Minicursos
Os interessados nos minicursos devem se dirigir às respectivas salas e assinar as folhas de frequência. Isto servirá como inscrição.
MINICURSO 01
Título: Distopia e história: discutindo real através da ficção
Cléberton Luiz Gomes Barboza (UFAL)
Monielly Suelen Gomes Barboza (UFAL)
RESUMO
Este minicurso propõe debater as distopias (sejam elas obras bibliográficas ou audiovisuais) e as formas de poder discutidas nelas, ou seja, o propósito deste trabalho é debater a forma como os modelos sociais, em sua maioria os conservadores, são criticados nas obras distópicas, quando imaginados em seu extremo, de modo tal que traduzam a época em que são produzidos, podendo ser pensados historicamente.
As distopias funcionam como crítica a governos autoritários, tendo como recurso para isso, o imaginário do autor/criador da obra, pegando um acontecimento plausível para a realidade, porém, elevado ao extremo, dessa forma, esse gênero auxilia nas discussões da sociedade contemporânea. Além disso, a distopia aparece como traço subjetivo contemporâneo, seja para criticar, seja para expressar a visão apocalíptica dos autores, marcada por uma época em que as utopias já não representam grande esperança, e um futuro utópico aparece também como fantasioso, ilusório, restando ao tempo presente uma perspectiva castastrófica, isto é, distópica, do futuro. A perda ou a desvalorização dos ideais humanitários oriundos da modernidade estarão, pois, incorporados a essa discussão enquanto um pensar histórico acerca das mentalidades, expressas nas distopias das obras de ficção.
O minicurso busca, então, mediar esse debate através da análise de algumas obras distópicas, afim de ampliar e deixar em curso o pensamento crítico em torno da sociedade contemporânea.
Objetivos
Geral: Debater sobre as distopias e a crítica feita por elas às formas de poder encontradas na sociedade.
Específicos:
- 1- Pensar o conceito de distopia e como ela aparece no mundo contemporâneo;
- 2- Analisar as obras de ficcção Matrix, Rick and Morty e O Conto da Aia enquanto obras distópicas;
- 3- Discutir a partir delas uma crítica da sociedade contemporânea.
Carga-horária: 04 horas.
Bibliografia:
ADORNO, Theodor W. HORKHEIMER, Max – Dialética do Esclarecimento; Rio de Janeiro, Zahar, 1985.
HILÁRIO, Leomir Cardoso – Teoria Crítica e Literatura: a distopia como ferramena de análise radical da modernidade; in: Anu. Lit., Florianópolis, v.18, n. 2, p. 201-215, 2013. ISSNe 2175-7917
https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/viewFile/2175-7917.2013v18n2p201/25995 (acessado em 01/11/2017)
NIETZSCHE, Friedrich – A Vontade de Poder; Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.
--------------------------------- Sobre Verdade e Mentira no sentido extramoral; São Paulo, Hedra, 2008.
WACHOWSKI, Lana, Lilly – Matrix; Warner Bros. Pictures, EUA, 1999.
HARMON, Dan, ROILAND, Justin – Rick and Morty; Justin Roiland's Solo Vanity Card Productions, Harmonious Claptrap, Starburns Industries, Williams Street Productions, LLC; EUA, 2013.
ATWOOD, Margaret. O conto da aia. Rio de Janeiro, ed. Rocco, 2017.
FERREIRINHA, Isabella Maria Nunes; RAITZ, Tânia Regina. As relações de poder em Michel Foucault: reflexões teóricas. Revista de administração pública. Mar/Abr 2010.
MINICURSO 02
O sertão também é punk: A trajetória do punk-rock na cidade de Delmiro Gouveia/Sertão de Alagoas, (1988-1992)
José Rinaldo Queiroz de Lima (UFAL)
A cidade de Delmiro Gouveia viu surgir em suas terras a partir de 1988 uma cena envolvida com a contracultura, chamada de punk. Sendo essa instituída por jovens roqueiros que haviam tomado conhecimento da existência de um movimento contracultural de jovens periféricos que expressavam em sua música chamada de punk-rock toda a dor de viver oprimido e explorado pelos poderes político-econômico. Sendo o punk-rock um movimento dos menos favorecidos, os jovens delmirenses identificaram-se com a identidade e a música punk. Em meados de 1988 foi formada no sertão a primeira banda punk: a Classe Suburbana, que até 1992 foi a protagonista e articuladora do movimento punk da cidade. Nesse período os punks delmirenses mostraram a força da contra hegemonia no sertão. A história dos punks delmirenses vem a ser um contributo aos silêncios produzidos pela historiografia oficial da cidade. Contar a história da cidade de Delmiro Gouveia a partir dos de baixo, promovendo uma linha de pesquisa a partir da “história vista de baixo” em E. P. Thompson, utilizando-se do método da história oral para dar voz aos excluídos da história oficial.
