(EIXO 1) FUNDAMENTOS, PROCESSOS DE PESQUISA E A TEMÁTICA PATRIMONIAL

Local: Auditório "Marcius Fantozzi Giorgetti" do CETEPE

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ARQUITETURA VERNACULAR – PERMANÊNCIAS NA CIDADE CONTEMPORÂNEA

Aline Beatrís Skowronski da Silva (Ms, IFPR, Brasil) aline.skowronski@ifpr.edu.br

Ricardo Dias Silva (Dr, UEM, Brasil) rdsilva@uem.br

O artigo apresenta permanências da arquitetura vernacular edificada em madeira na cidade de Erechim-RS. Tem como objetivo discutir, através de percursos realizados na cidade, a possibilidade de existirem fatores subjetivos que contribuem para esse fato e ampliam as possibilidades de proteção da arquitetura do imigrante no Norte do Rio Grande do Sul. Tem como contexto teórico a discussão sobre a arquitetura vernacular no campo do patrimônio cultural, seus sentidos e relevância no quadro brasileiro de patrimonialização, bem como os atributos da memória nesse processo.  Utiliza como metodologia a análise comparativa, colocando em perspectiva o levantamento realizado pela Prefeitura Municipal e o levantamento in loco realizado nos anos de 2022 e 2023. Conclui-se que a arquitetura produzida em madeira no início do século XX, permanece viva na memória local e nos espaços que permeiam a cidade contemporânea. 

Palavras-Chaves: arquitetura vernacular, patrimônio, preservação, memória

 

DER CICERONE: A DESCRIÇÃO FOTOGRÁFICA DE MONUMENTOS COMO INVENTÁRIO E HISTÓRIA DA ARQUITETURA

Diana Oliveira dos Santos (Doutoranda, UNIFESP, Brasil) diana.o.santos@gmail.com

Estudiosos apontam que a forma de apropriação do Patrimônio Cultural remonta a tempos remotos da Civilização, seja por seu abandono, destruição, reconstrução, preservação ou restauração. No entanto, preponderantemente a partir do Renascimento e seu grande interesse pela Antiguidade Clássica é que o tratamento de edificações passou a ter uma postura mais crítica, baseada em estudos do passado e com vistas a um projeto de futuro cultural. Não trataremos aqui de elencar ferramentas teóricas e instrumentos técnicos de preservação, ou mesmo seu histórico, mas faremos uma tentativa de aproximação ao destacar uma das ferramentas que hoje se utiliza para qualquer intervenção por meio do estudo de caso do livro Der Cicerone, cujo requinte de detalhamento traz uma descrição extremamente rica que funcionaria como um verdadeiro inventário dos bens ali tratados. O inventário nada mais é que uma descrição inicial pormenorizada de suma importância mas que, no século XIX, quando a fotografia ainda se desenvolvia, poderia ter majoritariamente pinturas e gravuras como referência em publicações, além do que se encontrava descrito nos livros. Der Cicerone, de Jacob Burckhardt, é um desses livros, com centenas de páginas descritivas de elevada qualidade de caracterização e que aqui apresentamos em seu primeiro volume (Architektur) como uma forma de catalogação e ensino de História da Arquitetura e do Patrimônio para toda a Humanidade.

Palavras-Chaves: arquitetura; patrimônio; história; inventário.
 

INTERFACES DA PESQUISA EM HISTÓRIA DA ARQUITETURA E O PATRIMÔNIO: AS MORADIAS URBANAS PIAUIENSES DO SÉCULO XIX 

Amanda Cavalcante Moreira (Dra., UFPI e UNIFSA, Brasil) amandamoreira@ufpi.edu.br

O artigo trata da relação entre a pesquisa em história da arquitetura e o patrimônio arquitetônico, a partir do relato do desenvolvimento e dos resultados alcançados pela tese de doutorado intitulada “A moradia urbana do Piauí do Século XIX”, que teve como principal objetivo compreender a analisar a arquitetura residencial urbana piauiense do século XIX. O texto revela especialmente a metodologia empregada no trabalho – que envolveu pesquisa bibliográfica, arquivística e iconográfica, levantamentos físicos in loco, entrevistas, entre outros - e os seus desdobramentos, lançando luz sobre a necessidade e consequente importância do estudo e registro de conjuntos de edificações pouco estudados e minimamente reconhecidos pela historiografia da arquitetura brasileira.  O trabalho objetiva reiterar a estreita relação entre os resultados da pesquisa em história da arquitetura e a preservação do patrimônio histórico arquitetônico, especialmente aquele carente de identificação, análise e registro – como é o caso da moradia urbana do Piauí do século XIX, especialmente as situadas em cidades mais longínquas, ao passo em que reforça a importância da documentação para a preservação do patrimônio histórico brasileiro e o consequentemente protagonismo do pesquisador e da academia nesse processo. 

