Ensino: Interpretações da mecânica quântica
"Se você acha que entendeu a mecânica quântica, é porque você não a entendeu", já dizia o brilhante físico americano Richard Feynman.
"Se você acha que entendeu a mecânica quântica, é porque você não a entendeu", já dizia o brilhante físico americano Richard Feynman. Ele se referia à dificuldade que a teoria responsável por explicar o comportamento de partículas nas menores escalas da natureza impõe ao nosso modo "clássico" de pensar o mundo.
Alguns efeitos descritos pela teoria são difíceis de compreender. Por exemplo, a dualidade onda-partícula, ou seja, o fato de que qualquer entidade quântica pode ser vista como onda ou como partícula, e o que define isso é o método de observação. Afinal de contas, o que a partícula então é? Como ela sabe que método estamos usando para decidir como se manifestar?
Outro fenômeno misterioso é o da sobreposição de estados – até ser medida, uma propriedade de uma partícula não está definida. É como se a partícula estivesse em todos os estados possíveis ao mesmo tempo. O que isso significa em termos práticos? Qual é a realidade subjacente à teoria?
Essa ambiguidade fez com que, ao longo do último século, pesquisadores desenvolvessem diferentes interpretações para o significado da mecânica quântica. A mais conhecida é a chamada interpretação de Copenhague, encabeçada por Niels Bohr, Max Born, Wolfgang Pauli e Werner Heisenberg, entre outros.
Segundo essa forma de ver a teoria, uma partícula se mantém indeterminada, como onda, até ser forçada pelo ato de observação a efetivamente assumir o comportamento de partícula. Ou seja, até ter sua localização medida, a partícula era uma onda e não tinha posição pré-definida. "'O elétron se propaga como uma onda mas é detectado como uma partícula' é uma afirmação encontrada em textos didáticos", diz Michel E.M. Betz, do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Em artigo publicado on-line no dia 23 de outubro na última edição da "Revista Brasileira de Ensino de Física", periódico da SBF, Betz faz uma crítica à ênfase que se dá a essa interpretação em particular, em detrimento de outras igualmente válidas. E então ele parte para o detalhamento de uma interpretação alternativa, a chamada interpretação da onda piloto, que teve como seu primeiro expoente o físico Louis de Broglie.
Segundo essa interpretação, a função de onda atua apenas como um guia para conduzir a partícula, que no fundo nunca deixa de ser exatamente isso: uma partícula. Com isso, mesmo que não haja observação ou medição, pode-se concluir que a partícula tem uma posição definida a cada instante.
Betz então faz uma introdução elementar a essa ideia da onda piloto, que pode ajudar professores de física de curso superior a oferecer a seus alunos uma visão mais completa e menos enviesada das possíveis interpretações para a misteriosa mecânica quântica, uma teoria tão sólida matematicamente, mas ao mesmo tempo tão ambígua no que diz respeito ao que ela nos informa acerca da realidade.
Para ler o artigo completo, clique aqui.
Artigo retirado do site da SBF
Documentário da série "Além do Cosmos" do canal de TV National Geographic sobre Mecânica Quântica
Denúncia enviada com sucesso!
Denunciar este evento
Por favor, descreva abaixo a razão da sua denúncia.