As mulheres são rodeadas de um discurso normatizado a todo instante com relação a sua forma de ser mulher e de que área profissional as mesmas devem seguir. É possível perceber na sociedade que nas ciências da natureza, tecnológicas e da matemática, em especial na Física, existem (inter) relações de gênero explícitas e implícitas e que são silenciadas a todo o momento, de forma que as relações hegemônicas na forma de fazer/produzir ciência e dos atores/as que produzem este tipo de conhecimento sejam perpetuadas e reproduzidas pela sociedade. Isto reafirma, por exemplo, a hierarquização das áreas do conhecimento e dos gêneros que a produz.

Durante o século XXI houve várias iniciativas que buscavam diminuir, estudar e investigar a disparidade de gênero(s) em níveis de graduação, pós-graduação e atuação profissional nas ciências exatas, além de promover diálogos com escolas do Ensino Médio, de modo à despertar o interesse de jovens mulheres para atuação na ciência. Inclusive, no Brasil em 2003, foi criada uma Comissão de Relações de Gênero (CRG) na Sociedade Brasileira de Física (SBF) que visa discutir, identificar e propor soluções a hierarquização do gênero e da etnia, no desenvolvimento da produção da Física. Esta é uma proposta que visa não apenas a comunidade da Física, mas também áreas afins. Nesse sentido, esta oficina tem por objetivo problematizar e refletir a presença da mulher na Física, além da elaboração de propostas de estudos acerca desta questão. Serão utilizados textos que discutem gênero e a presença da mulher nesse meio, além de vídeos documentários sobre a história dessas mulheres, que demoraram em seu reconhecimento na academia, assim como outras que apesar de contribuírem para o desenvolvimento da ciência não tiveram reconhecimento significativo. Este debate ajudará o desenvolvimento crítico-reflexivo sobre o espaço das mulheres nas ciências exatas, principalmente, na Física.

Autores: Carla Gabriela Morais da Silva e Eriwelton Antonio de Holanda