Palavras-Chaves: Patrimônio histórico; história da arquitetura; moradia urbana do Piauí – século XIX. 


 

(EIXO 2) PRÁTICAS DE COMUNIDADES, GRUPOS E INDIVÍDUOS

Local: Auditório II do CETEPE

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COMPARTILHE SUAS MEMÓRIAS: UMA PRÁTICA CARTOGRÁFICA RELACIONAL 

Carolina Silva Tarocchi (Mestranda, UNESP, Brasil) carolina.tarocchi@unesp.br 

Hélio Hirao (Professor Doutor, UNESP, Brasil) helio.hirao@unesp.br 

A cidade contemporânea, marcada pela valorização econômica e produtivista, enfraquece a identificação afetiva dos corpos com o espaço, por sua vez, tal característica influencia a maneira com que os patrimônios materiais são reconhecidos e zelados. Além disso, as novas configurações econômicas tendem a acelerar os estímulos, interesses e experiências. Como impulsionar o vínculo entre corpo e espaço nestas circunstâncias? O artigo provoca tais reflexões expondo brechas existentes na memória e no tempo lento do partilhar. “Compartilhe suas memórias” foi uma prática experimental que surgiu a partir do estudo do centro histórico e comercial de Presidente Prudente-SP, composto pelas praças Nove de Julho e Monsenhor Sarrion. O trabalho propõe uma investigação da relação tempo, memória e cidade através da compreensão das heterocronias urbanas, presentes tanto nas materialidades como nas corporalidades de seus habitantes. Como forma de vivenciar e compartilhar as múltiplas camadas temporais, o projeto propõe a prática artística relacional como método cartográfico. A arte relacional é aquela que surge a partir das experiências de proximidade entre os corpos, que visa o encontro como elaboração coletiva de sentido. Dessa maneira, o estudo compreende o fazer artístico como ferramenta de valorização do patrimônio cultural, através da articulação entre diferentes tempos e pessoas, recriando e compartilhando imaginários urbanos.

Palavras-Chaves: cartografia; memória; tempo; cidade; arte relacional. 

 

FAZENDA SERTÃO: ESTUDOS SOBRE A PORÇÃO SUZANENSE DE UM  TERRITÓRIO MEMORIAL 

Cind K. Octaviano (Professora Mestre, COMPAC, Brasil) cindoctaviano@gmail.com 

Amanda da Silva Mendes Rosa (Técnica, COMPAC, Brasil) rosaamandamendes@gmail.com 

Viviane A Santos (Pesquisadora, COMPAC, Brasil) vi_cato@yahoo.com.br 

Fernanda de Jesus Trindade (Pesquisadora, COMPAC, Brasil) nandajtrindade@gmail.com 

Edimara Fiuza (Pesquisadora, COMPAC, Brasil)  edimarafiuza3@gmail.com 

O jovem município de Suzano, emancipado de Mogi das Cruzes em 1949, inicia trabalho de um conselho de proteção de seu patrimônio cultural em abril de 2022. No curto período delimitado  entre a posse dos conselheiros e a escritura desse artigo já houve o tombamento de um bem  arquitetônico e abertura de outros seis pedidos de análise, sendo uma, referente a Capela Santa  Helena, construção datada do início do século XX e que se veio descobrir ser parte desdobrada da  Fazenda Santa Helena, antiga Fazenda Sertão. A Fazenda Sertão teve grande importância para  formação cultural do território hoje conhecido como município de Suzano. Aqui é apresentado o  estado atual da pesquisa sobre a antiga propriedade rural no nível do patrimônio arquitetônico,  arqueológico, histórico e paisagístico. Aborda a materialidade dos artefatos remanescentes  daquela época e do seu processo de urbanização, constituindo o conjunto cultural, testemunhos  do desenrolar da vida da população susanense naquele território. Estabelece paralelo de como o  desenvolvimento dessa pesquisa orientou o desenvolvimento de outras pesquisas dentro do  conselho. Por consequência dessa pesquisa, vários instrumentos e procedimentos foram  desenvolvidos pelo grupo de trabalho do COMPAC (Conselho Municipal de Patrimônio Cultural)  de modo a facilitar e orientar os trabalhos de pesquisa e inventariação dos artefatos culturais ali  contidos. 