Ementa:
O estudar a respeito do punk na cidade de Delmiro Gouveia/Sertão de Alagoas é resgatar e escrever a história dos de baixo, “dando visibilidade e protagonismo às pessoas que por longo tempo tiveram suas vivências excluídas e marginalizadas pela historiografia oficial”. As narrativas sobre a cidade, o sujeito ativo no processo histórico, se destaca: Delmiro Augusto da Cruz Gouveia (1863-1917). A história citadina oficial, pauta-se pelos “grandes feitos” deste industrial que trouxe progresso para o sertão, incluindo a instalação da Hidrelétrica de Angiquinho e a construção de uma fábrica têxtil.
Objetivos:
Objetivo Geral:
- Discutir a formação do movimento punk e seu desenvolvimento, na cidade de Delmiro Gouveia.
Objetivos específicos:
- Compreender o processo de construção da identidade punk entre jovens do sertão delmirense;
- Descrever a memória punk em Delmiro Gouveia;
- Discutir o cotidiano desses jovens, tanto dentro como fora do movimento;
- Analisar os pontos de diferenciações e de similitudes entre os punks delmirenses e os das periferias dos grandes centros;
- Analisar a produção artística dos punks delmirenses;
- Verificar o envolvimento das mulheres no movimento;
- Identificar os punks e os anarco-punks;
- Discutir as questões de consciência de classe em meio aos punks.
Carga-horária: 04 horas
Bibliografia:
ALEXANDRE, Ricardo. Dias de Luta: O Rock e o Brasil dos anos 80. DBA, Dórea Books and Art, 2013, SP.
BAKUNIN, Mikhail Aleksandrovich. Federalismo, socialismo e antiteologismo. São Paulo: Cortez, 1988a.
BIVAR, Antonio. O que é Punk, São Paulo: Brasiliense, 1982.
BURKE, Peter. O que é história cultural?. Tradução: Sérgio Goes de Paula – Rio de Janeiro. Jorge Zahar Ed. 2005.
BARROS, José D’Assunção. História Cultural: um panorama teórico e historiográfico. Textos de História, vol.11, nº 1/2, 2003.
CARDOSO, Ciro Flamarion., VAINFAS, Ronaldo (org.). Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia – Rio de Janeiro: Campus, 1997.
COSTA, Caio Túlio. O que é Anarquismo. São Paulo: Brasiliense, 2004.
CHACON, Paulo. O que é Rock. São Paulo: Brasiliense, 1985.
ESSINGER, Silvio. Punk: Anarquia Planetária e a cena brasileira. São Paulo: Ed. 34, 1999.
FERREIRA, Marieta de Moraes. História, tempo presente e história oral. Topoi, Rio de Janeiro, dezembro 2002, pp. 314-332.
GALLO, Ivone Cecília D’Avilla. Por Uma Historiografia do Punk. In: Projeto História. São Paulo, n. 41, p. 283-314, Dez./2010.
HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos: o Breve Século XX (1914-1991). São Paulo, Companhia das letras, 2003.
JÚNIOR, Carlos Ferreira de Araújo. A Hora da Vingança: Astúcia Experiência Anarcopunk nas Cidades de Campina Grande-PB e João Pessoas-PB. (1988-2006). 2010. pp. 1-65. Monografia (Graduação em História). Universidade estadual da Paraíba – UEPB. Campina Grande-PB, 2010.
MCNEILL, L., MCGAIN, G. Mate-me, Por Favor: uma história sem censura do punk, Porto Alegre: L&PM, 2004.
