime e das drogas no Brasil tem ganhado relevância nas últimas décadas, sobretudo diante do avanço das políticas de segurança e do encarceramento em massa. A historiografia brasileira vem demonstrando como as práticas de controle social e as representações do criminoso se articulam a projetos de poder, moralidade e racialização. Ao propor este minicurso, busca-se contribuir para a formação crítica dos estudantes de História, oferecendo ferramentas para compreender as origens e permanências de discursos e práticas que associam crime, pobreza e drogas, e que continuam a moldar o imaginário social e as políticas públicas contemporâneas. Sendo assim, minicurso propõe discutir as relações históricas entre crime, drogas e controle social no Brasil, a partir da historiografia recente e de debates interdisciplinares. Busca-se compreender como a figura do criminoso foi construída ao longo do tempo, em especial na relação entre o uso, o comércio e a criminalização das substâncias entorpecentes. Serão abordados os discursos científicos, jurídicos e midiáticos que moldaram a percepção pública sobre o “inimigo interno”, bem como as políticas estatais de repressão e os impactos sociais e raciais desse processo. O objetivo principal é analisar as transformações históricas e historiográficas sobre o crime e as drogas no Brasil, com ênfase na construção da figura do “criminoso” e do “usuário/vendedor de drogas”, passando pelos principais referenciais teóricos sobre o crime e as drogas na historiografia brasileira. Como metodolgia pensamos em uma exposição dialogada com apoio de slides e trechos de documentos históricos, matérias de jornais e relatórios ppolicais, discussão coletiva a partir de textos selecionados da bibliografia, análise de casos históricos (como o Rio de Janeiro nas décadas de 1930–1980 e o papel da legislação de drogas). (Enviado pela autora)

14h00 MC4 - Rupturas Negras na Historiografia: Clóvis Moura, Beatriz Nascimento, Guerreiro Ramos, Neuza Santos Souza, Abdias Nascimento e Lélia Gonzalez Minicurso
Local: Auditório - ICH/UFJF

O Brasil foi propulsor de novas perspectivas para a História no século XX, alterando e modificando as teorias e metodologias produzidas no norte global para contar sua história à sua maneira. Dessa movimentação historiográfica, temos uma gama de autoras e autores negros que alicerçaram os pilares dessa ciência, dando novas metodologias, teorias, conceitos e formas de escrever sobre o passado e seus personagens. O presente minicurso tem como objeto explorar alguns desses nomes: Clóvis Moura, Beatriz Nascimento, Guerreiro Ramos, Neuza Santos Sousa, Abdias Nascimento e Lélia Gonzalez, os apontando como pedra angular dos estudos sobre o Brasil com sua nação majoritariamente negra. A partir dos autores, visamos compreender sua contribuição à história e História do Brasil, como a possibilidade e pluralidade de formas de diálogo de suas obras com as pesquisas históricas, evidenciando as conexões e tensões com a tradição do pensamento social brasileiro.

Considerando o trabalho de autores como Joaze Bernardino-Costa (2024), que estabelece diálogos entre diferentes intelectuais negros, é possível conectar essas contribuições às recentes discussões sobre o conceito de interseccionalidade, entendido como uma zona heterogênea de desprivilégio racial vivenciado segundo as dimensões de classe, gênero, sexualidade etc.

Interessa-nos questionar os espaços de circulação dessas ideias, bem como sua recepção e difusão no meio intelectual, de modo a destacar como autores negros formularam críticas e alternativas em torno de temas centrais sobre o Brasil e seu desenvolvimento ao longo do século XX, explorando temas como: nacionalidade, democracia racial, racismo, trabalho, ativismo, mobilidade social, visões de liberdade e afins.

