O projeto objetiva demonstrar a relação entre identidade e tempo, por meio do debate sobre o conceito de pós-modernidade através da montagem do filme “Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças”.  Tal conceito será debatido com base no texto de Fredric Jameson, onde o mesmo desdobra a relação sobre a inconsistência da identidade na pós-modernidade devido a inabilidade de retenção da memória, onde o “eu” se perde na busca incansável “por si mesmo” em meio a saturação do passado que nos coloca em um eterno presente sem perspectivas para o futuro. Nessa expressão do capitalismo tardio, memória, esquecimento e luto, contornam os traços de identidade do “eu”, em uma interação esquizofrênica (não do ponto de vista psicológico, mas em relação ao embaralhamento dos signos e da inconsistência -  na percepção temporal) com a realidade. Essa expressão é refletida na montagem do filme, onde a relação desses conceitos é comunicada no encaixe das cenas e no modo com o qual o espectador é apresentado à narrativa; no filme, Joel, recorre a um procedimento técnico que apaga as memórias, eliminando aquilo que não parece benéfico para a mente que sofre com o luto. Tal procedimento aprisiona Joel em sua mente, revivendo o passado de forma esquizofrênica, embaralhando a linha temporal de sua própria história. A montagem do filme reforça através dessa linguagem dialética, os conceitos pós-modernos que embrenham os vincos da obra. Para  entender  a  montagem  como  uma  etapa  fundamental  da  criação  de  sentidos, precisamos compreender que cinema é acima de tudo, linguagem, capaz de comunicar com seus planos, fotografia, trilha sonora e montagem, um amontoado de expressões e posições. O desmontar da ordem espacial e temporal, expressa no filme, reforça todo o discurso de localização de temporalidade dos personagens, suas crenças e a relação que tem com o tempo e identidade. 

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