O ****** ** ******* ** *******, projeto de extensão, foi formado em 2017 no campus ******* **** do ********* ******* ** *** ** *******, diante da percepção da necessidade de aperfeiçoamento e capacitação dos artesãos em termos de processos criativos, mercadológicos, de gestão e comunicação visual, a fim de promover o desenvolvimento da atividade, o aumento da renda desses indivíduos e um incentivo à profissionalização. Neste trabalho será relatada a experiência do referido projeto através das atividades e contribuições no período de 2017-2020.
Segundo o Termo de Referência de Atuação do Sistema Sebrae no Artesanato (SEBRAE, 2004), com um custo de investimento relativamente baixo, o setor artesanal pode promover alguns benefícios sociais, como a inserção da mulher e do adolescente em atividades produtivas; o estímulo à prática do associativismo; e o modo como permite ao artesão se fixar em seu local de origem, diminuindo o movimento pendular e evitando o crescimento desordenado dos centros urbanos.
Sendo esse campus orientado a diversas áreas da Economia Criativa, somado à inegável importância social, econômica e cultural do artesanato, esse projeto pretende auxiliar de diversas formas no desenvolvimento local.
A formação do ****** como projeto de extensão surgiu com o principal objetivo de oferecer atendimento aos artesãos da comunidade, visando capacitar e orientá-los a aperfeiçoar seus produtos e processos, de modo a melhorar a qualidade de seu trabalho e ajudar a promover o desenvolvimento local. Dentre os objetivos específicos, pode-se destacar: (i) identificação das principais necessidades dos artesãos da comunidade; (ii) estímulo ao aprimoramento do artesanato como uma forma de desenvolvimento local; (iii) contribuição para uma melhor qualidade de vida dos artesãos; (iv) projeto-piloto para que a experiência possa vir a ser expandida e implementada em outras áreas do artesanato e em outras regiões do estado.
Atualmente o projeto é composto por três professores da referida instituição, e suas ações são direcionadas a: compreensão e desenvolvimento de modelo de negócio, análise de concorrentes, análise do mix de produtos, estudos de precificação, desenvolvimento de identidade visual e marca, estudo de branding, aperfeiçoamento técnico de produtos e desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento de e-commerce.
Esse projeto destina-se ao atendimento à comunidade interna e externa do campus ****** ****. O atendimento ocorre através de consultoria e palestras gratuitas. A partir da seleção dos participantes são realizadas as etapas de acompanhamento, a saber:
Acolhimento: atendimento individual ao artesão pelos professores envolvidos nesse projeto, no qual o artesão apresenta seus principais produtos. Este é o primeiro contato do ****** com o artesão.
Diagnóstico: avaliação multidisciplinar dos produtos artesanais feita pelos três professores, que compreende: aspectos formais e técnicos do produto; mix de produtos; identidade; planejamento, comunicação visual e gestão do negócio. Nessa etapa são levantadas as necessidades do artesão, considerando o que pode ser atendido pela equipe, e a preparação das próximas atividades.
Capacitação: Formulação de estratégias para capacitação e aprimoramento do trabalho do artesão. A capacitação é feita em oficinas individuais ou coletivas, bem como pelo encaminhamento aos cursos já oferecidos pela instituição. Tais oficinas são elaboradas de acordo com a demanda, e abordam conteúdos, de forma prioritariamente prática, como: processo criativo, estudo de cores, estudo de materiais, avaliação do portfólio e da apresentação de produtos, gestão de recursos, gestão do negócio, precificação, etc.
Por ser feita de forma minuciosa, a capacidade de atendimento direto do projeto é limitada. No entanto, as suas ações já reverberam nas práticas de ensino, como cases para as aulas de Artesanato e objetos de pesquisa. De forma direta, sete modelos de negócios já foram trabalhados dentro do projeto. As artesãs envolvidas atualmente, bem como os outros que já passaram elo processo, têm e tiveram influência positiva sobre os alunos, incentivando-os a buscar seu aprimoramento. As dúvidas trazidas pelos artesãos – somadas àquelas dos alunos durante as aulas – tornaram-se questões para o grupo de pesquisa ligado ao projeto, geraram três palestras, entre outras iniciativas.
