O Seminário da Consciência Negra, que acontecerá nos dias 18 e 19 de novembro de 2015 no Instituto Federal de Alagoas – Campus Piranhas, intitulado “A longa caminhada negra no Brasil: lutas, resistência e cultura”, traz para o centro do debate um sujeito social bastante relevante na formação social e territorial do Brasil, entretanto, historicamente explorado, discriminado, por vezes invisibilizado e excluído em nossa sociedade.

Foram cerca de quatro séculos de escravidão, nos quais mulheres e homens, violentamente sequestrados de seus territórios e separados de suas famílias, passaram a fazer parte da sociedade brasileira a partir do processo de Colonização e a contribuir, através da sua cultura, do seu trabalho, dos seus saberes, da sua forma de relação com a natureza, na construção do território nacional nas suas diversas regiões. Bem como, contribuíram sobremaneira a partir dos processos de lutas e resistências em face da realidade desumana na qual estavam sendo submetidos.

A opressão e a discriminação aludidas, infelizmente, ainda permanecem na atual sociedade brasileira, bem como, nos quatro cantos do Brasil permanecem as lutas e resistência dos diversos movimentos e organizações sociais que buscam, incansavelmente, garantir a efetivação dos direitos políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais da população negra, consequentemente, a emancipação destes sujeitos de qualquer forma de violência, subordinação e discriminação.

Neste bojo, o evento tem por objetivo discutir a cultura afro-brasileira e a realidade social do negro no Brasil, especificamente nos estados de Alagoas e Sergipe, pondo em relevo justamente os processos de lutas, resistências e a cultura negra especializadas no território alagoano e sergipano. Para tanto, o seminário será composto de palestras, mesas-redondas, exibições fílmicas e culturais, buscando não apenas expor ideias pré-fabricadas acerca da temática, mas de forma dialógica, construí-las juntamente com os participantes e a luz da realidade dos lugares e das vidas das mulheres, homens, crianças e idosos negros que, diariamente, ainda são submetidos a realidades opressoras, mas que continuam sua longa caminhada em busca da construção de uma outra sociedade.