Coordenadores:
- Prof. Dr.º Hugo Freitas de Melo (UFMA/USP)
- Prof. Dr. Wheriston Silva Neris – (UFMA)
 

Descrição: A partir do advento da República, o Brasil experimentou profundas transformações políticas, econômicas, sociais, culturais e religiosas, cujos efeitos reverberaram (e são percebidos até os dias atuais) na formatação de novas modalidades de intervenção das religiões no espaço público, especialmente na remodelagem de um novo escopo doutrinário evangelizador do catolicismo, bem como na formação de novos arranjos institucionais nos âmbitos educacional e cultural e na ascensão de novos agentes na disputa pelo poder político nas esferas federal, estadual e municipal. Caracterizadas tanto pela imbricação entre esses domínios quanto por clivagens entre seus representantes instituídos, que desembocariam na reelaboração de práticas e representações sociais, tais mutações históricas possibilitaram, por exemplo, a expansão da rede escolar pública (modelada e gerenciada pelo Estado) e privada (capitaneada a priori pela Igreja católica e pelo “mercado” posteriormente), o surgimento das universidades a partir da década de 1930, o crescimento das igrejas neopentecostais e das religiões de matriz afro-brasileira no período pós-Vargas, a ascensão dos movimentos das comunidades eclesiais de base a partir da década de 1960, a reorganização político-partidária durante o regime militar, a inclusão das ciências humanas nos currículos escolares contemporâneos e a sua posterior contestação por forças políticas e religiosas conservadoras, evidenciando o aumento das pressões sociais sobre o sistema educacional e colocando em xeque a relativa autonomia da produção científica nacional. À guisa desses condicionantes, cabe questionarmo-nos qual o papel das religiões na manutenção das estruturas sociais e, por outro lado, de que modo elas podem ser concebidas como elementos de transformação dessas dinâmicas? Qual a importância da educação nesses processos centrais e como se dá a inserção e disseminação das ciências humanas nos contextos periféricos? De que forma esse caldo cultural tempera as relações políticas nacionais, regionais e locais? Com base nisso, propõe-se aqui a ampliação das discussões acerca das relações entre organizações religiosas, práticas educacionais e modalidades de engajamento político em distintos contextos, privilegiando-se pesquisas já concluídas ou em andamento que explorem essas e outras dimensões de análise – como perfis de grupos sociais dominantes, mecanismos e estratégias de afirmação de agentes (individuais e coletivos) e modos de dominação, com foco preferencial na região Nordeste e no Maranhão, em particular.

Palavras-chave: Estado. Educação. Religião. Políticas Públicas.

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