MATERNIDADE E MÃE SOLTEIRA: REFLEXÕES SOBRE ESSA CONSTRUÇÃO SOCIAL

  • Autor
  • Antonia Brenda Teixeira da Silva Máximo
  • Resumo
  • A presente pesquisa nos traz uma reflexão sobre o processo pelo qual a maternidade foi atribuída à mulher. O objetivo geral desta pesquisa é compreender as relações sociais inerentes à mãe solteira. Trata-se de pesquisa social aplicada, de natureza qualitativa, de forma descritiva, com pesquisa bibliográfica e documental indireta, as fontes compreendem das homepages, livros, artigos, eventos. A autora usa o método hipotético-dedutivo pois começa a construção do seu trabalho a partir de um conhecimento prévio, e através das referências bibliográficas vai identificando as questões por ela abordadas. De acordo com Badinter (1980), desde o século XVI a mulher era submissa ao homem, ela deveria ser obediente a ele, pois o homem era o escolhido de Deus para guiar a sua família, assim como o rei era o escolhido de Deus para guiar os seus súditos. Segundo Badinter (1980), a religião e filósofos como Aristóteles serviam como base para certificar o papel da mulher atribuído à serventia do homem. Porém, segundo Badinter (1980) por volta do século XVII na França, as crianças eram amamentadas por amas de leite, as amas de leite amamentava diversas crianças e consequentemente por conta da precarização de suas vidas elas ficavam doentes e não conseguiam amamentar todas as crianças, portanto as alimentavam com sopas de batatas. Diante disso, tinha-se um alto índice de mortalidade infantil, as crianças não eram vistas como sujeitos de direitos. Entretanto, segundo Badinter (1980) um filantropo chamado Chamousset, atribuiu às crianças um novo significado, se antes elas eram vistas como um ônus para o Estado, agora a pátria passaria a ser o novo sentido de suas vidas, portanto novos milicianos com salários baixíssimos. Agora as aldeias teriam um novo incentivo para os cuidados com as crianças, pois a aldeia que criasse mais de oito crianças estaria isenta do serviço militar. Portanto, de acordo com Badinter (1980), a mulher como ser materno foi moldando-se, elas seriam as principais responsáveis por manter as crianças saudáveis e a manutenção do lar. Não foi uma tarefa fácil atribuir as mulheres à maternidade como algo essencial, foi preciso quase dois séculos para atribuir a mulher como o ser materno. Foi preciso a medicina, a religião e os filósofos para impor a maternidade. Reis (2018), através do livro o “Calibã e a Bruxa”, de Fredereci, relata que os Estados absolutistas pautados na religião na Idade Medieval eram criados para pôr em ordem a depreciação da mulher, inclusive regulamentando o estupro. Com a acumulação primitiva do capital, de acordo com Marcus (2018), Fredereci entendeu que não se tratava somente de um sistema antagônico entre exploradores e explorados, mas também da opressão das mulheres. A mulher então seria atribuída a papéis sociais, a elas seriam reservado o espaço de viúva, reprodutora, prostitutas e serem destituídas da vida pública. De acordo com Bhattacharya (2019), o trabalho não pago das mulheres serve como engrenagem para o capitalismo, pois os trabalhadores precisam dos mínimos para se manterem em seus empregos. Quando elas estão como responsáveis no cuidado da casa, dos filhos, do marido e dos doentes, elas estão tornando possível o funcionamento do sistema capitalista. E como a mulher se torna a mãe solteira? De acordo com Oliveira (2015), do ponto de vista histórico os homens com a sua qualidade de “provedor” estiveram ausentes da sua paternidade devido a guerras, procura por comida, empregos em outras regiões ou outras dificuldades econômicas. Como a mulher tinha a função de cuidar dos filhos, elas ficariam como única responsável por seus filhos/as, no início do século XX elas não teriam oportunidades para manter seus sustento, portanto seriam prostitutas ou costureiras. Atualmente, uma mulher pode se tornar mãe solteira por opção, através de adoção, fertilização in vitro ou porque o genitor não quis se responsabilizar com sua prole. De acordo com Beauvoir (1970), o determinismo biológico deu a mulher essa condição de maternidade, ao tornar-se mulher, ela relata que nem todas as crianças estariam seguras com suas mães,  ou seja, o instinto materno seria um mito. Diante disso, vimos que a maternidade fora condicionado a mulher como um viés moralizante, com um propósito de alienação para atribuir a mulher diversas funções sociais a fim de as oprimir, e a submeter ao sexismo como o homem sendo o seu superior. O sistema capitalista por vez, torna possível o sexismo pois ele o beneficia.  

