Encontros entre Gloria Estefan e Célia Cruz: Aproximações, redes e colaborações

Igor Lemos Moreira

O presente trabalho examina alguns momentos em que as cantoras cubanas exiladas Gloria Estefan (1958-presente) e Célia Cruz (1925-2003) compartilharam produções e elaboraram redes de afetividade e colaborações artística em torno da produção musical latina nos Estados Unidos. Através de notas na imprensa elaborada nos Estados Unidos e producões conjuntas das artistas, procura-se analisar o papel dos afetos e das redes de apoio e sociabilidade na construção de trajetória de artistas exilados/as cubanos/as no segmento da música pop latina global, com ênfase nos jogos de identificações e nas representações. Por meio dos pressupostos teórico-metodológicos das História do Tempo Presente, em diálogo com as História Cultural e os estudos sobre as canções, é possível perceber o papel das relações de amizade e empresariado na indústria fonográfica, assim como processos de a circulação de ideias e projetos em torno das representações das comunidades exiladas nos EUA e de sentidos sobre cubanidades. Neste sentido, o estudo das aproximações das trajetórias de Gloria Estefan e Célia Cruz possibilita compreender as múltiplas dimensões, condições e processos que envolvem as indústrias culturais globais em nossa contemporaneidade, além de contribuir para refletir sobre maneiras como determinados sujeitos/indivíduos elaboraram formas de ver, ouvir e sentir experiências comuns em meio a deslocamentos e trânsitos.

Referências:

GONZALEZ, Juan Pablo. Pensando a música a partir da América Latina: problemas e questões. São Paulo: Letra e Voz, 2016

POEY, Delia. Cuban Women and Salsa. Nova Iorque: PalgraveMacmillan US, 2014.

RANCIÈRE, Jacques. Figuras da História. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

RICOEUR, Paul. O si-mesmo como um outro. Campinas: Papirus, 1991.

SAID, Edward. Reflexões sobre o exílio e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

 

Palavras-chave: Gloria Estefan, Celia Cruz, Exílio, Redes de Sociabilidade, Cubanidade.

 

A Música-Teatro do ponto de vista do fazer teatral: ressonâncias de Vsevolod Meyerhold em Gilberto Mendes

Alexandre Ficagna, Victor Augusto Pesian Laffranchi

 

Dentre os encenadores que buscaram repensar o fazer o fazer teatral no início do século XX, Vsevolod Meyerhold destaca-se por buscar na Música um “meio regulador” (CAVALIERE, 1996) e obter um teatro “organizado segundo leis musicais” (MEYERHOLD apud ROESNER, 2010). Décadas mais tarde, no Pós-Guerra, alguns  compositores irão se aproximar do Teatro para renovar seu fazer musical, dando origem ao gênero conhecido como Música-Teatro. Apesar da diversidade de abordagens, verificável nas obras do gênero, Rebstock (2012) aponta características ou “sintomas gerais”, identificados por Magre (2017) na obra para Música-Teatro do compositor Gilberto Mendes. Contudo, mesmo sendo um gênero híbrido, nota-se que a Música-Teatro é pouco abordada do ponto de vista do debate teatral, o que se revela uma lacuna quando se verifica a presença embrionária de diversas características do gênero no fazer teatral meyerholdiano. A partir da comparação destas características [identificadas sobretudo nos estudos de Piccon-Vallin (2008; 2013)] com os sintomas da Música-Teatro analisados por Magre na obra de Mendes, verificam-se ressonâncias do pensamento teatral do encenador russo na obra do compositor brasileiro. Embora as similaridades entre ambos não se limitem aos “sintomas” apontados por Rebstock, observa-se que Mendes pensava o Teatro do ponto de vista da composição musical, e que Meyerhold pensava a Música tendo como principal objetivo renovar o fazer teatral. Assim, conclui-se que para se pensar a Música-Teatro do ponto de vista do fazer teatral (e suas contribuições) é preciso considerar justamente as particularidades das expressões artísticas.

REFERÊNCIAS

MAGRE, Fernando de Oliveira. A Música-Teatro de Gilberto Mendes e seus processos composicionais. São Paulo, 2017. 190 p. Dissertação (Mestrado em Musicologia). Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

MENDES, Gilberto. Uma odisseia musical: dos mares do expressionismo à elegância pop/art déco. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Editora Giordano, 1994. 316 p.

PICCON-VALLIN, Béatrice. Rumo a um teatro musical: as propostas de Vsévolod Meierhold. In: PICCON-VALLIN, Béatrice. A cena em ensaios. São Paulo: Editora Perspectiva, 2008. Capítulo 2, p. 19-42.

PICCON-VALLIN, Béatrice. Meierhold. São Paulo: Editora Perspectiva S.A, 2013. 563 p.

