Mediação: Raphael F. Lopes Farias / Heloísa de A. Duarte Valente

Desde meados do século passado assistimos a um crescente interesse pela análise do papel da escuta no campo da música. Se antes disso a escuta era raramente abordada nos estudos musicais, hoje ela é um tema recorrente. Boa parte dos discursos a respeito da escuta ainda ressoam as perspectivas colocadas por três protagonista de um estrato da cultura musical: John Cage, Pierre Schaeffer e Murray Schafer. Apesar das diferenças de abordagens, os três autores tendem a tratar a escuta como um processo autônomo, uma forma de atuarmos intencionalmente sobre o mundo dos sons. Estes são igualmente abordados em sua essência, o que se reflete no bordão "o som em si". Nesta apresentação irei lançar uma perspectiva crítica sobre essa posição, acompanhando os questionamentos levantados por autores como Marie Thompson, Seth Kim-Cohen e Peter Szendy, no sentido de entender a escuta como uma relação, e não apenas como uma ação, revelando a interdependência entre os sons, os contextos, as tecnologias, as ideologias e as subjetividades para a constituição da escuta.

Compartilhe!

Apoiador