A Folkcomunicação é uma teoria genuinamente brasileira, criada por Luiz Beltrão e popularizada a partir da década de 80, quando o teórico publicou suas primeiras pesquisas, especialmente, o livro "Folkcomunicação: a comunicação dos marginalizados", que abriu caminho para diversos estudos comunicacionais na área, no âmbito nacional e internacional. Basicamente, a teoria estuda "o conjunto de procedimentos de intercâmbio de informações, ideias, opiniões e atitudes dos públicos marginalizados urbanos e rurais, através de agentes e meios direta ou indiretamente ligados ao folclore" (BELTRÃO, 1980, p.24).

Tudo o que comunica o povo e para o povo é Folkcomunicação. Trata-se de uma teia de comunicação artesanal que se forma em diversos grupos sociais "extinguidos" dos meios e/ou canais sociais e comunicacionais hegemônicos. Tudo o que existe dentro do ambiente de cultura popular e se comunica de uma forma alternativa e peculiar, fora do circuito midiático convencional ou das expressividades socioculturais tradicionais (hegemônicas ou elitizadas) é, potencialmente um objeto de folk. No entanto, é importante destacar que a Folkcomunicação não é o estudo da cultura popular, mas o estudo dos meios e procedimentos de comunicação dentro desses ambientes e tem forte ligação com o folclore, ou seja, os conhecimentos repassados pela tradição por meio da oralidade.

A Amazônia é terreno fértil para o fomento de pesquisas folkcomunicacionais, haja vista a pluralidade cultural, étnica e social dos seus diversos povos e grupos sociais. Contudo, a produção científica em Folkcomunicação nesta região ainda é pequena se comparada à do Nordeste e Sudeste do Brasil, por exemplo. Diante disso, a I Jornada De Folkcomunicação do Amazonas é um marco importante para popularizar e incentivar a produção de novas pesquisas na área entre os acadêmicos de graduação e pós-graduação, além de pesquisadores da Comunicação que possam se interessar por este campo de estudo.

Por meio da complexidade do universo comunicacional, a Folkcomunicação revela riquezas culturais escondidas das mais variadas populações brasileiras. Esperamos que desta primeira jornada de folk no Amazonas, prolifere a curiosidade por novas pesquisas comunicacionais para elevar a produção amazônica a lugar de destaque na Conferência Brasileira de Folkcomunicação (FOLCOM2018), que será realizada de 25 a 27 no campus da UFAM em Parintins (AM).