MILANI, Marco Antônio. Dinâmicas ideológicas no movimento punk. Fonte: Disponível em: <http://www.uel.br/grupo-pesquisa/gepal/terceirosimposio/marcoantonio.pdf > Acessado em: 24/04/2015
OLIVEIRA, Anatália Daiane de; AZEVEDO, Eva Emília Freire do Nascimento; CAETANO, Edson. “A história vista por baixo”: a cultura popular tradicional por Edward P. Thompson. Revista P@rtes, jul. 2016. p.01. Fonte: Disponível em:<http://www.partes.com.br/2016/08/17/a-historia-vista-de-baixo-a-cultura-popular-tradicional-por-edward-p-thompson/>Acessado em: 15 de Outubro de 2017.
O’HARA, Craig. A Filosofia do Punk: mais do que barulho. Tradução Paulo Gonçalves. São Paulo: Radical Livros, 2005.
PELUSO, André Chaves. A Nova Face do Punk. 2011. Monografia (Titulo de Tecnólogo) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Apucarana, 2011.
PRADO, Gustavo dos Santos. “Roch x José Sarney” – Os fanzines punks paulistas e suas interpretações da Nova República (1985-1990). Revista Diálogos, Maringá, SP, v. 19, n. 2, pp. 763-780, maio/ago. 2015.
PINSKY, Carla Bassanezi. Fontes históricas (org.). 2ª. Ed., 1ª reimpressão – São Paulo: Contexto, 2008. Vários autores. Bibliografia, ISBN 978-85-7244-297-8.
SHARPE, Jim. A História Vista de Baixo. In. A escrita da história: novas perspectiva/ Peter Burke.
TEIXEIRA, Aldemir Leonardo. O Movimento Punk no ABC paulista, Anjos: Uma vertente radical. 227 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais, Antropologia) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2007.
THOMPSON, E. P. Folclore, Antropologia e História Social. In: As peculiaridades dos ingleses e outros artigos, São Paulo: UNICAM p.239-240.
THOMPSON, Edward P. A formação da classe operária inglesa: a árvore da liberdade. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997, p. 10.
MINICURSO 03
História das religiões: contribuições historiográficas
Leon Adan Gutierrez de Carvalho (EADTEC/UFRPE)
RESUMO
As religiões constituíram um universo peculiar, complexo e rico nas sociedades humanas através do tempo. Por meio do estudo da História das Religiões e religiosidades, pode-se perceber aspectos relevantes de como as sociedades pensam a si mesmos, aos outros ou a transcendência. Todavia, ao longo dos séculos XIX e XX, diversos autores têm pesquisado a História das Religiões através de um viés fenomenológico, desviando assim, a historicidade do estudo das religiões através da história. Alguns autores acabam recorrendo a uma perspectiva antropológica no estudo da História das Religiões, deixando de lado aspectos específicos do campo historiográfico. O objetivo desse minicurso é evidenciar aspectos teóricos e metodológicos da História das Religiões, reavaliando a maneira como a historiografia e buscando guiar novos pesquisadores (e não tão novos assim) através da perspectiva dada pela influente Escola Italiana de História das Religiões que, ao longo do século XX, buscou redirecionar o estudo das religiões, entendendo-as enquanto manifestações históricas e culturais das sociedades humanas e não enquanto manifestações “naturais” dos seres humanos ao longo do tempo.
Ementa
O minicurso aqui proposto pretende analisar a relação entre História, Cultura e as diversas Religiões e Religiosidades, refletindo aspectos teóricos e metodológicos da historiografia sobre o tema. Dessa maneira, analisaremos as diferentes abordagens, métodos, conceitos, fontes e como construir e/ou aprofundar uma pesquisa histórica tendo como objeto as religiões. Nesse intuito, analisaremos como os discursos que constituem as religiões e normatizam suas práticas (evidenciando um lugar social particular), como as representações coletivas produzem sentidos, imagens e conflitos sobre esse objeto e como se dá a sua relação com as fontes históricas.
Objetivos
- Evidenciar aspectos teóricos e metodológicos próprios da historiografia em relação ao estudo das religiões;
- Realizar uma retrospectiva dos estudiosos que se debruçaram sobre o tema da História das Religiões ao longo do século XX;
- Analisar as contribuições ao tema dadas pelos membros da Escola Italiana de História das Religiões;
- Apresentar aspectos práticos para a constituição ou ampliação dos horizontes das pesquisas em História das Religiões;
Carga-horária
8 horas
Bibliografia
AGNOLIN, Adone. História das religiões: perspectiva histórico-comparativa. São Paulo: Paulinas, 2013.