Adotamos aqui, também, uma noção ampla de decolonialidade, não restrita a um conjunto fechado de autores, mas voltada a apreender os processos históricos de resistência e reexistência das populações afrodiaspóricas, em especial da população negra, contra o epistemicídio. Diante uma academia composta majoritariamente por autoras e autores brancos, que exploravam a temática negra e seus personagens em uma ótica colonialista e europeia, os autores em questão são vozes sufocadas a conclamar por uma verdadeira História Negra (Domingues, 2025). É Beatriz Nascimento, inclusive, que vai proclamar, ainda na década de 1970, a necessidade de rever a história do negro, num enfoque “etnográfico, religioso, socioeconômico, ou seja, fragmentariamente” (Nascimento, 1974), na transformação do antigo objeto, para agente, da História. Diante dessas práticas de remodulação dos autores, em intervir diretamente em como o negro é tido na historiografia, vemos, quase como uma resposta direta à Spivak (1988), autoras e autores negros apontando para a branquitude que “pode o subalterno falar”!.

Diante uma gama de novas formas de se ver o negro na história, produzidas pelos próprios intelectuais negros brasileiros, ve-sê a modificação de suas características embrionárias a refazer os pilares da metodologia histórias. Seu empenho em produzir e reconstruir uma história do Brasil que olhe e toque a epiderme, mostra novas ferramentas para o arcabouço de formas de fazer História. Mesmo que apropriadas/roubadas por autores brancos, a produção dessas novas ferramentas, no presente trabalho, vai ser visibilizada e apontada para seus reais produtores, descortinando o véu do epistemicídio colocados sob esses intelectuais e suas obras. Um verdadeiro trabalho decolonial de arregimentar a produção historiográfica a um olhar não ocidental, fazendo a decolonialidade antes mesmo que qualquer autor “cunhasse” tal termo (Grosfoguel, 2024).

Nesse sentido, é a partir dessa concepção ampla de decolonialidade que pensamos a seleção de autores e autoras para este minicurso. Ao invés de enquadrá-los em categorias importadas que podem silenciar suas especificidades, buscaremos evidenciar como suas obras e trajetórias, em diferentes momentos do século XX, ofereceram respostas intelectuais próprias às hierarquias raciais, às desigualdades sociais e às disputas em torno da ideia de nação no Brasil. A escolha de Clóvis Moura, Beatriz Nascimento, Alberto Guerreiro Ramos, Neusa Santos Souza, Abdias Nascimento e Lélia Gonzalez se justifica exatamente por esse compromisso: todos, em suas formas singulares de atuação, romperam com leituras tradicionais do pensamento social brasileiro, tensionam o cânone acadêmico e formularam novas interpretações sobre raça, cultura, subjetividade e identidade nacional. Tal perspectiva evidencia como a “história negra” (Domingues, 2025) se apresenta como um projeto adicional ao da historiografia dita canônica: edificar narrativas que revelam a diferença e, a partir dela, tensionam e desestabilizam as versões etnocêntricas tradicionais do passado nacional. (Enviado pelos autores)

14h00 Almoço Almoço
Local: .

Intervalo.

18h00 Atividade Cultural e Coffee Break Coffee break
Local: Hall dos Auditórios - ICH/UFJF

Atividade Cultural e coffee Break.

08h00 Simpósio Temáticos Simpósio Temático
Local: Instituto de Ciências Humanas/UFJF e Online

Cronograma Prévio dos Simpósios Temáticos na XLI Semana de História

Horário/Data

02/12/2025 (Terça-feira)

03/12/2025 (Quarta-feira)

04/12/2025 (Quinta-feira)

05/12/2025 (Sexta-feira)

08:00-12:00

Presenciais

ST02 - Visibilidades incontornáveis: as mulheres na História da Arte

Autores: Clarissa Videira Rocha de Souza; Rodrigo Felipe Fernandes; Rafael Soares dos Santos Silva; Laura Narazé Arruda.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 2

ST02 - Visibilidades incontornáveis: as mulheres na História da Arte

Autores: Clarissa Videira Rocha de Souza; Rodrigo Felipe Fernandes; Rafael Soares dos Santos Silva; Laura Narazé Arruda.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 2

ST16 - Ensino e diferença: o “eu” e o “outro” da História

Autores: Maria Beatriz de S. Thiago Ragon; Hiago Gonçalves Dias do Nascimento; Raquel Damasceno Martins dos Santos.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 2

ST16 - Ensino e diferença: o “eu” e o “outro” da História

Autores: Maria Beatriz de S. Thiago Ragon; Hiago Gonçalves Dias do Nascimento; Raquel Damasceno Martins dos Santos.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 2

ST06 - O século XX na história contemporânea: articulações entre Estados, intelectuais, movimentos e partidos políticos

Autores: Ana Julia Corrêa Ferreira; Tamires de Moura Nogueira Rosa; Juliana Nogueira Garcia Roque; Milene do Carmo Gomes.

