Objetiva discutir a relação entre as transformações no mundo do trabalho e os impactos da Reforma Trabalhista, aprovada no Brasil no contexto pós-golpe e a expansão da tercerização e do agudizamento da condição de precariedade das(os) trabalhadoras(es), mais precisamente, as(os) inseridas(os) no Setor de Serviços no Brasil. Partindo desta análise, ratificamos que este setor é em larga escala ocupado por mulheres e LGBT’s, realidade material que desmistifica a suposta homogeneidade que é colocada sobre a classe trabalhadora. Não podemos conceber a classe trabalhadora, então, de forma sexualmente cega (SOUZA-LOBO, 2011), pois ela tem determinações que lhes imputam formas diferenciadas de acesso e precariedade no mundo do trabalho, intensificadores nesta seara da divisão sexual do trabalho, passando por contradições que têm o determinante não só de classe, mas de raça, sexo e sexualidade – e sobre estas últimas dimensões, visamos tecer análises da condição de ser mulher e ser LGBT nessa sociedade e a relação destes com o trabalho. O Setor de Serviços têm base material para atender aos princípios de desestruturação e de degradação do mundo do trabalho e no estágio atual do capitalismo é responsável por capitanear uma massa de trabalhadoras(es) que expressa o mercado de trabalho terceirizado no Brasil. Situamos esses(as) sujeitos(as), na contemporaneidade, como constitutivos(as) do precariado brasileiro, definido por Braga (2012), enquanto “[...] a fração proletária não qualificada, feminina, negra, pobre e migrante da classe trabalhadora [...] além de um expressivo contingente formado por gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros [...]” (p. 197, grifos nossos). Na atualidade, estes segmentos são os que mais sofrem com os impactos do Golpe e a aprovação da “reforma”. Nesta direção, é mister ratificar a relação intrínseca entre o precariado e as relações de sexo e sexualidade, pois partem de características que têm na opressão a que esses indivíduos estão sujeitos, forte ligação com o lugar ocupado no mercado de trabalho, o da precarização do trabalho e da vida, intensificados nos dias atuais.

Ministrante: Jéssica Juliana Batista

Mestranda em Serviço Social/UFPB

 

 

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