Palavras-Chaves: patrimônio cultural; patrimônio histórico; patrimônio arquitetônico; município de Suzano.

 

SUZANO: CONSIDERAÇÕES SOBRE HISTÓRIA LOCAL E A HISTORIOGRAFIA ACERCA DA CIDADE.

Rodrigo Henrique Ferreira da Silva (Mestre em Ciência da Religião, PUC-SP, Brasil) Rodrigo_hennrique@hotmail.com

O presente artigo tem por objetivo apresentar algumas questões metodológicas no que diz respeito a História Local ou História do pequeno espaço como é aqui designada. A partir dessas considerações analisamos a construção da autorrepresentação histórica da cidade de Suzano, bem como produção historiográfica acerca da mesma localidade.

Palavras-Chaves: Historiografia; História Local; Suzano; Invenção de tradições.


 

(Eixo 3) Políticas para o Patrimônio Cultural

Local: Anfiteatro de Convenções Luiz Gastão de Castro Lima

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A EXPERIÊNCIA DA CIDADE DE SUZANO NO PROCESSO DE PRESERVAÇÃO PATRIMONIAL, COM A CRIAÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATRIMÔNIO CULTURAL DA CIDADE

Marcilene Romão Santos Lervolino (Professora Mestre, UMC, Brasil) projetos@arquitetamarci.com.br

Através das políticas públicas culturais o patrimônio cultural visa resgatar a memória, a identidade de um povo, sua cultura, seus costumes e essencialmente seu sentimento de pertencimento à cidade. Este artigo apresenta a experiência da cidade de Suzano localizada no Alto Tietê de São Paulo, no processo de preservação patrimonial, demonstrando a sua legislação a partir da atualização do Plano Diretor e a evolução deste quesito com a criação do conselho municipal de patrimônio cultural da cidade, conselho que vem interagindo e buscando todos seus elementos e historicidades. Uma cidade que mesmo emancipada em 1948, e com origem em meados de 1700, não possuía um real histórico de seu patrimônio. Conhecer a história destas construções arquitetônicas, seu patrimônio material e imaterial, sua localização, significados, com um olhar por várias regiões da cidade, propondo conhecer sua história de modo simples e inclusivo, prevê a aplicabilidade da base das políticas públicas que é a universalidade.

Palavras-Chaves: Pertencimento, Patrimônio Cultural, Cidades

 

O PAPEL DO IDEMA NA PRESERVAÇÃO DAS FALÉSIAS COMO PATRIMÔNIOS PAISAGÍSTICOS NATURAIS NO RIO GRANDE DO NORTE (RN)

Joatan Jonas dos Santos Silva (Mestrando no PPGAU-UFRN, pesquisador IDEMA, RN, Brasil) joatan.j.santos@gmail.com

Roanny Assis de Souza (Ms. Geodinâmica e Geofísica pela UFRN, pesquisadora IDEMA, RN, Brasil) roanny.assis@gmail.com

Carla Elizabeth Godeiro de Araújo (Arq., pesquisadora IDEMA, RN, Brasil) elizabetharaujo.au@gmail.com

Este artigo tem como objetivo apresentar papel do IDEMA na preservação das falésias do RN, abarcando também as bases conceituais sobre os temas geodiversidade, patrimônio cultural, paisagístico e geológico. A metodologia foi pautada na análise de artigos científicos, dissertações, teses e livros científicos, nacionais e internacionais pertinentes ao tema. Observa-se que, de maneira genérica, a geodiversidade representa os aspectos inanimados do Planeta Terra, não apenas aqueles ligados ao passado geológico como os minerais, as rochas e os fósseis, mas também os processos naturais, que ocorrem atualmente. O patrimônio geológico é o conjunto de recursos naturais, não renováveis, que nos permitem reconhecer, estudar e interpretar a evolução da história da Terra e dos processos que a moldaram, com seu correspondente valor científico, cultural, educacional, paisagístico ou recreativo. Uma das ações prioritárias para a geoconservação é a valorização e divulgação dos elementos de geodiversidade com valor patrimonial. O geoturismo é peça fundamental para a disseminação destes valores. Por fim, conclui-se que é possível dimensionar a importância do IDEMA, como entidade executora da Política Estadual de Meio Ambiente, pois é a partir das atividades do órgão, atuando em conjunto com as demais entidades estaduais e municipais, que áreas com expressivo valor paisagístico, como as falésias, podem ser preservadas.

