CARNAVAL, DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO, MODELAGEM E ZERO WASTE.

  • Autor
  • FLÁVIO GLÓRIA CAMINADA SABRÁ
  • Co-autores
  • ANDRÉ MONTE PEREIRA DIAS
  • Resumo
  •  

    No segundo semestre de 2019, após algumas reuniões entre os carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, responsáveis pelo Carnaval 2020 do Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio sob o tema “Tatalondirá – O Canto do Cabloco no Quilombo de Caxias”, e os professores do IFRJ campus Belford Roxo (André Monte e Flávio Sabrá), EBA UFRJ (Desirée Bastos) e PUC Rio (Gamba Junior), firmou-se uma parceria entre o G.R.E.S. Grande Rio e as instituições de ensino, pesquisa e extensão. O projeto firmado entre as partes surge como um experimento inicial e inovador ao articular diferentes instituições, de diferentes níveis de ensino. Cabe ressaltar que durante a elaboração do projeto estimulou-se a colaboração e troca entre os alunos de nível médio técnico do IFRJ, os de graduação da EBA/UFRJ e os de pós-graduação da PUC Rio. Em reuniões com todos os integrantes do desenvolvimento do projeto, vimos a possibilidade da implementação das técnicas do “zero waste” como proposta em todo o processo criativo, desde o reconhecimento do projeto, passando pela matéria prima, pelos processos produtivos industriais e/ou artesanais que envolvem as questões de ética, economia, eficiência, entre outros, para gerar questionamentos e empoderamentos aos agentes que atuam em diversos segmentos mas, neste caso, o da indústria do carnaval. Esta teoria e prática têm como uma das propostas e conceitos alterar os seus estilos de vida e práticas sustentáveis para emular ciclos naturais, cotidianos, corriqueiros, praticados, entre outros, onde todos os materiais nas mais diversas fases do desenvolvimento de um projeto são descartados sem propósito e reflexões, mas podem ser pensados e analisados anteriormente para assim tornarem-se recurso para outros usarem ou para o próprio projeto ou cadeias de valor. Mais do que isso essa metodologia “significa projetar e gerenciar produtos e recursos para evitar e eliminar sistematicamente o volume e a toxidade dos resíduos e materiais, conservar e recuperar todos os recursos, e não queimar ou enterrá-los” (DUARTE, 2013). Para a construção dos produtos foi analisada e utilizada a tabela do SENAI CETIQT, apresentada na World Skills 2015 na cidade de São Paulo, para a construção da modelagem e a geração do protótipo conforme orientações da dupla de carnavalescos e demais participantes da equipe, utilizando o conceito de “zero waste” para a geração final dos produtos. Este trabalho visa apresentar os resultados da aplicação prática do conceito de “zero waste” no desenvolvimento de produtos para o Carnaval, analisando a relação entre o processo de criação, execução e produção do Carnaval das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, pautado predominantemente sob as ideias e pesquisas dos carnavalescos e a possibilidade do emprego de metodologias vinculadas à gestão e ao design.

     

  • Palavras-chave
  • Carnaval; Desenvolvimento de Produto; Modelagem; Zero Waste.
  • Área Temática
  • ST 02 - Gestão, design, moda e carnaval
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O IFRJ campus Belford Roxo promove, anualmente, a Semana Acadêmica do IFRJ campus Belford Roxo, que conta com palestras, mesas redondas, oficinas, minicursos, apresentações artísticas e culturais, além dos resultados de trabalhos desenvolvidos ao longo dos cursos oferecidos no referido campus. O evento costuma acontecer concomitantemente à Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Economia Criativa.

Dentro da Semana Acadêmica, ocorre, ainda, o Encontro de Pesquisadores, momento em que os servidores atuantes no campus Belford Roxo apresentam os resultados de seu trabalho, conectando pesquisa, ensino e extensão.

No ano de 2020, de 19/10 a 23/10, ocorreram a 3a. Semana Acadêmica do IFRJ campus Belford Roxo e a Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Economia Criativa. Ainda compondo os eventos, de 16/11 a 18/11, ocorreu o 3º. Encontro de Pesquisadores do IFRJ campus Belford Roxo. Com o isolamento social decorrente da pandemia do COVID-19, foi a primeira vez que os eventos aconteceram totalmente online. Também foi a primeira vez em que as submissões de trabalhos foram abertas aos pesquisadores de outras instituições e aos estudantes, movimento que só foi possível em razão da expertise adquirida com a realização dos eventos em anos anteriores.

Com o tema “Baixada Fluminense Presente! Diálogos entre Educação, cultura e Arte”, estudantes e profissionais, preferencialmente atuantes na Baixada Fluminense, puderam submeter seus resumos estruturados e/ou relatos de experiências. Estes trabalhos submetidos foram organizados e apresentados em quatro Simpósios Temáticos:

O ST 01 - Direitos humanos, culturas e identidades, coordenado pela professoras Heloisa Santos, Lívia Paiva e em parceria com a coordenadora do ST 06, Jaqueline Gomes recebeu trabalhos que discutiam as questões de gênero, raça e classe, a partir de uma perspectiva crítica que avaliasse o sexismo, o machismo, a lgbtfobia, o racismo e o classismo como violações dos direitos humanos. Considerando tais elementos, trabalhos que abordassem estas questões, especialmente a partir de uma perspectiva interseccional, eram de interesse deste ST, seja em uma perspectiva teórica, seja por meio de trabalhos que trouxessem resultados de práticas educativas, ativistas, artísticas, dentre outras formas de abordar a luta pelos direitos no mundo contemporâneo, especialmente aqueles que buscavam estabelecer diálogos que se voltem para o Eixo Sul-Sul.