BELLOTTI, Karina K. Mídia, religião e história cultural. Rever, São Paulo, PUC, n. 4, 2004, p. 96-115.
______. História das religiões: conceitos e debates na era contemporânea. História: questões e debates. Curitiba, , Editora UFPR, n. 55, jul.dez./2011, p. 13-42.
CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 2000.
CARVALHO, Leon Adan Gutierrez de. “A suave invasão”: práticas e representações do movimento Hare Krishna em Pernambuco (1973-1996). 2017. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em História Social da Cultura Regional, Recife, 2017a.
______. Representações, memórias e subjetividades: um estudo sobre a história do movimento Hare Krishna em Caruaru (1986-1996). Semina, Passo Fundo, v. 16, n. 1, 2017b, p. 155-169. Disponível em: <http://seer.upf.br/index.php/ph/article/download/7554/4478>. Acesso em: 30 out. 2017.
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Algés: DIFEL, 2002.
CERTEAU, Michel de. A cultura no plural. Campinas, SP: Papirus, 1995.
______. A escrita da História. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
CIPRIANI, Roberto; ELETA, Paula; NESTI, Arnaldo (Org.). Identidade e mudança na religiosidade latino-americana. Petrópolis: Vozes, 1997.
GASBARRO, Nicola. Nós e o Islã: uma compatibilidade possível? Novos Estudos CEBRAP. N. 67, nov. 2003, p. 90-92. Disponível em: <http://novosestudos.uol.com.br/v1/files/uploads/contents/101/20080627_nos_e_o_isla.pdf>. Acesso em: 21 out. 2016.
MAINWARING, Scott. A igreja católica e a política no Brasil (1916-1985). São Paulo: Brasiliense, 2004.
MARANHÂO FILHO, E. M. A. (org.). (Re) conhecendo o Sagrado: reflexões teórico-metodológicas dos estudos de religião e religiosidade. São Paulo: Fonte Editorial, 2013.
MASSENZIO, Marcello. A história das religiões na cultura moderna. São Paulo: Hedra, 2005.
SILVA, Eliane. M; BELLOTI, Karina. K; CAMPOS, Leonildo. S. (orgs.). Religião e sociedade na América Latina. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2010.
SILVA, Eliane M; RENDERS, Helmut; CAMPOS, Leonildo Silveira (orgs.). O estudo das religiões: entre a história, a cultura e a comunicação. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2014.
MINICURSO 04
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: UM ITINERÁRIO TÉCNICO DA PRODUÇÃO INICIAL DO PRÉ-PROJETO
Arielle Correia de Souza (UFAL)
Catarina Xavier de Oliveira (UFAL)
Laís Maria de Souza Melo (UFAL)
Mayhara Vieira Dantas (UFAL)
RESUMO
Diante do contexto acadêmico, muitas dúvidas com relação as estruturas e normas de trabalhos surgem ao longo desse percurso universitário. E uma das maiores dificuldades se encontram quando se trata da produção de algo mais extenso, como por exemplo, o trabalho final da graduação. Enquanto estudantes de graduação em fase final, nos deparamos com algumas dificuldades, que ainda se encontram entre alguns estudantes sobre a produção do pré-projeto para a produção final do Trabalho de Conclusão de Curso, doravante TCC. Mediante isto, surge a proposta de promovermos um minicurso que busque esclarecer as dificuldades encontradas ao longo dessa produção, já que um pré-projeto produzido com minuciosidade, acarreta em quase cinquenta por cento do TCC, pois o estudante já obtém um itinerário a seguir. Este minicurso se norteará com base em modelos de pré-projetos, assim como, em explicações de cada campo que o forma, ou seja, como deve estar estruturado, com o objetivo de esclarecer as demais dúvidas dos estudantes, utilizando-nos de dicas e normas técnicas para uma melhor produção. Desta maneira, utilizaremos como suporte teórico, autores como Santos (2007); Oliveira (2014); e sem dúvidas, o que manual de normas da Universidade Federal de Alagoas (2012).
Palavras-chave: Pré-projeto. Produção. Normas. TCC.
