LINGUÍSTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL: QUO VADIS?

Robson Luis Batista Ramos
Pedro Henrique Lima Praxedes Filho

Resumo: Desde seu surgimento, na década de 60, então conhecida como “Gramática de Escala e Categorias”, a abordagem funcional da língua empregada por M. A. K. Halliday passou por diversas reformulações, particularmente nas décadas de 90 e nos anos 2000. No contexto brasileiro, a Linguística Sistêmico-Funcional (LSF, doravante) disseminou-se sobretudo nas últimas duas décadas, em instituições de diversas regiões do país. O grande alcance da LSF justifica-se pela sua vasta aplicabilidade, fazendo com que seja reconhecida como uma “linguística aplicável” para além da pura teorização descritiva (Linguística Teórica) e da busca pela aplicação direta (Linguística Aplicada). Por ser uma teoria social da linguagem, a LSF compreende a produção de sentidos não como parte isolada mas como resultado de diversos sistemas – considerando como esses sistemas modelam as experiências humanas, como se relacionam com os sistemas sociais e como se relacionam com outros sistemas de significação. Desta perspectiva, o caráter funcional emerge não apenas como uso mas como significado construído dentro de um contexto, ponto de partida para todas as análises e descrições ensejadas. Nesta discussão, abordaremos o aparato teórico-metodológico da LSF, enfocando o modelo de arquitetura do sistema linguístico, a perspectiva do desenvolvimento e da aprendizagem de língua com ênfase para questões relativas ao ensino de língua, e as contribuições para o campo dos estudos da linguagem, particularmente quanto ao português brasileiro.

Palavras-chave: Linguística Sistêmico-Funcional. Linguística aplicável. Ensino e aprendizagem.