A ESCRITORA NEGRA NO BRASIL: O ALIJAMENTO E INCLUSÃO NO MERCADO EDITORIAL

  • Autor
  • Rejany Lopes de Oliveira
  • Resumo
  •  

    Este trabalho visa a discutir as questões de marginalização e protagonismo da mulher negra, enquanto profissional da literatura no Brasil, focando em autoras como Maria Firmina dos Reis (1822-1917), Carolina Maria de Jesus (1914- 1977), Conceição Evaristo (1946- ), Alzira Rufino (1949 -), Cristiane Sobral (1974 - ), e 7 (1978 - ); escritoras estas que conseguiram superar as barreiras e o silenciamento recorrentes na produção literária nacional. A pesquisa procura promover uma reflexão crítica sobre o alijamento da mulher negra enquanto escritora profissional em espaços de privilégio com o objetivo de estimular a conscientização e reflexão quanto à participação das mulheres negras no mundo do trabalho, especificamente no mercado editorial pela perspectiva da EPT junto alunos do IFRJ campi Pinheiral/Nilópolis. Tendo como objetivos mais específico debater as razões do alijamento das escritoras negras no mercado editorial, valorizando as escritoras negras e suas obras literárias. Como metodologia para a realização da investigação em andamento, foi definida a pesquisa de base qualitativa, seguindo a técnica da pesquisa-ação. E, para tanto, propõe-se providenciar uma roda de conversa remota que ainda será realizada, com debates e atividades lúdicas tais como obras musicalizadas e recitadas que evidenciem os objetivos propostos. Para atingirmos o que foi apontado acima, o desenvolvimento da nossa roda de conversa remota utilizaremos técnicas de dinamização pensadas e elaboradas pela pesquisadora e seu orientador. Diante disso, a roda de conversa será realizada na plataforma digital Google Meet, com o link da reunião sendo compartilhado para os estudantes do Coletivo Preto e o Conafro. A roda de conversa foi pensada para ter duração de aproximadamente 2 horas. Até o momento como etapa inicial da pesquisa conseguimos selecionar para promover a reflexão dos participantes sobre o alijamento das escritoras negras do mercado editorial brasileiro, os textos das seguintes obras: Literatura e afrodescendência no Brasil – antologia crítica. vol. 1-4 (2011),  Antologia pessoal/ Carolina Maria de Jesus (1996), Vozes literárias de escritoras negras (2012), Poemas da recordação e outros movimentos (2008), Olhos d’água (2014), o site Literafro – o portal da literatura afro-brasileira (www.letras.ufmg.br/literafro) e o livro Só por hoje eu vou deixar o meu cabelo em paz (2014). Estes textos selecionados serão declamados e musicalizados, intercalados com uma breve biografia das autoras escolhidas. A fim de organização a roda de conversa será dividida da seguinte maneira: abertura para acolhimento dos participantes e apresentação do projeto; desenvolvimento tendo como por execução as atividades dinâmicas dos textos selecionados e diálogo aberto sobre as questões que emergirem ao decorrer; e por último o fechamento com o retorno da pauta principal destacando os pontos  mais significante decorreu durante a roda de conversa. Até o momento, os resultados parciais indicam que as escritoras negras utilizam suas obras como enfrentamento aos processos de silenciamento e invisibilidade sociais no Brasil. As mulheres negras escritoras se empenham para chamar atenção tanto para a presença quanto a ausências destas no mercado editorial, expondo que a razão de poucos trabalhos de escritoras negras serem publicados são variadas e multidimensionais, porém, infere que as mais obvias são o racismo, machismo e a exploração de classe como expressões que silenciam e reprimem. Além disso, através da arte das palavras, a mulher negra pode sublimar suas dores, falar sobre o quotidiano de afro-brasileiros, retratando-o poética, ficcional ou dramaticamente; estratégias estas que lhe dão flexibilidade para evocar memórias distantes ou próximas, abordar o presente e imaginar o futuro, fornecendo subsídios para a construção de pensamentos emancipatórios das mulheres negras em nossa sociedade.

  • Palavras-chave
  • Escritoras negras. Mercado editorial. Mundo do trabalho.
  • Área Temática
  • ST 01 - Direitos humanos, culturas e identidades: gênero/gêneros
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O IFRJ campus Belford Roxo promove, anualmente, a Semana Acadêmica do IFRJ campus Belford Roxo, que conta com palestras, mesas redondas, oficinas, minicursos, apresentações artísticas e culturais, além dos resultados de trabalhos desenvolvidos ao longo dos cursos oferecidos no referido campus. O evento costuma acontecer concomitantemente à Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Economia Criativa.

Dentro da Semana Acadêmica, ocorre, ainda, o Encontro de Pesquisadores, momento em que os servidores atuantes no campus Belford Roxo apresentam os resultados de seu trabalho, conectando pesquisa, ensino e extensão.

No ano de 2020, de 19/10 a 23/10, ocorreram a 3a. Semana Acadêmica do IFRJ campus Belford Roxo e a Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Economia Criativa. Ainda compondo os eventos, de 16/11 a 18/11, ocorreu o 3º. Encontro de Pesquisadores do IFRJ campus Belford Roxo. Com o isolamento social decorrente da pandemia do COVID-19, foi a primeira vez que os eventos aconteceram totalmente online. Também foi a primeira vez em que as submissões de trabalhos foram abertas aos pesquisadores de outras instituições e aos estudantes, movimento que só foi possível em razão da expertise adquirida com a realização dos eventos em anos anteriores.