Como resultado de tais práticas, a longo prazo, pretende-se proporcionar mais alguns benefícios, a partir de ações como: o deslocamento de objetos de um segmento para outro mais valorizado ou mais adequado; a redução ou racionalização de mão de obra; a melhoria da qualidade técnica e estética dos objetos; a conscientização da importância da criação de uma identidade visual para posicionamento no mercado; e a compreensão e atendimento às demandas de mercado.
Entende-se que o artesão, como todo empreendedor, está em constante construção. A iniciativa do ****** se ocupa de capacitar e aperfeiçoar esses artesãos de modo que, através do exemplo, eles se tornem agentes multiplicadores nos seus próprios núcleos.
O IFRJ campus Belford Roxo promove, anualmente, a Semana Acadêmica do IFRJ campus Belford Roxo, que conta com palestras, mesas redondas, oficinas, minicursos, apresentações artísticas e culturais, além dos resultados de trabalhos desenvolvidos ao longo dos cursos oferecidos no referido campus. O evento costuma acontecer concomitantemente à Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Economia Criativa.
Dentro da Semana Acadêmica, ocorre, ainda, o Encontro de Pesquisadores, momento em que os servidores atuantes no campus Belford Roxo apresentam os resultados de seu trabalho, conectando pesquisa, ensino e extensão.
No ano de 2020, de 19/10 a 23/10, ocorreram a 3a. Semana Acadêmica do IFRJ campus Belford Roxo e a Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Economia Criativa. Ainda compondo os eventos, de 16/11 a 18/11, ocorreu o 3º. Encontro de Pesquisadores do IFRJ campus Belford Roxo. Com o isolamento social decorrente da pandemia do COVID-19, foi a primeira vez que os eventos aconteceram totalmente online. Também foi a primeira vez em que as submissões de trabalhos foram abertas aos pesquisadores de outras instituições e aos estudantes, movimento que só foi possível em razão da expertise adquirida com a realização dos eventos em anos anteriores.
Com o tema “Baixada Fluminense Presente! Diálogos entre Educação, cultura e Arte”, estudantes e profissionais, preferencialmente atuantes na Baixada Fluminense, puderam submeter seus resumos estruturados e/ou relatos de experiências. Estes trabalhos submetidos foram organizados e apresentados em quatro Simpósios Temáticos:
O ST 01 - Direitos humanos, culturas e identidades, coordenado pela professoras Heloisa Santos, Lívia Paiva e em parceria com a coordenadora do ST 06, Jaqueline Gomes recebeu trabalhos que discutiam as questões de gênero, raça e classe, a partir de uma perspectiva crítica que avaliasse o sexismo, o machismo, a lgbtfobia, o racismo e o classismo como violações dos direitos humanos. Considerando tais elementos, trabalhos que abordassem estas questões, especialmente a partir de uma perspectiva interseccional, eram de interesse deste ST, seja em uma perspectiva teórica, seja por meio de trabalhos que trouxessem resultados de práticas educativas, ativistas, artísticas, dentre outras formas de abordar a luta pelos direitos no mundo contemporâneo, especialmente aqueles que buscavam estabelecer diálogos que se voltem para o Eixo Sul-Sul.
O ST 02 - Gestão, design, moda e carnaval, coordenado pelos professores Flávio Sabrá, André Dias em parceria com a coordenadora do ST 06, Cássia Mousinho, se propôs a ser um espaço para a discussão e reflexão crítica de questões relacionadas às práticas de gestão e negócios no campo da moda, carnaval e festejos, observando sua relação com design, arte, vestuário, artesanato, modelagem, administração e as suas interlocuções entre o processo criativo, produtivo, distributivo e de validação dentro da Cadeia Têxtil/Confecção e da Economia Criativa, seja em trocas formais ou informais.
