QUANDO A VIDA REAL É MAIS ESTRANHA QUE A FICÇÃO: REALISMO E VEROSSIMILHANÇA EM ADAPTAÇÕES DE OBRAS DE NÃO-FICÇÃO PARA O CINEMA

Vanessa Alves do Nascimento

Resumo: Adaptações de obras literárias para o cinema são muito estudadas, mas adaptações de obras baseadas em textos biográficos não o são na mesma quantidade. Nesse tipo de adaptação, que acaba envolvendo fatos reais, sempre há algum tipo de interferência, seja das pessoas envolvidas ou de seus familiares. O objetivo desse trabalho é o de se verificar se há alguma diferença entre as versões reais e a caracterização das versões ficcionais de pessoas reais e apontar fatores que podem contribuir para essa diferenciação. Para tanto iremos analisar duas cenas do filme “O Artista do Desastre” (2018) em relação às mesmas retratadas no livro de não-ficção “The Disaster Artist – My Life Inside The Room, The Greatest Bad Movie Ever Made” (2013) e como elas foram alteradas do livro para o filme. Baseados nos escritos de Hutcheon (2013) sobre adaptação e nos escritos de Cobb (2012) sobre a autoria em adaptações de obras cinematográficas, iremos tratar como os personagens Tommy Wiseau e Greg Sestero foram adaptados de suas contrapartes reais presentes no livro de memórias. Por fim, pretende-se com esse trabalho lançar uma luz maior sobre adaptação de textos não-literários em obras cinematográficas e como são feitas as caracterizações de personagens baseados em pessoas reais.

 

Palavras-chave: Adaptação. Textos de não-ficção. Tradução intersemiótica.