REBSTOCK, Matthias. Composed theatre: mapping the field. In: REBSTOCK, Matthias; ROESNER, David (Ed.). Composed Theatre: aesthetics, practices, processes. Chicago/Bristol: Intellect, 2012. Capítulo 1, p. 17-52.

Palavras-chave: Teatro, Música-Teatro, Teatro composto, Gilberto Mendes, Vsevolod Meyerhold.

 

Desde que o samba é rock: convergências e divergências nas performances e estéticas dos blocos temáticos cariocas a partir das apresentações dos blocos “G.R.B.C. Block ´n Roll” e “Bloco do Rock”.

Nilton Silva Jardim Junior

Neste trabalho abordarei a partir dos desfiles dos blocos “Block ‘n Roll” e “Bloco do Rock” os elementos divergentes e convergentes entre a estética e performance dos dois estilos musicais e como isso influencia nos desfiles/apresentações do mesmo. Pretendo também falar do resultado acústico e visual que tais diálogos resultam nas performances de ambos.

Mesmo sendo ritmos que guardam origem similares (ambas ritmos que surgiram na população negra e que fazem mescla de elementos da música africana com ocidental), rock e samba trabalham isto de forma bem diferente. Se o primeiro ao longo do tempo teve sua herança africana diluída e se consagrou com  uma música eminentemente elétrica; o segundo  manteve seu pé fincado nas tradições e mesmo se adequando aos tempos modernos, faz um uso mais discreto da tecnologia, buscando preservar uma sonoridade predominantemente percussiva. A performance e a estética de ambos também é bem diferente, resultando em um adotando uma postura mais obscura e agressiva, enquanto o primeiro tende a trabalhar com uma estética e temática mais leve e alegre. Essa divergência vai se manifestar de forma bem curiosa nos blocos temáticos de carnaval. Famosos por trazer para o carnaval um repertório fora do tradicional (marchinhas de carnaval, sambas enredo antigos ou até autorais), alguns blocos temáticos trazem desde tangos tradicionais como Besame Mucho, até clássicos da banda do heavy metal e temas de jogos de videogame, dependendo do tema do bloco. Isto implica até em adaptações tanto na infraestrutura quanto na performance e estética que serão abordadas nesta comunicação.

 

Referências Bibliográficas:

FRIEDLANDER, Paul. Rock and Roll: uma história social. Rio de Janerio: Record, 2002.

LOPES, Pedro Alvim Leite. Heavy Metal no Rio De Janeiro e Dessacralização De Símbolos Religiosos: A Música do Demônio na Cidade de São Sebastião das Terras de Vera Cruz. Rio de Janeiro: PPGAS-MN/UFRJ, 2006 (tese de doutorado).

SILVA, Wallace Lopes (org.). Sambo, logo penso: afroperspectivas filosóficas para pensar. Rio de Janeiro:  Hexis :  Fundação Biblioteca Nacional, 2015.

SODRÉ, Muniz. Samba, o dono do corpo. Rio de Janeiro: Mauad, 1998.

 

Palavras-chave: enotmusicologia, carnaval, rock,

 

"Chicotes e Algemas me Excitam": performance de gênero e Mis-en-scène na música S&M da Rihanna

David Francisco de Amorim

 

Os estudos em gênero e performance vem crescendo nós últimos anos, principalmente nos cursos de antropologia e sociologia, na comunicação estes ainda são recentes em comparação aos já citados. O presente texto tem como objetivo principal realizar um estudo sobre performances de gênero na música S&M da cantora Rihanna, analisando também como o cenário sadomasoquista presente no clipe forma o Mis-en-scène, portando ambaos são essenciais no contexto visto que um complementa o outro. O trabalho tem como metodologia a análise bibliográfica e de conteúdo, tomando como principais autores Judith Butler, no que diz respeito a performance de gênero, Thiago Soares sobre corpos em cenas musicais, Gregori e Leite JR na parte que diz respeito ao sadomasoquismo. Tal estudo se faz necessário no momento em que foi percebido que os estudos presentes sobre performance e sadomasoquismo quando feitos sempre focam em eventos ou filmes, sendo assim, percebi na música e em seu clipe uma potencial pesquisa, tanto dos temas já citados como também dos fetiches abordados na letra que podem ajudar futuras pesquisadoras.

 

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro - Civilização Brasileira, 2018.

LEITE JR, Jorge. A cultura S&M. Monografia (graduação em ciências sociais), PUC-SP, 2000.

SOARES, Thiago. Conveniências performaticas num show de brega no Recife: espaços sexualizada e desejos deslizantes de piriguetes e cafuçus. In. Logos: comunicação e universidade, V. 19, n. 1, 2012.