Modalidade: Presencial.

Local: A-I-12

ST07 - Observatório da Extrema Direita: Campos historiográficos e perspectivas contemporâneas

Autores: Gabriel Benedito Machado; Mayara Balestro; Bruna Giovanna da Silva; Lavínea Oliveira da Rosa.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST18 - Memória e Violência: gênero, religião e Estado nas disputas por reconhecimento e reparação

Autores: Francisco Ramos de Farias; Pâmmela Silva Vieira Parreira; Amanda Lagemann Moura.

Modalidade: Presencial.

Sala: Auditório 1

ST21 - História Indígena e do Indigenismo no Brasil republicano (1910 - …)

Autores: Cesar de Miranda e Lemos; Vitória Luyza Cardoso Barbosa; Beatriz dos Santos da Silva.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST07 - Observatório da Extrema Direita: Campos historiográficos e perspectivas contemporâneas

Autores: Gabriel Benedito Machado; Mayara Balestro; Bruna Giovanna da Silva; Lavínea Oliveira da Rosa.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST11 - Do um ao todo, do micro ao macro: múltiplas escalas em História Social

Autores: Lucas Oliveira de Jesus; Bianca Ribeiro de Sá; Thaís do Nascimento Gonçalves; Victor José do Nascimento Custódio.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 1

ST22 - América Latina: entre a pluralidade de atores e tempos histórico

Autores: Luiza Rocha de Oliveira; Maria Eduarda Pedrete Vieira; Julia Delage Gomes Sabino.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 3

ST11 - Do um ao todo, do micro ao macro: múltiplas escalas em História Social

Autores: Lucas Oliveira de Jesus; Bianca Ribeiro de Sá; Thaís do Nascimento Gonçalves; Victor José do Nascimento Custódio.

Modalidade: Presencial.

Local: Auditório 1

ST25 - Comunicações Livres

Coordenadoras: Beatriz Sales Dias; Dayana Oliveira.

Modalidade: Presencial

Local: A-I-12

Virtuais

ST03 - História Lésbica: Práticas, memórias e epistemologias

Autores: Jessica Marques Toledo; Joyce Mirella Alves de Souza; Julia Aleksandra Martucci Kumpera.

Modalidade: Online.

ST08 - Cultura e imprensa em circulação pelo espaço lusófono: autoritarismos e propaganda no século XX

Autores: Andrelise Gauterio Santorum; Gabriela Santi Pacheco.

Modalidade: Online.

ST12 - Tramas Sociais, Conflitos, Poder e Economia no Brasil

Autores: Vinicius Maia Cardoso; Randolpho Radsack Correa; Patricia de Oliveira Guerra Radsack Corrêa; Arthur da Costa Orlando.

Modalidade: Online.

ST01 - Violência, Gênero e Religiosidade

Autores: Tatiana Olegario da Silva; Welinaidia de Sousa Generoso.

Modalidade: Online

ST04 - História e Memória LGBTQIA+ em Minas Gerais

Autores: Ana Cecília Pereira Batista; Júlia de Castro Martins Ferreira Nogueira.

Modalidade: Online.

ST09 - Mundos do trabalho, movimentos sociais e culturas populares: experiências, reivindicações políticas e relações de gênero, raça e classe

Autor: Danilo Freire Rodrigues; Elilson Pedro Marquez Covre.

Modalidade: Online.

ST13 - Teorias da história: desafios contemporâneos do fazer historiográfico

Autores: Ricardo Vicente da Cunha Junior; Julia Ferrarezi Petrato; João Victor de Oliveira Calegari.