Com o tema “Baixada Fluminense Presente! Diálogos entre Educação, cultura e Arte”, estudantes e profissionais, preferencialmente atuantes na Baixada Fluminense, puderam submeter seus resumos estruturados e/ou relatos de experiências. Estes trabalhos submetidos foram organizados e apresentados em quatro Simpósios Temáticos:

O ST 01 - Direitos humanos, culturas e identidades, coordenado pela professoras Heloisa Santos, Lívia Paiva e em parceria com a coordenadora do ST 06, Jaqueline Gomes recebeu trabalhos que discutiam as questões de gênero, raça e classe, a partir de uma perspectiva crítica que avaliasse o sexismo, o machismo, a lgbtfobia, o racismo e o classismo como violações dos direitos humanos. Considerando tais elementos, trabalhos que abordassem estas questões, especialmente a partir de uma perspectiva interseccional, eram de interesse deste ST, seja em uma perspectiva teórica, seja por meio de trabalhos que trouxessem resultados de práticas educativas, ativistas, artísticas, dentre outras formas de abordar a luta pelos direitos no mundo contemporâneo, especialmente aqueles que buscavam estabelecer diálogos que se voltem para o Eixo Sul-Sul.

O ST 02 - Gestão, design, moda e carnaval, coordenado pelos professores Flávio Sabrá, André Dias em parceria com a coordenadora do ST 06, Cássia Mousinho, se propôs a ser um espaço para a discussão e reflexão crítica de questões relacionadas às práticas de gestão e negócios no campo da moda, carnaval e festejos, observando sua relação com design, arte, vestuário, artesanato, modelagem, administração e as suas interlocuções entre o processo criativo, produtivo, distributivo e de validação dentro da Cadeia Têxtil/Confecção e da Economia Criativa, seja em trocas formais ou informais.

O ST 03 - Cidades, territórios, culturas e educação, coordenado pelas professoras Gabriela Ribeiro e Bárbara Friaça, abordou trabalhos que traziam o debate sobre cidades, territórios e as vivências deles e neles, intermediadas por diversas vertentes culturais e educacionais (artesanato, moda, culinária, acervos de espaços de cultura e memória, patrimônio cultural, espaços culturais, espaços de lazer, urbanismo, design, educação formal, não formal e informal, entre outros). Também recebeu trabalhos que discutiam sobre inclusão social, entendendo que possibilitar acesso e usufruto amplos e irrestritos aos espaços citadinos contribuem para o incremento da inclusão social, propiciando uma formação holística às pessoas, nos âmbitos cultural, social, educacional, de lazer, de desporto, entre outros.

O ST 04 - Periferia é Centro: processos artísticos e culturais em contramão, coordenado pelas professoras Ana Adelaide Balthar e Lucia Vignoli, buscava discutir como os rearranjos espaciais reverberam nas produções artísticas culturais das periferias urbanas frente a questão do distanciamento social devido a pandemia de COVID-19. “Reinventamos e experimentamos existências bidimensionais, através de dispositivos digitais. Telas de telas. Os deslocamentos se restringiram, mas os encontros se constelaram. De repente, a Baixada não sofre de lonjura, de repente a periferia é centro”.

O ST 05 - Corpos, diversidades, identidades e culturas, coordenado pela professora Jaqueline Gomes, objetivava fomentar, em um ambiente complexo, a inclusão de pessoas oriundas de diferentes grupos sociais. Recebia trabalhos que promovessem investigações e propostas de intervenção, considerando os corpos em suas possibilidades na cultura das aparências. 

O ST 06 - Design, artesanato e tecnologia, coordenado pela professora Cassia Mousinho, buscava fomentar a análise do trabalho artesanal, através de seus aspectos estéticos, técnicos, mercadológicos e sociais. Também pretendia reforçar a importância do desenvolvimento de tecnologias e os artefatos a elas associados no âmbito material ou digital, realizando uma ponte entre o artesanato e o design.

Estes Anais são resultantes dos trabalhos aprovados e apresentados no 3º. Encontro de Pesquisadores do IFRJ campus Belford Roxo. É uma das nossas contribuições para a reafirmação da Baixada Fluminense enquanto território potente cultural, artística e educacionalmente.

Boa leitura!

  • ST 01 - Direitos humanos, culturas e identidades: gênero/gêneros
  • ST 02 - Gestão, design, moda e carnaval
  • ST 03 - Cidades, territórios, culturas e educação
  • ST 04 - Periferia é Centro: processos artísticos e culturais em contramão
  • ST 05 - Corpos, diversidades, identidades e culturas
  • ST 06 - Design, artesanato e tecnologia

3º Encontro de Pesquisadores - IFRJ/Campus Belford Roxo

Comissão Organizadora

Docentes

Heloisa Helena de Oliveira Santos - Coordenadora de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação
André Monte Pereira Dias
Flávio Glória Caminada Sabrá
Gabriela Sousa Ribeiro
Lucivania Filomeno Ponte

 

Estudantes
Sara Canto
Gregory Andrade

Comissão Científica

Alicia Romero - UNESA

Ana Adelaide Lyra Porto Balthar - Nena Balthar

André Monte Pereira Dias

Bárbara Boaventura Friaça

Cassia Mousinho de Figueiredo

Charles Leite - UFPE

Denise Loyla Silva

Flávio Glória Caminada Sabrá

Gabriela Sousa Ribeiro

Heloisa Helena de Oliveira Santos

Jaqueline Gomes de Jesus

Lívia de Meira Lima Paiva

Lucivania Filomeno Ponte

Maria Lucia Vignoli Rodrigues de Moraes - INES

Vanessa Santos Ximenes

 

Reitor

Raphael Barreto Almada

Pró-reitora de Extensão

Ana Luisa Lima

Diretor de Implantação - Campus Belford Roxo

Marcio Franklin de Oliveira

Diretora de Ensino

Rosi Marina Rezende

Coordenação de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação do Campus Belford Roxo: extensao.cbel@ifrj.edu.br