  • Palavras-chave
  • mãe solteira, família, sexismo, jornadas de trabalho.
  • Área Temática
  • ST 01 - Direitos humanos, culturas e identidades: gênero/gêneros
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O IFRJ campus Belford Roxo promove, anualmente, a Semana Acadêmica do IFRJ campus Belford Roxo, que conta com palestras, mesas redondas, oficinas, minicursos, apresentações artísticas e culturais, além dos resultados de trabalhos desenvolvidos ao longo dos cursos oferecidos no referido campus. O evento costuma acontecer concomitantemente à Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Economia Criativa.

Dentro da Semana Acadêmica, ocorre, ainda, o Encontro de Pesquisadores, momento em que os servidores atuantes no campus Belford Roxo apresentam os resultados de seu trabalho, conectando pesquisa, ensino e extensão.

No ano de 2020, de 19/10 a 23/10, ocorreram a 3a. Semana Acadêmica do IFRJ campus Belford Roxo e a Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Economia Criativa. Ainda compondo os eventos, de 16/11 a 18/11, ocorreu o 3º. Encontro de Pesquisadores do IFRJ campus Belford Roxo. Com o isolamento social decorrente da pandemia do COVID-19, foi a primeira vez que os eventos aconteceram totalmente online. Também foi a primeira vez em que as submissões de trabalhos foram abertas aos pesquisadores de outras instituições e aos estudantes, movimento que só foi possível em razão da expertise adquirida com a realização dos eventos em anos anteriores.

Com o tema “Baixada Fluminense Presente! Diálogos entre Educação, cultura e Arte”, estudantes e profissionais, preferencialmente atuantes na Baixada Fluminense, puderam submeter seus resumos estruturados e/ou relatos de experiências. Estes trabalhos submetidos foram organizados e apresentados em quatro Simpósios Temáticos:

O ST 01 - Direitos humanos, culturas e identidades, coordenado pela professoras Heloisa Santos, Lívia Paiva e em parceria com a coordenadora do ST 06, Jaqueline Gomes recebeu trabalhos que discutiam as questões de gênero, raça e classe, a partir de uma perspectiva crítica que avaliasse o sexismo, o machismo, a lgbtfobia, o racismo e o classismo como violações dos direitos humanos. Considerando tais elementos, trabalhos que abordassem estas questões, especialmente a partir de uma perspectiva interseccional, eram de interesse deste ST, seja em uma perspectiva teórica, seja por meio de trabalhos que trouxessem resultados de práticas educativas, ativistas, artísticas, dentre outras formas de abordar a luta pelos direitos no mundo contemporâneo, especialmente aqueles que buscavam estabelecer diálogos que se voltem para o Eixo Sul-Sul.

O ST 02 - Gestão, design, moda e carnaval, coordenado pelos professores Flávio Sabrá, André Dias em parceria com a coordenadora do ST 06, Cássia Mousinho, se propôs a ser um espaço para a discussão e reflexão crítica de questões relacionadas às práticas de gestão e negócios no campo da moda, carnaval e festejos, observando sua relação com design, arte, vestuário, artesanato, modelagem, administração e as suas interlocuções entre o processo criativo, produtivo, distributivo e de validação dentro da Cadeia Têxtil/Confecção e da Economia Criativa, seja em trocas formais ou informais.