Modalidade: Online.

ST17 - Sujeitas e Sujeitos na História e História da Educação: periódicos, redes de sociabilidade e seus múltiplos campos de atuação.

Autores: Priscila Alves Ferreira; Diogo Piassá das Mercês; Patrícia Siqueira Marcondes.

Modalidade: Online.

ST05 - Revisitando as ditaduras e o pós-ditadura no Cone Sul: abordagens múltiplas sobre o passado que não passa

Autores: Samuel Torres Bueno; Iasmin do Prado Gomes; Isadora Silva Gomes.

Modalidade: Online.

ST10 - Olhares negros da História: raça, trabalho, sociabilidade e ativismos nos séculos XIX e XX

Autores: Chrigor Augusto Liberio; Jéssica Lopes de Assis; Maria Eloah Bernardo

Modalidade: Presencial.

ST14 - Novos olhares e novos métodos? Práticas e relações historiográficas em tempos digitais

Autores: Mateus Rezende de Andrade; Ian Kisil Marino; Maria Eduarda Taroco Vieira.

Modalidade: Online.

ST19 - Direitos Humanos, Arte e Memória: representações, silenciamentos e disputas narrativas

Autores: Amanda Muniz Oliveira; Milayne Ferraz de Azevedo; Giovanna Venturini.

Modalidade: Online.

ST15 - Ensino de História e Formação de Professores: afetos, saberes e práticas

Autores: Yara Cristina Alvim; Mariana de Oliveira Amorim.

Modalidade: Online.

ST23 - Antiguidade e Medievo: possibilidades de diálogos

Autores: Denise da Silva Menezes do Nascimento; Sofia Amélia Rego D'Andrea; Ismael da Silva Nunes; Aieska Pandolfi Monfardini.

Modalidade: Online.

ST24 - Espaços em Transformação: Colonização, Demografia e Dinâmicas Sociais (Séculos XVIII e XIX)

Autores: Igor Nogueira Lacerda; Tiago de Castro Braga; Cristian Gomes Lima.

Modalidade: Online.

ST20 - História do Esporte e das práticas corporais

Autor: Harian Pires Braga

Modalidade: Online.

Solicite o cronograma com os links de acesso no WhatsApp (32) 98855-1545 ou, caso esteja inscrito na Semana de História, verifique sua caixa de entrada ou spam do e-mail.

12h00 Almoço Almoço
Local: .

Intervalo.

14h00 OF5 - Arquivos interioranos: apontamentos e possibilidades de pesquisas Oficina
Local: Auditório - ICH/UFJF

Esta oficina tem como proposta instigar os acadêmicos de graduação e pós-graduação a explorar as múltiplas possibilidades de pesquisa histórica a partir do uso de fontes regionais. A ideia é mostrar como documentos guardados em arquivos locais, regionais ou até mesmo particulares podem revelar caminhos ricos para compreender questões nacionais e internacionais. Além disso, será um espaço para refletir sobre os desafios e descobertas que surgem no processo de organizar, interpretar e dar vida a essas fontes no campo da História.

14h00 MC6 - Propositivas pedagógicas e encantarias mitológicas no ensino de história: os mitos de criação e as atuações do PIBID Minicurso
Local: Auditório - ICH/UFJF

Leão! Vai encontrar Suçuarana

A sombra de uma imburana

Ao lado de mil tracajás.

Num ritual, arara pula no cipó

Lá na beira do igapó, encantados ancestrais

Por seu legado, mãe da mata de Tupi

Neste solo sagrado, ao pajé foi levado

O rei guarani.

Estácio de Sá/Samba-enredo2025.

