Analisando a existência de uma crise na tradição, desde a escrita das Origens do Totalitarismo, Arendt ressalta que após a constatação da existência dos campos de morte se faz necessário olhar o passado para compreender o presente. A ideia da condição humana, da questão da liberdade em uma sociedade em crise, além da compreensão da política e da ocupação do espaço público como fruto dessa crise nos conduz a buscar compreender a origem e problemas em relação ao surgimento dos direitos humanos. Para Arendt, desde a Revolução Francesa, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão não se torna a configuração de um ideal de liberdade, mas o valor-fonte da própria lei. Nesse diapasão, verifica-se que o homem se torna um sujeito de direitos inalienáveis através da ocupação do espaço público, pois é na ação política que ele exerce a sua dignidade. Na ação política o homem é livre e, sendo livre, o homem revela quem de fato ele é, sendo autor de sua história, sendo singular, único e digno.

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