 

Palavras-chave: Performance, gênero, música

 

O escutar na era multitasking: reflexões e interações sobre a musicalidade crítica e a alfabetização midiática

Eduardo Assad Sahão

 

A apreciação musical perpassa uma intensa mudança de paradigmas. Esta relação transformou irreparavelmente modos de escuta devido ao acesso multiplataforma de conteúdo musical pelos facilitadores midiáticos. O desenvolvimento tecnológico permitiu – através de serviços de distribuição streaming – novas formas de interação musical, levando o ouvinte a estabelecer diferentes significados delineados e interssônicos (GREEN, 2008). Pôs-se a mão do indivíduo uma biblioteca musical com infindáveis opções à distância de um clique. Entretanto, sem a orientação necessária para usufruí-la de forma consciente. Aliado ao cenário multitasking da contemporaneidade, a efemeridade das informações – quase sempre – instantâneas diminuiu ainda mais a limitada capacidade de concentração que assola o cidadão do século XXI, alterando, de forma definitiva, o processo de recepção da música das novas mídias. Adotou-se um estilo de ‘cotidiano multitarefa de mídia’, em outras palavras, perdeu-se a consciência do que é necessário e do que é apenas uma resposta reflexiva inócua (GAZZALEY & ROSEN, 2016). O ouvinte deve, então, suscitar uma musicalidade crítica em relação a interação com as multiplataformas midiáticas. Ao entender seu processo, de um lado, a recepção mais atenta do que recebem dos aplicativos e mídias de massa, do outro, uma maior autonomia na procura por novas músicas e experiências para além do sistema de mapeamento algoritmo, entendendo sua produção e modos de difusão. Este artigo visa incitar reflexões sobre a necessidade da musicalidade crítica perante à forma de interação multiplataforma do indivíduo com o material musical.

 

GAZZALEY, Adam. ROSEN, Larry. The distracted mind: ancient brains in a high-tech world. Cambridge, MA. MIT Press, 2016.

GREEN, Lucy. Music, informal learning and the school: a new classroom pedagogy. England, Ashgate Publishing Limited, 2008.

PARTTI, Heidi & KARLSEN, Sidsel. Reconceptualising musical learning: new media, identity and community in music education, Music Education Research, 12:4, 369-382, 2010.

WILSON, C. et al. Alfabetização midiática e informacional: currículo para formação de professores. Brasília: UNESCO, UFTM, 2013.

 

Palavras-chave: Musicalidade Crítica, Alfabetização Midiática, Música e Mídia

 

 

 

Dispositivo Transmedial

Carolina Carrizo

 

Este artículo propone el concepto de “dispositivo transmedial” para abordar el estudio de la composición musical desde dicha perspectiva (Kozak), tomando como punto de partida la obra y posicionamientos teóricos del compositor Mauricio Kagel (1931- 2008). En contexto de crisis de las vanguardias de posguerra (Laborda), Kagel propone una perspectiva muy particular de la composición musical. A partir de ésta, habilita la posibilidad de considerar el espacio, el cuerpo-intérprete, los elementos sonoros y los no sonoros presentes en su obra como materiales factibles de ser manipulados al momento de la composición musical. Permite así el surgimiento de un marco para todas aquellas piezas escénicas y audiovisuales que no puedan ser catalogadas como ópera, abriendo al mismo tiempo un nuevo paradigma en torno a la notación musical. A partir de una contextualización histórica de los postulados del compositor Mauricio Kagel, dando cuenta de su relevancia, se desarrolla el concepto de “dispositivo transmedial” para dar cuenta de la configuración que deviene del proceso de composición de la obra, conformada por las interrelaciones que se establecen entre el cuerpo-intérprete, el orgánico, la escena, el espacio y otros elementos no sonoros implicados. A modo de conclusión se plantea que, si bien cada dispositivo transmedial es inherente a cada obra, el mismo puede operar a su vez como parte del dispositivo de nuevas obras, estableciendo posibles relaciones intertextuales, siendo así factible de pensarse en forma autónoma.

 

Bibliografía:

Aumont, Jaques (1990) El Papel del dispositivo. En Imagen. París: Ediciones Natham

Rothstein, Evan Jon (2003). “Le théâtre musical d´Aperghis: un sommaire provisoire” en Musique et Dramaturgie, esthétique de la représentation au XXe siècle. París: Publications de la Sorbonne

Laborda, José María (2015) Postserialismo y crisis de las vanguardias. En La música Moderna y Contemporánea a través de los escritos de sus protagonistas: una antología de textos comentados. S/L: Editorial Doble J.

Kozak, Claudia (Ed.) (2012). “Transmedial” en Tecnopoéticas argentinas (archivo blando de arte y tecnología). Buenos Aires: Editorial Caja Negra.

de Rueda, María de los Ángeles (2012) “cuerpo, arte y tecnología” en  Arte y cuerpo digital (nuevas tecnologías y estéticas contemporáneas). Ceriani, Alejandra (Ed.) La Plata: Edulp

Kagel, Mauricio (2011) Palipsestos. Buenos Aires: Editorial Caja Negra.