O ST 03 - Cidades, territórios, culturas e educação, coordenado pelas professoras Gabriela Ribeiro e Bárbara Friaça, abordou trabalhos que traziam o debate sobre cidades, territórios e as vivências deles e neles, intermediadas por diversas vertentes culturais e educacionais (artesanato, moda, culinária, acervos de espaços de cultura e memória, patrimônio cultural, espaços culturais, espaços de lazer, urbanismo, design, educação formal, não formal e informal, entre outros). Também recebeu trabalhos que discutiam sobre inclusão social, entendendo que possibilitar acesso e usufruto amplos e irrestritos aos espaços citadinos contribuem para o incremento da inclusão social, propiciando uma formação holística às pessoas, nos âmbitos cultural, social, educacional, de lazer, de desporto, entre outros.
O ST 04 - Periferia é Centro: processos artísticos e culturais em contramão, coordenado pelas professoras Ana Adelaide Balthar e Lucia Vignoli, buscava discutir como os rearranjos espaciais reverberam nas produções artísticas culturais das periferias urbanas frente a questão do distanciamento social devido a pandemia de COVID-19. “Reinventamos e experimentamos existências bidimensionais, através de dispositivos digitais. Telas de telas. Os deslocamentos se restringiram, mas os encontros se constelaram. De repente, a Baixada não sofre de lonjura, de repente a periferia é centro”.
O ST 05 - Corpos, diversidades, identidades e culturas, coordenado pela professora Jaqueline Gomes, objetivava fomentar, em um ambiente complexo, a inclusão de pessoas oriundas de diferentes grupos sociais. Recebia trabalhos que promovessem investigações e propostas de intervenção, considerando os corpos em suas possibilidades na cultura das aparências.
O ST 06 - Design, artesanato e tecnologia, coordenado pela professora Cassia Mousinho, buscava fomentar a análise do trabalho artesanal, através de seus aspectos estéticos, técnicos, mercadológicos e sociais. Também pretendia reforçar a importância do desenvolvimento de tecnologias e os artefatos a elas associados no âmbito material ou digital, realizando uma ponte entre o artesanato e o design.
Estes Anais são resultantes dos trabalhos aprovados e apresentados no 3º. Encontro de Pesquisadores do IFRJ campus Belford Roxo. É uma das nossas contribuições para a reafirmação da Baixada Fluminense enquanto território potente cultural, artística e educacionalmente.
Boa leitura!
3º Encontro de Pesquisadores - IFRJ/Campus Belford Roxo
Comissão Organizadora
Docentes
Heloisa Helena de Oliveira Santos - Coordenadora de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação
André Monte Pereira Dias
Flávio Glória Caminada Sabrá
Gabriela Sousa Ribeiro
Lucivania Filomeno Ponte
Estudantes
Sara Canto
Gregory Andrade
Comissão Científica
Alicia Romero - UNESA
Ana Adelaide Lyra Porto Balthar - Nena Balthar
André Monte Pereira Dias
Bárbara Boaventura Friaça
Cassia Mousinho de Figueiredo
Charles Leite - UFPE
Denise Loyla Silva
Flávio Glória Caminada Sabrá
Gabriela Sousa Ribeiro
Heloisa Helena de Oliveira Santos
Jaqueline Gomes de Jesus
Lívia de Meira Lima Paiva
Lucivania Filomeno Ponte
Maria Lucia Vignoli Rodrigues de Moraes - INES
Vanessa Santos Ximenes
Reitor
Raphael Barreto Almada
Pró-reitora de Extensão
Ana Luisa Lima
Diretor de Implantação - Campus Belford Roxo
Marcio Franklin de Oliveira
Diretora de Ensino
Rosi Marina Rezende
Coordenação de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação do Campus Belford Roxo: extensao.cbel@ifrj.edu.br