Na edição da Jornada de 2022, nosso homenageado é o pesquisador, professor e cineasta Carlos Roberto de Souza. No dia 01 de setembro, às 18h30, exibiremos seu filme Um drama caipira dedicado a Caio Scheiby (Carlos Roberto de Souza e José Carvalho Motta, 1973), seguido de debate com o homenageado.

 

Paulo Emílio apresenta Carlos Roberto de Souza

 

 

Em 1973, Paulo Emílio Salles Gomes escreveu uma suscinta e significativa carta de recomendação sobre Carlos Roberto de Souza, para entrar como professor colaborador voluntário no Departamento de Cinema da ECA-USP. Já dizia ali, muito daquilo que Carlos Roberto iria fazer ao longo de sua trajetória e do que o caracteriza como ser humano, motivo dessa homenagem e reconhecimento.

O sr. Carlos Roberto Rodrigues de Souza manifestou ainda como estudante um gosto marcante pelos estudos sobre história do cinema universal e sobre cinema brasileiro antigo e moderno. Os trabalhos de pesquisa pessoal a que logo se dedicou indicaram que o seu gosto era uma vocação: quando se formou na ECA já conquistara uma posição nítida no quadro brasileiro da pesquisa cinematográfica. Colaborando voluntariamente junto às disciplinas de História do Cinema e Cinema Brasileiro o sr. Carlos Roberto Rodrigues de Souza demonstrou ainda notáveis qualidades didáticas. Compreendendo de maneira muito realista os problemas que os alunos enfrentam ao abordar a história do cinema e notadamente o cinema brasileiro, ele contribuiu muito para os progressos que fizeram nessas áreas. Estou convencido de que a inclusão dele no corpo docente do Setor de Cinema será muito enriquecedora para a ECA.

Paulo Emilio

 

Conheça um pouco mais sobre a trajetória de Prof. Carlos Roberto de Souza

Carlos Roberto de Souza nasceu em Andradina (SP), em 1950. Formou-se em Cinema na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo em 1972. Em 1979, concluiu o mestrado Uma Hollywood Brasileira - Cinema em Campinas nos anos 20. Foi professor de História do Cinema na ECA-USP até 1984. Em 2009, concluiu o doutorado em Ciências da Comunicação na ECA-USP com a tese A Cinemateca Brasileira e a Preservação de Filmes no Brasil. Começou a colaborar com a Cinemateca Brasileira em 1975, e entre 1977 e 2015, ocupou vários cargos de coordenação e direção da instituição, atuando nas áreas de documentação, preservação, pesquisa e curadoria do acervo. Foi ali também, em 2002/2004, que coordenou a realização do primeiro Censo Cinematográfico Brasileiro, do período de 1897 a 1970, no qual foram listadas as informações sobre longas e curtas-metragens, cinejornais e filmes domésticos do país. Entre 2007 e 2011, fez a curadoria das cinco edições da Jornada Brasileira de Cinema Silencioso. Entre 2016 a 2020, foi Presidente da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual/ABPA, que ajudou a criar. É professor colaborador do Programa de Pós-graduação em Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos. Publicou livros e artigos nacionais e internacionais sobre a história do cinema brasileiro, com ênfase no cinema silencioso. Investigou O impacto da chegada do som no cinema do Brasil - 1926/1936, seu pós-doutorado, e prepara a publicação de sua importante pesquisa sobre a carreira do cineasta Humberto Mauro depois de 1930.