 

 

Palavras-chave: Kagel, dispositivo, obra, transmedial, cuerpo, escena, composición musical, tradición escrita

 

Silêncio no YouTube: registros, performances e diásporas de 4’33” de John Cage

Fernando Gonzalez

 

O objetivo deste artigo é analisar os registros de performances, interpretações e reapropriações de 4’33”, obra do compositor norte-americano John Cage, disponíveis no YouTube. Partimos das reflexões sobre música experimental oferecidas por Jennie Gottschalk e Michael Nyman, detalhando com especial destaque a posição ocupada pela peça de Cage nesse contexto e seu significado para a proposta estética do experimental. Analisa-se, em seguida, os registros disponíveis na rede social digital, seus contextos de produção, suas aparentes propostas estéticas e os possíveis rastros evidenciados, com especial destaque para as performances localizadas fora do que poderíamos entender como o mainstream da música clássica contemporânea – ou seja, interpretações oferecidas por orquestras e grupos de câmara em salas de concerto e por pianistas profissionais em recitais tradicionais. Buscamos, também, uma compreensão mais profunda da peça, resgatando os contextos pessoais e profissionais que levaram ao seu surgimento e o que podemos depreender, a partir dela, da obra de John Cage como um todo. Propõe-se, finalmente, questionamentos sobre as possibilidades de mercantilização da obra, a partir de uma reflexão sobre as possíveis configurações da música experimental como mercadoria na sociedade de consumo.

 

CAGE, J. Silence. Lectures and Writings by John Cage. Middletown: Wesleyan University Press, 2013

GOTTSCHALK, J. Experimental Music since 1970¸ Nova York: Bloombsbury Publishing, 2016

HELLER, A. A. John Cage e a poética do silêncio. Tese (Doutorado em teoria literária) – Curso de Pós-Graduação em Literatura. Universidade Federal de Santa Catarina. 2008

LARSON, K. Where the Heart Beats: John Cage, Zen Buddhism, and the Inner Life of Artists. New York: Penguin Books, 2013

MENEZES, F. Música Maximalista: Ensaios sobre a música radical e especulativa, São Paulo: Editora UNESP, 2009

NYMAN, M. Experimental Music: Cage and Beyond, Nova York: Cambridge University Press, 1999

 

 

Palavras-chave: comunicação, música experimental, silêncio, John Cage

 

O piano como cenário: composição e construção da performance da charla #1

Heitor Martins Oliveira, Dario Rodrigues Silva

 

A charla #1 (2019) é uma peça intimista para piano solo com difusão sonora, criada por Heitor Oliveira (compositor) e Dario Rodrigues Silva (pianista) no escopo das atividades do projeto Coletivo N·S·L·O. A peça é parte do charlatório, evento no qual o público se depara com os quatro intérpretes em diferentes ambientes (OLIVEIRA et al, 2019). Ao abordar as questões da teatralidade e da encenação da performance musical, o processo criativo da peça dialoga com posicionamentos estéticos e abordagens criativas do teatro instrumental (KAGEL, 2009; BRKLJACIC, 2013) e da música teatro (MENDES, 1994; MAGRE & BERG, 2016). A proposta composicional explora possibilidades de interação do intérprete e seu assistente com o piano, todos entendidos como presenças concretas no espaço de performance. A estrutura composicional estabelece simultaneamente os campos sonoros, relações de escuta e a moldura visual da peça, consistindo em trajetos para o pianista e para o assistente em torno do instrumento. Na construção da performance, o intérprete se apropria de elementos cênicos, teatrais, gestuais e da escrita musical para criar percursos realizados propriamente ao piano, aqui imaginado como um espaço cênico em si mesmo, onde ocorrem movimentações físicas e metafóricas. Valendo-se da proximidade, o intérprete insere o assistente nesses percursos através de comunicações verbais, insinuações gestuais e convites para compartilhar o espaço e as ações. Essa proximidade ressalta as intimidades do intérprete e do assistente e gera variantes que são incorporadas na performance, dando a cada uma das iterações com assistentes diferentes, um caráter mutuamente confessional.

BRKLJACIC, Ivan. Instrumental theater observerd through selected compositions by Mauricio Kagel. In: ZATKALIC, Milos; MEDIC, Milena; COLLINS, Denis (Org.), Histories and Narratives of Music Analysis. Newcastle: Cambridge Scholars Publishing, 2013, pp. 266-273.

