VI Jornada Nacional de História dos Sertões/II Colóquio Regional Sertões, Tempo, Espaço e Natureza

A VI Jornada Nacional de História dos Sertões/II Colóquio Regional Sertões, Tempo, Espaço e Natureza tem como objetivo geral proporcionar um compartilhamento de saberes acadêmicos sobre o domínio temático da História dos Sertões, a partir do cruzamento de esforços institucionais, que partem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O evento aposta no fortalecimento desse campo, a partir da confluência de pesquisadores da História e das Humanidades para importantes discussões de temas a ele correlatos. Trata-se, aqui, de uma ação de continuidade, que dá prosseguimento a outras edições da jornada anteriormente realizadas (I, em 2016-2017; II, em 2018; III, em 2019; IV, em 2021 e V, em 2022).

Em sua sexta edição, a jornada é promovida pelo Programa de Pós-Graduação em História (PPGHC-UFRN), com área de concentração em História dos Sertões, a partir da iniciativa e esforços do Grupo de Pesquisa Sociedade e Cultura em Sertões Coloniais: história e historiografia- SERCOL e do Laboratório de Estudos de Populações Sertanejas - LAPOPS. A organização do evento está a cargo de um grupo de mestrandos e mestrandas do PPGHC, nominado no menu Equipe Organizadora. A jornada está ligada ao Edital Integrado nº 14/2022 - PROGRAD/PPG/PROEx-UFRN e conta com o apoio do Departamento de História do CERES (DHC) e da Sertanus - Rede de Pesquisa em História dos Sertões.

Excepcionalmente, em 2023, o evento ocorre num formato simplificado, apenas com mesas temáticas integrando a programação sênior, e no formato remoto, por meio do Canal do PPGHC-UFRN no Youtube.

O evento, em sua sexta edição, tem como temática Conflitos, Guerras e resistências nos sertões, processos que tiveram seus ápices nas décadas finais do século XVII e primeira metade do século XVIII na chamada, pela visão dos colonizadores, “Guerra dos Bárbaros”. Esses eventos, resultado de uma política de despovoamento e repovoamento, ultrapassou fronteiras espaço-temporais, atingindo não apenas os nativos, mas também outros grupos (como negros e mestiços) que resistiram e confrontaram o poder metropolitano. A particularidade e densidade do que foram esses conflitos acabou por se tornar um grande laboratório para se compreender a complexidade que foi e é os sertões do Brasil.

Retornar a este tema, considerando os últimos anos, que foram marcados pelas tentativas de desarticulação das instituições democráticas, nos leva aos velhos/novos debates historiográficos sobre o lugar das sociedades subalternas na história. Em um quadro contemporâneo de revisão e renovação desses estudos, a partir das quais pensa-se o processo de modo multifacetado, inclusive a partir da percepção mais abrangente de conflito, guerras e resistências, cabe-nos pensar, como os agentes de diversos sertões do Brasil, reagiram à invasão e cerceamento de suas liberdades, mas também, antes disso, como foram forças operantes em favor, contra e mesmo produtora de outros projetos sociais nesse contexto de mudanças. Refletir sobre esses eventos em sua relação com os sertões, as sociedades sertanejas e o modo como essas se situaram e foram situadas em torno e após essas hecatombes se faz necessário, urgente e pertinente.

A identidade visual do evento é de autoria da artista visual Alda Medeiros.