O III Congresso Internacional de Estudos sobre África e Brasil: A reinvenção da cultura– novas temporalidades pretende reunir pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, brasileiros e de outros países, que através de enfoques teóricos específicos e metodologias próprias às suas áreas possam empreender um debate sobre questões inerentes à resistência cultural, mediante os desafios apresentados pelo caos instaurado no país pela pandemia. Ressaltando, dessa forma, os desdobramentos dos fenômenos culturais existentes e  a elaboração de novas identidades, colocando em xeque as interlocuções promovidas pelas relações interétnicas na atualidade.

Na atualidade, as demonstrações veladas ou extremas de intolerância, racismo, xenofobia, discriminação étnico-racial, conflitos entre culturas, tanto no âmbito individual quanto no âmbito político apontam para a complexidade e o embate entre identidades. Os últimos eventos demonstraram que não existe homogeneidade entre as culturas. As consequências dessas relações têm sido desafiadoras, pedindo urgentemente novas estratégias para que estes resultados desastrosos possam ser contornados preventivamente a partir da implementação de novos conceitos, ideias e políticas públicas nas várias camadas da sociedade.

A vulnerabilidade do indivíduo mediante às condições impostas pelo capitalismo no enfrentamento da pandemia revelou novas identidades forjadas pela mudança de comportamento do indivíduo na iminência da morte. Um novo Brasil despontou, pessoas se surpreenderam com as novas atitudes, um governo neoliberal se  consolidou na sociedade e fortaleceu a resiliência do povo brasileiro.

Diante disso, uma nova sociedade está surgindo, alavancada pelas necessidades proeminentes não somente da pandemia, mas também, dos traumas adquiridos com as perdas que subjazem de todos os lados: financeiras, familiares, etc. O povo brasileiro, que sempre foi identificado como um povo alegre, hoje tornou-se melancólico e, em grande parte, resiliente. Bens e direitos foram retirados, novas Leis foram criadas e, boa parte delas, sem a conivência do povo. Muitas conquistas foram perdidas ou rechaçadas. Não se tem ideia do que virá pela frente, como será o futuro. Diante disso, a congregação dos pesquisadores é mais que necessária para se pensar na reconstrução do país.

O debate será formado por discussões extremamente abrangentes, pois, envolverá as questões de identidades culturais, relações interétnicas, racismo, indigenismo, afrodescendentes, gênero, classe, violência, multiculturalismo, entre outras.

A realização de um Congresso desse porte visa o diálogo entre pesquisadores, no intuito de promover interlocuções que demonstrem sinteticamente o conjunto de estudos e pesquisas que vêm se realizando em diferentes contextos sociais locais, nacionais ou internacionais sob vários pontos de vista e os resultados obtidos até o momento, tendo como tema central a “reinvenção da cultura – novas temporalidades”. Para tanto, a promoção de conferências, mesas- redondas, comunicações orais tornam-se fundamentais. Os debates serão orientados por temáticas previamente determinadas com questões que provoquem discussão e reflexão e apontem novos caminhos para a continuidade das pesquisas apresentadas.

Edições passadas: I CONEAB - II CONEAB