KAGEL, Mauricio. Transición II (1959). [Vídeo] Paulo Alvares, piano; Carlos Tarcha, percussão; Seunghyuk Lim e Sergej Maingardt, difusão sonora. Colônia: Studio für Elektronische Musik, Hochschule für Musik und Tanz Köln, 2009. Disponível em: <https://youtu.be/WRYvlKNymgo>, acesso em junho de 2020.

MAGRE, Fernando de Oliveira; BERG, Silvia Maria Pires Cabrera. Aproximações entre “A Obra de Arte Viva” de Adolphe Appia e a música teatro: um estudo sobre “O Último Tango em Vila Parisi de Gilberto Mendes”. In: XXVI Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música, Anais… Belo Horizonte, 2016, s/n.

MENDES, Gilberto. Uma odisséia musical: dos mares do sul à elegância pop/art déco. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, Editora Giordano, 1994.

OLIVEIRA, Heitor Martins; SILVA, Dario Rodrigues; ARBELÁEZ HERNÁNDEZ, Gina Arantxa; SIMÕES, Renan Colombo; GOMES, Sabrina Souza. Charlatório. Dramaturgias, (11), 129-141, 2019. DOI: https://doi.org/10.26512/dramaturgias.v0i11.27387

 

Palavras-chave: composição musical, performance musical, teatralidade, espaço cênico, processo criativo

 

  • A Favela não só fala, mas ouve também! A voz de dentro na descrição sonora.

Thiago Torres (Chavoso da USP), Thiago Barbosa Alves de Souza

 

Através da trazida dos estudos dos subalternizados (SPIVAK, 2010) para o campo sonoro/musical, este artigo propõe abordar a experiência sonora nas comunidades de São Paulo e nos bailes de rua através da voz de quem realmente vivencia cotidianamente este ambiente social e sonoro. Para a realização desta descrição, contamos com um relato de experiência de Thiago Torres (conhecido como Chavoso da USP), morador de comunidade, ativista de movimentos sociais e estudante de Ciências Sociais na Universidade de São Paulo. Utilizando o conceito de paisagem sonora (SCHAFER), o relato de experiência sonora de Thiago Torres será seguido de uma posterior reflexão sobre a relevância de seu relato aos estudos sonoros e musicais, dominados por produções europeias e americanas ou narrada apenas por especialistas que quando tratam de manifestações periféricas estão sempre de fora do fenômeno.

 

FACINA, Adriana ; PALOMBINI, Carlos . O Patrão e a Padroeira: Momentos de Perigo na Penha, Rio de Janeiro.. Mana, v. 23, p. 341-370, 2017.

SCHAEFFER, Pierre. ?Traité des Objets Musicaux: essai interdisciplines.? Paris: Éditions Du Seuil, 1966.

SCHAFER, R. Murray. ”Introduction,” “Listening” and “The Acoustic Community,” The Soundscape: Our Sonic Environment and the Tuning of the World, 3-12, 205- 225. Rochester: Destiny Books, 1994 (1977).

SCHAFER, Murray. ?O Ouvido Pensante. ?2. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2011.

SPIVAK, Gayatri. Pode o subalterno falar? Trad. Marcos Pereira Feitosa. Editora: UFMG, 2010.

 

Palavras-chave: Estudos decoloniais, paisagem sonora da favela, Funk, Rap.

 

Esboço sobre as infraestruturas de atuação das tecnologias musicais na Belle Époque carioca

Joabe Guilherme Oliveira

 

O presente artigo, ao olhar aspectos da assimilação das tecnologias-musicais em determinados espaços no primeiro quartel do século XX, em especial no ambiente doméstico da elite carioca, procura trazer a baila a discussão sobre o papel dessas tecnologias em um cenário marcado pelos acontecimentos globais da modernização, da 1ª Guerra Mundial e da Gripe espanhola. Mesmo que totalmente diferente em diversas variáveis ao que acontece atualmente, pensando nas novas tecnologias-musicais e sua atuação em um contexto permeado por eventos globais, não se pode deixar de lado a importância desse assunto, visto a uma demanda do presente de alternativas aos questionamentos impostos pelo mesmo, e a atenção que se faz necessária para que se lembre que o presente também é uma produção cultural/histórica. O distanciamento de aproximadamente um século do período compreendido aqui, faz com que o pesquisador que estuda a primeira metade do século XX, fique cada vez mais depende de dois tipos de fontes, como bem lembra Hobsbawm (1997, p. 9), a imprensa diária ou periódica, e outras publicações de governos nacionais e instituições internacionais, para esse artigo procuramos fazer uma análise dos textos e propagandas veiculados pela revista “Fon-Fon”, uma das revistas ilustradas mais populares da época, sobre as tecnologias musicais (fonógrafo, gramofone e vitrola). A investigação sobre o desenvolvimento dos meios de reprodução e gravação no ambiente doméstico, além de nos nortear como se dá em parte o processo de recepção, mostra-nos também um pouco de como as instituições (indústria fonográfica) operam por meio de suas propagandas.                

