1. Direitos, linguagens e saberes das crianças desde bebês

As crianças, desde bebês, comunicam os seus saberes e experiências através de diferentes linguagens que importa escutar e conhecer. Enquanto campo de direitos e de práticas, é fundamental refletir sobre os direitos da criança desde a afetividade dos pais à ação educativa e discutir sobre o desenvolvimento da linguagem e as diversas línguas maternas que as crianças podem apresentar.

 

2. Infâncias, decolonialidades e marcadores sociais da diferença

As perspectivas decoloniais e interseccionais fornecem-nos novas lentes teóricas para pensar as infâncias e as crianças, desde bebês, considerando marcadores da diferença como gênero, raça e classe, e desse modo fomentar discussões em pesquisas e também em práticas pedagógicas que possam indicar formas próprias de construir pedagogias com as crianças que rompam com a perspectiva do adultocentrismo.

 

3. Crianças e(m) movimentos sociais

Os contextos institucionais, como a família e a escola, têm tido um grande destaque nas pesquisas, sendo necessário também estudar a relação entre movimentos sociais e infâncias, desde bebês, com o objetivo de problematizar, conhecer e fomentar conhecimentos sobre a produção de infância, relações sociais e políticas públicas para e com as crianças em contextos urbanos e rurais.

 

4. Vidas, corpos e experiência democrática

Democracia pode ser considerada como conceito e prática em constante construção. Em diferentes partes do mundo, como no Brasil, ela é ainda extremamente frágil, exigindo por isso reflexões sobre sua importância para a infância, desde bebês. Ela é construída e vivida desde tenra idade? Como é corporizada na vida cotidiana? Como produzir práticas democráticas em diversos espaços públicos? Estas e outras questões são pistas para debate.

 

5. Migrações, itinerâncias, vulnerabilidades e justiça social

Sempre existiram itinerâncias e migrações, mas o fenómeno coloca-se hoje com uma grande complexidade. Frequentemente em busca de melhores condições de vida, as crianças e as famílias vivem deslocamentos e desenraizamentos geradores de violência, pobreza, discriminação e exploração. Aliando a produção de conhecimento e a luta por justiça social, são essenciais as investigações acadêmicas que tratem de processos migratórios e vulnerabilidades que passaram a produzir diferentes infâncias no Brasil e no mundo.

 

6. Políticas públicas para/com crianças desde bebês

As crianças, desde bebês, têm sido negligenciadas por políticas neoliberais orientadas para a produtividade e a formação de capital humano. São necessárias pesquisas empíricas, análise de políticas, ensaios que debatam as políticas públicas para a educação de crianças, desde bebês, considerando os diversos contextos da infância, tendo especialmente em vista a garantia dos seus direitos.

 

7. Infâncias e(m) lutas indígenas, quilombolas, do campo e de comunidades tradicionais

Pesquisas na interface entre as infâncias, territorialidades e educação, que tratam, dentre outras temáticas, sobre: educação e garantia dos direitos das crianças indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais. Pesquisas e reflexões que enfoquem: as infâncias nas manifestações de suas culturas e desenvolvimento de laços de pertencimento nas comunidades e nas instituições (educativas e de outros contextos); as resistências cotidianas por respeito às suas identidades e direitos; a participação nos movimentos sociais.

 

8. Participação social e política de crianças desde bebês

A questão da participação de crianças e bebês tem sido amplamente abordada em relatórios, estudos e pesquisas, mas muitas vezes de forma despolitizada e num sentido mais instrumental do que emancipatório. Serão discutidos os estudos que enfatizam a participação social e política de crianças, desde bebês, em espaços públicos e coletivos, na cidade, nas ruas, nas creches e pré-escolas. Como tem sido a escuta das vozes desses sujeitos infantis? Quais relações antiadultocêntricas estão sendo estabelecidas entre adultos/as e crianças? Quais tem sido os movimentos dados para garantir a presença das crianças e bebês na vida social? Quais são as propostas para a participação das crianças pequenas na elaboração de políticas públicas?

 

9. Formação e condições de trabalho de profissionais da educação

A formação e as condições de trabalho dos profissionais da educação desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de uma sociedade equilibrada e justa. O processo de formação inicial e continuada de professores, ao fomentar um olhar reflexivo e critico sobre as relações entre a educação, a criança e a sociedade, constitui-se como andaime de uma profissionalidade comprometida com a educação e os direitos da criança, que é concomitante com condições dignas e trabalho e a valorização e o reconhecimento profissional. Este eixo acolhe pesquisas e reflexões que articulem estes tópicos, seja a nível da ação de comunidades escolares concretas, seja a nível da ação de grupos ou associações profissionais, seja ainda a nível de análise de políticas sociais e educativas.

 

10. Tecnologias, democracia e risco digital

As tecnologias digitais estão cada vez mais presentes na vida das crianças, desde bebês, sendo várias as suas implicações nas esferas da educação, da saúde, do trabalho, do lazer e da própria democracia. Numa sociedade de risco digital e, em particular, com o acelerado processo de digitalização da educação, importa problematizar os riscos da desregulamentação das redes sociais e a sua utilização como espaço de proliferação de movimentos radicais e dos discursos de ódio e analisar as implicações do avanço da IA para e sua implicação na aprendizagem.