O ST 02 - Gestão, design, moda e carnaval, coordenado pelos professores Flávio Sabrá, André Dias em parceria com a coordenadora do ST 06, Cássia Mousinho, se propôs a ser um espaço para a discussão e reflexão crítica de questões relacionadas às práticas de gestão e negócios no campo da moda, carnaval e festejos, observando sua relação com design, arte, vestuário, artesanato, modelagem, administração e as suas interlocuções entre o processo criativo, produtivo, distributivo e de validação dentro da Cadeia Têxtil/Confecção e da Economia Criativa, seja em trocas formais ou informais.

O ST 03 - Cidades, territórios, culturas e educação, coordenado pelas professoras Gabriela Ribeiro e Bárbara Friaça, abordou trabalhos que traziam o debate sobre cidades, territórios e as vivências deles e neles, intermediadas por diversas vertentes culturais e educacionais (artesanato, moda, culinária, acervos de espaços de cultura e memória, patrimônio cultural, espaços culturais, espaços de lazer, urbanismo, design, educação formal, não formal e informal, entre outros). Também recebeu trabalhos que discutiam sobre inclusão social, entendendo que possibilitar acesso e usufruto amplos e irrestritos aos espaços citadinos contribuem para o incremento da inclusão social, propiciando uma formação holística às pessoas, nos âmbitos cultural, social, educacional, de lazer, de desporto, entre outros.

O ST 04 - Periferia é Centro: processos artísticos e culturais em contramão, coordenado pelas professoras Ana Adelaide Balthar e Lucia Vignoli, buscava discutir como os rearranjos espaciais reverberam nas produções artísticas culturais das periferias urbanas frente a questão do distanciamento social devido a pandemia de COVID-19. “Reinventamos e experimentamos existências bidimensionais, através de dispositivos digitais. Telas de telas. Os deslocamentos se restringiram, mas os encontros se constelaram. De repente, a Baixada não sofre de lonjura, de repente a periferia é centro”.

O ST 05 - Corpos, diversidades, identidades e culturas, coordenado pela professora Jaqueline Gomes, objetivava fomentar, em um ambiente complexo, a inclusão de pessoas oriundas de diferentes grupos sociais. Recebia trabalhos que promovessem investigações e propostas de intervenção, considerando os corpos em suas possibilidades na cultura das aparências. 

O ST 06 - Design, artesanato e tecnologia, coordenado pela professora Cassia Mousinho, buscava fomentar a análise do trabalho artesanal, através de seus aspectos estéticos, técnicos, mercadológicos e sociais. Também pretendia reforçar a importância do desenvolvimento de tecnologias e os artefatos a elas associados no âmbito material ou digital, realizando uma ponte entre o artesanato e o design.

Estes Anais são resultantes dos trabalhos aprovados e apresentados no 3º. Encontro de Pesquisadores do IFRJ campus Belford Roxo. É uma das nossas contribuições para a reafirmação da Baixada Fluminense enquanto território potente cultural, artística e educacionalmente.

Boa leitura!

  • ST 01 - Direitos humanos, culturas e identidades: gênero/gêneros
  • ST 02 - Gestão, design, moda e carnaval
  • ST 03 - Cidades, territórios, culturas e educação
  • ST 04 - Periferia é Centro: processos artísticos e culturais em contramão
  • ST 05 - Corpos, diversidades, identidades e culturas
  • ST 06 - Design, artesanato e tecnologia

3º Encontro de Pesquisadores - IFRJ/Campus Belford Roxo

Comissão Organizadora

Docentes

Heloisa Helena de Oliveira Santos - Coordenadora de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação
André Monte Pereira Dias
Flávio Glória Caminada Sabrá
Gabriela Sousa Ribeiro
Lucivania Filomeno Ponte

 

Estudantes
Sara Canto
Gregory Andrade

Comissão Científica

Alicia Romero - UNESA

Ana Adelaide Lyra Porto Balthar - Nena Balthar

André Monte Pereira Dias

Bárbara Boaventura Friaça

Cassia Mousinho de Figueiredo

Charles Leite - UFPE

Denise Loyla Silva

Flávio Glória Caminada Sabrá

Gabriela Sousa Ribeiro

Heloisa Helena de Oliveira Santos

Jaqueline Gomes de Jesus

Lívia de Meira Lima Paiva

Lucivania Filomeno Ponte

Maria Lucia Vignoli Rodrigues de Moraes - INES

Vanessa Santos Ximenes

 

Reitor

Raphael Barreto Almada

Pró-reitora de Extensão

Ana Luisa Lima

Diretor de Implantação - Campus Belford Roxo

Marcio Franklin de Oliveira

Diretora de Ensino

Rosi Marina Rezende

Coordenação de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação do Campus Belford Roxo: extensao.cbel@ifrj.edu.br