 

Referências:

FRANCESCHI, H. M. Registro Sonoro por meios mecânicos no Brasil. Rio de Janeiro: Studio HMF Ltda, 1984.

HOBSBAWM, E. J. E. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. Tradução de Marcos Santarrita. 2ª. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

IAZZETTA, F. Música e Mediação Tecnológica. São Paulo: Perspectiva-Fapesp, 2009.

SEVCENKO, N. et al. História da vida privada no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, v. 3, 2006.

STERNE, J. The Audible Past: cultural origins of sound reproduction. Durham: Duke University Press, 2003.

 

 

 

Palavras-chave: Fon-fon; Mídia; Cognição.

 

ESSE AMOR QUE ME MATA... TRISTEZA DO JECA: Um Estudo sobre as Matrizes Midiáticas da Canção Sertaneja

Aparecido Donizeti Rodrigues - Zé Renato: Forasteiro Cantadô, Profª Drª Heloísa Duarte Valente

 

Esta dissertação apresenta os resultados da pesquisa realizada com o objetivo de investigar o gênero musical sertanejo, bem como de duplas de cantores sertanejos que se distinguiram das demais. Por causa de sua performance, essas duplas – aqui tratadas como “matrizes” – conquistaram as mídias, em virtude de terem criado marcas distintas. Tais matrizes são compostas pelas duplas: Tonico e Tinoco, exemplo da música caipira de raiz, que sempre manteve a poética representativa das origens interioranas, apropriando-se de variante linguística do linguajar acaipirado, tanto na canção quanto no diálogo – vale lembrar que os irmãos foram influenciados por artistas da “Turma Caipira”, de Cornélio Pires, e vivenciaram o preconceito da música caipira provocado pelo “Jeca”, personagem criado por Monteiro Lobato. A seguir, trataremos das matrizes: Pedro Bento e Zé da Estrada, por inserir no gênero sertanejo a cultura mexicana; Léo Canhoto e Robertinho, por substituir a viola pela guitarra e pelo uso de cabelos longos; Cacique e Pajé, por representar o índio brasileiro. Iniciaremos falando de Jararaca e Ratinho e Alvarenga e Ranchinho, por serem as duas duplas que mais atuaram em obras cinematográficas e pelo fato de que três das quatro matrizes participaram de filmes como “pontas” ou protagonistas. Mostramos, numa linha do tempo, a história da música caipira, desde seu nascimento até o presente século XXI. Damos ênfase à dupla Chitãozinho e Xororó, pois foi através deles que as rádios FMs passaram a abarcar a midiatização desse gênero musical. Por fim, apresentamos os resultados de uma breve pesquisa sobre a dupla João Bosco e Vinícius, considerada a pioneira do “sertanejo universitário”.

 

Para entender melhor esses artistas que se lançaram no mercado fonográfico trazendo algo inédito no cenário musical sertanejo, recorremos a obras de Gustavo Alonso (2015), que trata de vários períodos do gênero musical até o presente; José Hamilton Ribeiro (2006), mostrando como chega a viola ao Brasil; Edvan Antunes (2012) fala do início das primeiras duplas sertanejas; Paul Zumthor (2014) fala sobre a performance do artista, a emissão e recepção da poesia.

 

 

REFERÊNCIAS:

ALONSO, Gustavo. Cowboys do asfalto: Música sertaneja e modernização brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

RIBEIRO, José Hamilton. Música caipira: as 270 maiores modas de todos os tempos. Santos: Realejo, 2006.

ANTUNES, Edvan. De Caipira a Universitário: a História do Sucesso da Música Sertaneja. São Paulo: Matrix, 2012.

ZUMTHOR, Paul. Performance, Recepção, Leitura. São Paulo: Cosac Naify, 2014.

 

Palavras-chave: Sertanejo de Raiz, Música Sertaneja Romântica, Gênero Musical Sertanejo, Sertanejo Universitário

 

O Palco como Espaço Sagrado: Reflexões sobre a performance artística

Marcos Júlio Sergl

 

Estudo a respeito da performance de cantores consagrados, que transformam o recinto de seus shows em uma espécie de espaço sagrado, seja pelo gestual, pela escolha de determinadas técnicas de canto e da concepção de um universo sonoro, pela comunicação direta com o público ou pelo imaginário suscitado em torno de suas personalidades. Há uma espécie de rito criado pelos frequentadores desses espaços, que às vezes permanecem em filas de espera durante dias para conseguir os melhores lugares, em gestos criados a partir dos clubes e das redes sociais e em sinais verbais e não verbais característicos. É nosso objetivo decodificar quais são essas marcas, que funcionam como um elo de identidade do fã com o artista e como o espaço neutro de uma sala de shows pode ser transformado em um recinto de culto, em uma quase similaridade com um templo religioso. Para tanto, partiremos da observação de gravações em mídia audiovisual, da leitura de artigos, livros, dissertações e teses e de depoimentos de especialistas e de fãs, em diálogo com nossas reflexões, a partir dos conceitos de performance de Paul Zumthor (2005), de paisagem sonora de Murray Schafer (1991), do gestual do intérprete de Heloísa Valente (2003), do espaço sagrado de Mircea Eliade (1972) e do rompimento do tempo e do espaço pela criação de um outro espaço, diferente do cotidiano, de Huizinga (2010).

