O corpo pode ser entendido como um construto social e identitário, mutável e mutante, suscetível a transformações e intervenções culturalmente expostas e/ou impostas. Na sociedade capitalista, esses corpos tornam-se objetos e bens de consumo cujo valor é determinado a partir de sua função e utilidade. Como um dos critérios definidores dessa utilidade, está a eficiência do desempenho sexual e padrões estéticos supervalorizados de beleza e juventude. O Estado patriarcal, a cultura judaico-cristã e a ciência positivista potencializam essa estrutura-norma cis-heterocentrada. Isto ocorre por meio da regulação da moralidade dos sexos, da padronização das práticas sexuais e dos sujeitos sexuais. Chamar de patologias aspectos da diversidade humana, como a corporal, é uma das maneiras que a biomedicina tem de controlar nossa sexualidade. Portanto, dada a realidade da diversidade humana, essas conjunções impõem o surgimento de comportamentos desviantes, como daquelas pessoas que não cumprem tais padrões e são estigmatizadas e marginalizadas. Estas se tornam corpos desacreditados no sentido estético e de alcance do prazer sexual, pois possuem características potencialmente desqualificadoras mediante seus grupos de ”semelhantes”, como aqueles corpos fora de padrões estéticos impostos, corpos portadores de deficiências físicas e/ou mentais, corpos gordos ou muito magros, corpos em idade avançada, corpos transformados, corpos em que os genitais ou os caracteres secundários sexuais não seguem o padrão típico de homem ou mulher, corpos que, como todos, buscam prazer e felicidade. A mesa pretende abordar os seguintes temas:

  • Quem, afinal, define tais padrões?
  • Quais são as identidades desses corpos estigmatizados?
  • Quais são essas narrativas?
  • Como se manifesta a violência para a padronização desses corpos nas rotinas dos serviços de saúde?
  • O que podemos fazer como profissionais para promover uma prática que considere a diversidade dos corpos?

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