A sabedoria ancestral indígena ensina que a humanidade precisa reencontrar o equilíbrio com o planeta e resgatar raízes humanas no contato com a terra. Tanto o planeta precisa de revitalização quanto o humano deve voltar-se à sua alma para o sentir do coração. Nossa orientação é “suleadora”. Ou seja, valorizamos nossas culturas latino-americanas. Decolonizar o currículo é também uma descolonização de nosso ser. Reconhecemos nossa dependência, não somos seres autossuficientes. Precisamos de todo o ecossistema. Nossas relações são circulares e nos atravessam de modo que nos completam e (in)completam. A terra quando abusivamente explorada torna-se estéril. Reage às nossas ações. Não há vergonha em precisar dos outros, humanos ou não. Isso é sair do antropocentrismo e assumir papeis no mundo que precisa de todo o ecossistema. O cuidar é reparação histórica. Nisso, os carnavais de 2024 e 2025 trouxeram o mote dos povos originários e seus ancestrais tecendo diálogos culturais, mitológicos, históricos e de regionalidades, como os enredos “Gbalá - viagem ao templo da criação” da escola Unidos de Vila Isabel, e “O Leão se engerou no Encantado Amazônico” da agremiação Estácio de Sá. O lócus, a nossa floresta Amazônica, suas culturas e mitologias ricas em encantamentos que se perpetuam entre gerações, trazendo narrativas históricas das culturas populares.

É nesse sentido que os mitos são parte integrante do currículo escolar de História, estando presentes em documentos normativos como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e nos livros didáticos que circulam pelo país. Entretanto, para além das normativas curriculares, conhecer diferentes mitos, em destaque nessa proposta, os mitos de criação, nos aproxima da cosmovisão e da produção de epistemologias de diferentes povos, etnias, religiões e crenças. Nesse contexto, o trabalho com os mitos de criação apresenta também interdisciplinaridade com discussões do campo das ciências naturais, como as teorias evolucionista e criacionista. Nossa proposta se baseia em uma prática comparativa entre diferentes mitos, não no sentido hierarquizante, mas tendo como objetivo reconhecer suas diferenças e similaridades, assumindo uma posição de curiosidade respeitosa em relação às diferentes crenças. Portanto, serão apresentadas as narrativas mitológicas de povos indígenas do Brasil, mitos afro-brasileiros e da tradição Iorubá, e a partir da discussão inicial sobre suas histórias e estórias, será produzido o material comparativo.

A intenção dessa proposta é lhe encontrar nas esquinas da distância onde somente o ortografar pode nos levar. Deslocamo-nos na direção de outros por meio desta oficina, narrando a trajetória do nosso trabalho pedagógico enquanto professoras da rede municipal de Juiz de Fora, desenvolvido no âmbito do PIBID, como professoras supervisoras dos bolsistas, licenciandos dos cursos de História e de Pedagogia da UFJF.

Propomos aos participantes uma oficina que apresente possibilidades de trabalho pedagógico no ensino de história (nos anos iniciais e nos anos finais do Ensino Fundamental), a partir da mobilização de narrativas mitológicas de povos indígenas do Brasil, mitos afro-brasileiros e da tradição Iorubá. Nossa intenção é provocar outros movimentos docentes e engendrar mudanças. Nesse preâmbulo, narrar essa experiência em trio, cada qual dentro de sua realidade escolar, proporciona o entender e o valorizar do trabalho dos professores.

Escrevemos sobre os cotidianos escolares, apoiadas em Certeau (1996) e autorizamo-nos a escrita com Fernandez (1994). Das possibilidades imbricadas de ensino/aprendizagem do aprendente e o espaço outorgado pelo ensinante. Propomos o questionamento e o desenvolvimento das aprendizagens. Outrossim, o aprender tem a ver com o tocar o outro, pôr-se em contato com este em suavidades intencionais a convite do ensino-aprendizagem. Educar deve permitir ao educando ler o mundo e operá-lo nas suas diversas condições de análise e reconstrução do conhecimento, promovendo o desenvolvimento efetivo de habilidades cognitivas e sócio-históricas..