 

REFERÊNCIAS.

ELIADE, Mircea. Mito e Realidade. São Paulo: Perspectiva, 1972.

HUIZINGA, Johan. Homo ludens. São Paulo: Perspectiva, 2010.

SCHAFER, Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Editora UNESP, 1991.

VALENTE, Heloísa de Araújo Duarte. As vozes da canção na mídia. São Paulo: Via Lettera/Fapesp, 2003.

ZUMTHOR, Paul. Trad. Jerusa Pires Ferreira e Suely Fenerich. Performance, recepção, leitura. São Paulo: Ateliê Editorial, 2005.

 

 

Palavras-chave: Performance; Paisagem Sonora; Sinais verbais e não verbais; Palco; Gestual do intérprete

 

Midiatizando a performance: uma escuta sobre os musicais de Milton Nascimento.

Matheus Barros de Paula

 

A música como trilha sonora, ou mesmo como parte de uma produção artística performática, esteve, desde o início, presente na carreira de Milton Nascimento como compositor. Como bem conta seu amigo e companheiro de canção, Márcio Borges, foi após várias seções seguidas do filme Jules et Jim de François Truffaut, que os dois iniciaram a compor músicas. Trata-se de uma carreira músical notável, Milton Nascimento conseguiu, através de suas composições ser reconhecido nacional e internacionalmente. Contudo sua produção musical não se restringe à sua vasta quantidade de discos gravados, uma parcela considerável de seu trabalho foi dedicado à trilhas sonoras de espetáculos diversos e a musicais. Este trabalho introduz uma reflexão sobre 3 (três) musicais de autoria, concepção e participação de Milton Nascimento, "Missa dos Quilombos", "Tambores de Minas" e "Ser Minas tão Gerais", buscando identificar, questionar e refletir sobre uma temática que embora presente nas 3 (três) produções, é tratada de formas diferentes, a mineiridade, ou a identidade do povo mineiro. É possível encontrar símbolos, ou marcadores característicos de uma identidade regional em diversas produções musicais dos músicos e compositores do Clube da Esquina, seja por uma aproximação ou mesmo releitura de canções, cantigas e ritmos da tradição popular regional, ou através de relatos presentes nas letras das canções, ou mesmo utilizando de representações sonoras através de técnicas de estúdio de gravação, edição e produção que fazem referência à simbolos característicos da memória coletiva local. Contudo, após a construção, ou reprodução, de um imaginário através da música, como se daria tal representação através da concretude, ou da subjetividade, de uma performance cênico-musical? Como esses símbolos estão organizados e presentes nesses musicais? E por último, como podemos identificar o processo contrário, quando a performance se torna um produto midiático, seja ele provido de imagens (cena) ou não? Estas são algumas questões levantadas nesse trabalho, para isso entre os pesquisadores utilizados como referencial teórico encontram-se os trabalhos de Eric Hobsbawm & Terence Ranger sobre a construção, ou melhor, a invenção de simbologias consideradas como "tradição", as reflexões de Stuart Hall sobre as relações de identidade cultural em tempos pós-modernidade, o trabalho sobre a criação de uma ideia de mineiridade de Maria Arminda do Nascimento Arruda, a pesquisa sobre a produção sonora do Clube da Esquina de Thais dos Guimarães Alvim Nunes, e as reflexões sobre a relação entre lugar e memória de Pierre Nora, além das próprias fontes sonoro-visuais já então mencionadas.   