Ementa
Fornecer um apanhado de exemplos que levem o estudante a reflexão de como se estrutura um pré-projeto. De forma que articulemos com explicações claras e objetivas de como ocorre esta produção.
Objetivos:
Apresentar aspectos que norteiem a produção de um pré-projeto para trabalho de conclusão de curso;
Sanar demais dúvidas dos estudantes de graduação sobre a produção do pré-projeto.
Carga-horária: 5 horas
Bibliografia:
OLIVEIRA, M. Z. . Como escrever um artigo empírico. In: Silvia H. Koller; Maria Clara P. de Paula Couto; Jean Von Hohendorff. (Org.). Manual de Produção Científica. 1ed.Porto Alegre: Penso, 2014, v. 1, p. 71-89.
Padrão UFAL de normalização / organizadores: Enildo Marinho Guedes... [et al.]. – Maceió: EDUFAL, 2012.
SANTOS, Gisele do Rocio Cordeiro Mugnol. Orientações e dicas práticas para trabalhos acadêmicos. Curitiba: Ibpex, 2007.
MINICURSO 05
Revolução e antirracismo: capítulos da história da Internacional Comunista na América Latina
Aruã Silva de Lima (UFAL)
RESUMO
A Internacional Comunista (IC e COMINTERN) foi fundada em Moscou em 1919 e a passou a centralizar por todo o globo parte significativa das formulações da esquerda a respeito da revolução e de temas relacionados ao imperialismo, produção cultural, racismo, sexismo e socialismo. Comunistas de todo o mundo, a partir de suas seções nacionais vinculadas à COMINTERN, refletiram sobre suas respectivas realidades tornando o conjunto documental do Arquivo de História Sócio-Política do Estado Russo (RGASPI) em Moscou excepcionalmente rico para, dentre outras, a história dos grupos subalternos e da esquerda latino-americana. Este é o pano de fundo deste mini-curso: um arquivo pouco conhecido entre pesquisadores brasileiros e guardião de importantes aspectos da história da esquerda brasileira. O RGASPI é especialmente importante porque nele as conexões entre militantes brasileiros e de outras partes do mundo se evidenciam tanto no modus operandi da IC quanto no modus faciendi do próprio arquivo.
Palavras-chave: Comintern; Revolução Mundial; Antirracismo.
Ementa
Apresentação da história factual e da historiografia da Internacional Comunista com foco nas Américas e no engajamento das questões relacionadas a aspectos étnico-raciais.
Objetivos:
1) Discutir a história e historiografia da Internacional Comunista vis-à-vis o acervo do RGASPI; 2) Identificar as abordagens dos comunistas em relação à questão negra no Brasil e no movimento comunista internacional; 3) Caracterizar as influências deste debate para as discussões ulteriores sobre raça e etnia em organismos multilaterais, tais como UNESCO.
Carga-horária: 4 horas
Bibliografia:
AGOSTI, Aldo. Il partito mondiale della rivoluzione: saggi sul comunismo e l’Internazionale. Milão: Edizione Unicopli, 2009.
BROUÉ, Pierre. História da Internacional Comunista, 1919 – 1943: a ascensão e a queda, vol. 1. São Paulo: Sundermann, 2007.
CARR, Edward Hallett. Twilight of the Comintern, 1930-1935. Nova Iorque: Pantheon Books, 1982.
CLAUDÍN, Fernando. A crise do movimento comunista internacional. São Paulo: Expressão Popular, 2013, 2a ed.
DEUTSCHER, Isaac. Stálin: uma biografia política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
HOBSBAWM, Eric (org.). História do Marxismo: o marxismo na época da Terceira Internacional: da Internacional Comunista de 1919 às Frentes Populares, vol. 6. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
MORGAN, Kevin, COHEN, Gidon e FLINN, Andrew (orgs.). Agents of the revolution: new biographical approaches to the history of international communism in the age of Lenin and Stalin. Bern: Peter Lang, 2005.
REES, Tim e THORPE, Andrew. International Communism and the Communist International, 1919-1943. Manchester e Nova Iorque: Manchester University Press, 1998.
SENA JUNIOR, Carlos Zacarias. Os impasses da estratégia: os comunistas, o antifascismo e a revolução burguesa no Brasil, 1936-1948. São Paulo: Annablume, 2008.
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