Para que a aprendizagem aconteça, o trabalho deve ser ordenado, lento, profundo e contumaz, e, sobretudo, desvinculado de uma cultura curricular que prioriza o conteúdo marcado pela erudição. De acordo com Forquin (1993), se pensarmos nos problemas educacionais, muitos deles referem-se à transmissão cultural da escola, algumas confusas e cruciais. Portanto, é preciso reconhecer que a ordem humana da cultura não é um tecido imutável e uniforme, ao contrário, existe uma diversidade de aparências e formas no tempo que variam por entre sociedades. Não há homogeneidade, e os elementos podem provir de fontes e tempos diversos, o que nos leva à “metáfora da bricolagem” (processo criativo com materiais e recursos disponíveis, muitas vezes de forma improvisada e não convencional, para criar algo novo).

A aprendizagem é apropriação e reconstrução do conhecimento do outro, ou uma parte deste, que se encontra com nossos próprios saberes pessoais, como completa Fernandez (1994), sendo gerada na inquietude. Portanto, abrimos a escrita das confidências de sala de aula, que nos permitem contar das aventuras, dos saberes em vivências docentes/discentes na contramão de um mundo de vazios modernos e desencantados[1]. Queremos resgatar o que foi perdido e trazer, novamente, as encantarias humanas para o chão da escola.A memória nasce das vivências pontua Vigotiski (2008). Nenhuma palavra está descolada das emoções. O mundo é formado por sinais cheios de signos e sentidos. Essa atribuição de sentidos não é uma condição inata, são processos da construção social.

A inspiração é a criança, portanto, visualizamos para além de um ser humano isolado e passamos a descortinar o humano existindo em um determinado tempo e espaço. Na educação escolar é dado o nome de “obutchénie”[2]. Esse termo refere-se ao processo pedagógico que envolve professores e alunos. Ele é caracterizado pela unidade da ação de ambos e o foco está na aprendizagem do estudante, e pode ser traduzida como uma aprendizagem desenvolvimental. Quando o cultural e o social se encontram, conseguimos ver a transformação. Em situação concreta, em condição social e de natureza.

Nesse trabalho sobre as narrativas da criação, conseguimos comparar vozes, histórias e dizeres. Segundo Cooper (2006), cabe ao professor constituir com os alunos as noções do tempo a partir do sequenciamento de acontecimentos, fontes e os objetos no sentido cronológico, assim como lançar mão de linguagem própria que demarcam a passagem do tempo, para depois trabalhar ideias transversais como semelhanças e diferenças, causas e efeitos. A intenção, enquanto docente, é o resgate do encantamento de um mundo que foi desencantado pela racionalidade formalizadora. Ou seja, romper com o espírito capitalista que neutraliza existências e dessacraliza a vida no que diz Weber (2014). Tempos espumosos que envolvem nossa sociedade, e a escola precisa se blindar para abrir-se á tempos de respiro, não permitindo que o sufocamento capitalista direcione o nosso fazer pedagógico. Logo, permitindo a densidade do profundo a molde Larossa (2017). A busca é a de não se render ao engessamento canônico, elitista do mesmo, mas sim, olhar para o desconhecido. Convidamos a dúvida para podermos imaginar novos mundos. A partir dos contos criacionistas, trabalhamos o que era mito e ciência, e promovemos a produção a partir dos olhares criativos das crianças. Com elas, pudemos ultrapassar práticas rotineiras e lançar novos caminhos a fim de favorecer o crescimento intelectual, cultural e social dos sujeitos. Nossa intenção foi a de promover costuras entre os saberes, incentivando a prática de relatos para desenvolver conceitos acerca do tempo e outros que envolvam o pensamento histórico.

18h00 Atividade Cultural e Coffee Break Coffee break
Local: Hall dos Auditórios - ICH/UFJF

Atividade Cultural e coffee Break.

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Local

Instituto de Ciências Humanas / Universidade Federal de Juiz de Fora, 36036-900, Rua José Lourenço Kelmer, S/Nº, São Pedro, Juiz de Fora, Minas Gerais
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Organizador

Semana de História da Universidade Federal de Juiz de Fora

A Semana de História da Universidade Federal de Juiz de Fora é um evento anual realizado por estudantes da graduação e pós-graduação em história, cuja programação inclui conferências, mesas redondas, simpósios temáticos, comunicações livres, minicursos e atividades culturais.