 

Palavras-chave: Identidade, performance, mineiridade, Milton Nascimento

 

Leito Carroçável e Amplificadores: Cartografia Sonora no Evento Paulista Aberta

Lucimara Rett, Filipe Cretton Souza

 

A Avenida Paulista é considerada um símbolo da cidade de São Paulo e ponto turístico com vocação tanto para negócios como para o lazer. Apesar de ser um dos mais importantes polos de negócios do país, desde o final de 2014 uma rede formada por organizações e coletivos de São Paulo demandava um uso diferente da avenida aos domingos, com a restrição do fluxo de veículos e destinação do espaço para atividades recreativas e esportivas. Um teste foi feito em 2015, mas somente em 2016, dentro do projeto Ruas Abertas, da gestão do prefeito Fernando Haddad, consolidou-se o evento Paulista Aberta, quando a avenida passou a ser aberta para a circulação do público e para a apresentação de artistas das 10 às 18 horas, recebendo cerca de 100 mil visitantes a cada domingo (dados de 2018). Instigados pelo cenário inusitado e pela pluralidade de artistas que passaram a ocupar toda a extensão da avenida, sobretudo com a música, resolvemos realizar uma cartografia sonora durante o evento, comparando os sons da avenida aberta para a arte com os sons do mesmo local durante os dias da semana. Neste artigo relatamos alguns dos afetos experienciados durante uma série de derivas realizadas em 2018, a título de pesquisa exploratória, e o percurso metodológico com inspiração na etnografia e nos preceitos da Escuta Nômade (SANTOS, 2004) que nos levou à consolidação da cartografia sonora da Avenida Paulista no ano de 2019.

 

Referências

DO VAL, Ana Paula. Cartografias afetivas. In: BORDAS, Marie Ange (org.). Caderno Sesc_Videobrasil 9: Geografias em movimento. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2015. p.125-133.

HERSCHMANN, Micael; FERNANDES, Cíntia Sanmartin. Música nas ruas do Rio de Janeiro. São Paulo: Intercom, 2014.

PASSARELLI, Gaia. Domingo na Paulista: como o projeto Ruas Abertas mudou a cara da avenida. 2018. In: 360 meridianos. Disponível em: <https://www.360meridianos.com/dica/domingo-na-paulista>. Acesso em 28 mar. 2019.

 PASSOS, Eduardo; KASTRUP, Virgínia; ESCÓSSIA, Liliana da (orgs.). Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2017.

 SANTOS, Fátima Carneiro dos. Por uma escuta nômade: a música dos sons da rua. 2.ed. São Paulo: EDUC/ Fapesp, 2004.

 

Palavras-chave: Paisagens Sonoras. Derivas; Cartografia Sonora; Escuta Nômade; Paulista Aberta.

 

Beethoven em cena: o teatro composto de Gilberto Mendes

Fernando Magre

Em 1970, por ocasião do bicentenário de nascimento de Beethoven, Gilberto Mendes compôs a música-teatro Atualidades: Kreutzer 70. Mendes relata que imaginou que seus colegas iriam homenagear Beethoven através de colagens de suas obras, e quis fugir do óbvio. Em Atualidades… Gilberto Mendes se aproxima discretamente de Beethoven sem fazer qualquer menção direta à sua figura ou à sua obra, para além do título. Para tal, recorre à novela Sonata a Kreutzer de Lev Tolstói, na qual um homem narra a história da suposta traição de sua esposa, pianista amadora, com um violinista. Todo o envolvimento é costurado pela referida Sonata de Beethoven, à qual Tolstói atribui uma carga sexual na narrativa. Gilberto Mendes condensa toda a história em uma única cena, em que os personagens com seus instrumentos trocados (ela como violinista e ele como pianista) protagonizam uma perseguição enquanto um trecho da novela de Tolstói, previamente gravado em 5 idiomas, é reproduzida. Toda a parte sonora da obra se concentra nessa gravação, pois os instrumentos funcionam unicamente como objetos de cena. Em Atualidades…, Gilberto Mendes compõe com as cenas e com os corpos dos atores segundo as regras da forma-sonata. Este trabalho tem por objetivo demonstrar os procedimentos composicionais de Gilberto Mendes e de que maneira ele joga com os signos da música de concerto tradicional, subvertendo-os para homenagear um dos compositores mais famosos da história por meio de uma música sem música: um teatro musicalmente composto. Estaria Gilberto Mendes prestando um tributo ou ironizando Beethoven?

 

Referências

COOK, Nicholas. Analysing musical multimedia. Oxford: Oxford University Press, 1998.

MAGRE, Fernando de Oliveira. A música-teatro de Gilberto Mendes e seus processos composicionais. 2017. 190 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Música, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

MENDES, Gilberto. Uma Odisséia Musical: dos Mares do Sul à elegância Pop/Art Déco. São Paulo: Edusp, 199

RAJEWSKY, Irina O. Intermidialidade, intertextualidade e “remediação”: Uma perspectiva literária sobre a intermidialidade [2005]. Tradução: Thaïs Diniz. In: DINIZ, Thaïs (Org.). Intermidialidade e estudos interartes: desafios da arte contemporânea. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012. p.15-45.

 REBSTOCK, Matthias; ROESNER, David. (Eds.). Composed Theatre: aesthetics, practices, processes. Chicago/Bristol: Intellect, 2012.

 

 

 Palavras-chave: música-teatro; Gilberto Mendes; semiótica musical; Beethoven