O ST 03 - Cidades, territórios, culturas e educação, coordenado pelas professoras Gabriela Ribeiro e Bárbara Friaça, abordou trabalhos que traziam o debate sobre cidades, territórios e as vivências deles e neles, intermediadas por diversas vertentes culturais e educacionais (artesanato, moda, culinária, acervos de espaços de cultura e memória, patrimônio cultural, espaços culturais, espaços de lazer, urbanismo, design, educação formal, não formal e informal, entre outros). Também recebeu trabalhos que discutiam sobre inclusão social, entendendo que possibilitar acesso e usufruto amplos e irrestritos aos espaços citadinos contribuem para o incremento da inclusão social, propiciando uma formação holística às pessoas, nos âmbitos cultural, social, educacional, de lazer, de desporto, entre outros.

O ST 04 - Periferia é Centro: processos artísticos e culturais em contramão, coordenado pelas professoras Ana Adelaide Balthar e Lucia Vignoli, buscava discutir como os rearranjos espaciais reverberam nas produções artísticas culturais das periferias urbanas frente a questão do distanciamento social devido a pandemia de COVID-19. “Reinventamos e experimentamos existências bidimensionais, através de dispositivos digitais. Telas de telas. Os deslocamentos se restringiram, mas os encontros se constelaram. De repente, a Baixada não sofre de lonjura, de repente a periferia é centro”.

O ST 05 - Corpos, diversidades, identidades e culturas, coordenado pela professora Jaqueline Gomes, objetivava fomentar, em um ambiente complexo, a inclusão de pessoas oriundas de diferentes grupos sociais. Recebia trabalhos que promovessem investigações e propostas de intervenção, considerando os corpos em suas possibilidades na cultura das aparências. 

O ST 06 - Design, artesanato e tecnologia, coordenado pela professora Cassia Mousinho, buscava fomentar a análise do trabalho artesanal, através de seus aspectos estéticos, técnicos, mercadológicos e sociais. Também pretendia reforçar a importância do desenvolvimento de tecnologias e os artefatos a elas associados no âmbito material ou digital, realizando uma ponte entre o artesanato e o design.

Estes Anais são resultantes dos trabalhos aprovados e apresentados no 3º. Encontro de Pesquisadores do IFRJ campus Belford Roxo. É uma das nossas contribuições para a reafirmação da Baixada Fluminense enquanto território potente cultural, artística e educacionalmente.

Boa leitura!

  • ST 01 - Direitos humanos, culturas e identidades: gênero/gêneros
  • ST 02 - Gestão, design, moda e carnaval
  • ST 03 - Cidades, territórios, culturas e educação
  • ST 04 - Periferia é Centro: processos artísticos e culturais em contramão
  • ST 05 - Corpos, diversidades, identidades e culturas
  • ST 06 - Design, artesanato e tecnologia

3º Encontro de Pesquisadores - IFRJ/Campus Belford Roxo

Comissão Organizadora

Docentes

Heloisa Helena de Oliveira Santos - Coordenadora de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação
André Monte Pereira Dias
Flávio Glória Caminada Sabrá
Gabriela Sousa Ribeiro
Lucivania Filomeno Ponte

 

Estudantes
Sara Canto
Gregory Andrade

Comissão Científica

Alicia Romero - UNESA

Ana Adelaide Lyra Porto Balthar - Nena Balthar

André Monte Pereira Dias

Bárbara Boaventura Friaça

Cassia Mousinho de Figueiredo

Charles Leite - UFPE

Denise Loyla Silva

Flávio Glória Caminada Sabrá

Gabriela Sousa Ribeiro

Heloisa Helena de Oliveira Santos

Jaqueline Gomes de Jesus

Lívia de Meira Lima Paiva

Lucivania Filomeno Ponte

Maria Lucia Vignoli Rodrigues de Moraes - INES

Vanessa Santos Ximenes

 

Reitor

Raphael Barreto Almada

Pró-reitora de Extensão

Ana Luisa Lima

Diretor de Implantação - Campus Belford Roxo

Marcio Franklin de Oliveira

Diretora de Ensino

Rosi Marina Rezende

Coordenação de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação do Campus Belford Roxo: extensao.cbel@ifrj.edu.br