Palavras-Chaves: falésia; geodiverisdade; patrimônio geológico; IDEMA.

 

O PATRIMÔNIO NATURAL DA REPUBLICA DEMOCRATICA DO CONGO EM PERIGO - DISCUSSÕS SOBRE A RED LISTA DA UNESCO 

Wazime Mfumukala Guy Baudouin (Mestrando em História – UFJF) louisettebwazime@gmail.com

Rodrigo Christofoletti (Dr., UFJF, Brasil.) r.christofoletti@uol.com.br

Atualmente, existem 1157 patrimônios mundiais, cinco deles, na República Democrática do Congo. E desse pequeno conjunto, quatro deles encontra-se numa lista paralela: a chamada Red List, ou lista dos patrimônios considerados em perigo pela UNESCO, que atualmente congrega 54 sítios. Objetiva-se, neste texto investigar os motivos que levaram quatro dos cinco patrimônios mundiais congoleses a serem inscritos na chamada lista de alerta dos patrimônios considerados em perigo de desaparecerem, visando com isso compreender como o país vem se consolidando como um dos menos atuantes em âmbito africano no que tange à efetiva proteção de seus patrimônios mundiais.  Busca-se, primordialmente, apresentar os fatores que desencadearam a entrada desse conjunto de patrimônios congoleses na lista de alerta da UNESCO, e quais estruturas o estado congolês têm utilizado para reverter a situação contemporânea de perda paulatina do seu patrimônio mundial.

Palavras-Chaves: República Democrática do Congo, Redlist, UNESCO, patrimônio mundial em perigo.

 

O VELHO PATRIMÔNIO DE UBERLÂNDIA-MG

Thalita Asperti Travençolo (Mestranda, UFU, Brasil.) thaat@ufu.br

Denise Fernandes Geribello (Dra., UFU, Brasil.) denise.geribello@ufu.br

O patrimônio cultural é uma construção: trata-se de um processo cultural relacionado à memória, à identidade e ao sentido de lugar. Mesmo que nem todos os componentes simbólicos que compõem o patrimônio sejam autênticos, assim que incorporados pela sociedade, passam a compor o seu processo identitário. O presente artigo pretende elencar as ações institucionais desenvolvidas com foco na preservação física e/ou da memória de um bem, utilizando como objeto de estudo o Bairro Patrimônio de Nossa Senhora da Abadia, do município de Uberlândia-MG. Pretende-se jogar luz em um patrimônio importante da cidade de Uberlândia, de grande relevância devido à riqueza de sua cultura e tradições populares, o qual foi historicamente invisibilizado. A análise destas ações e do processo de patrimonialização pelo qual o bairro vem passando teve como principal fonte os mapas e legislação do município de Uberlândia, o Plano de Inventário de Uberlândia e o Dossiê de Registro do Bairro Patrimônio.

Palavras-Chaves: Arquitetura popular; patrimônio invisibilizado; ferramentas de proteção; tombamento; registro.

 

O PROCESSO DA PATRIMONIALIZAÇÃO E A (RE) SIGNIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS DE MEMÓRIA: CASO DAS MATAS SAGRADAS E SOMBRA DI POLON NA ÁFRICA OESTE

Maurício Wilson Camilo da Silva (Doutorando em Planejamento Urbano e Regional, IPPUR UFRJ, Brasil) mauriciowcsilva@gmail.com

Neste trabalho nos interessa discutir a tensão que se produz no processo que envolve a patrimonialização  de construções materiais e imateriais na África Oeste, e como desta tensão, pode ao longo prazo, (re)  significar a relação entre os agentes, e destes com as suas construções. Tanto materiais, assim como imateriais. Tomamos como o ponto de partida para esta discussão, as florestas que os agentes dos Estados do país  Oeste Africanos e a UNESCO vem a patentear na política de patrimonialização, e principalmente a Sombra  di Polon, que tornou o centro do debate anterior na dimensão espacial e o papel social, econômico,  cultural, político, religioso e espiritual, que cumpre entre os diversos povos Oeste africano.

Palavras-chave: patrimônio; espaço; memória; e África.

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