Escuta e memória: Tecendo a história da música a partir de vestígios sonoros em acervos hemerográficos digitais.

Martha Tupinambá de Ulhôa (UNIRIO-CNPq)

Musicologia tem a ver com escuta e com memória, pois se trata de um processo de recepção da música do passado tanto recente como remoto. Enquanto processo analítico trata a música de maneira sincrônica, enquanto narrativa tenta mapear conexões no tempo e no espaço. Nesta palestra o foco é a música de entretenimento no século XIX, a partir da pesquisa em periódicos oitocentistas pela perspectiva da musicologia. A abertura da Hemeroteca Digital Brasileira teve um impacto exponencial na pesquisa sobre músicas pouco exploradas pela historiografia da música no Brasil. A possibilidade de garimpo exaustivo sobre gêneros ou práticas específicas permitem a descoberta de vestígios que levam tanto à escrita de capítulos novos sobre a transmissão audível em meados do século XIX (o repertório dos realejos e caixas de música) quanto a novas interpretações sobre gêneros musicais conhecidos (o que acontece para a valsa se tornar “brasileira”?). 

Martha Tupinamba de Ulhôa, musicóloga, é docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (PPGM-UNIRIO); pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq). Seus projetos de pesquisa e publicações tratam de (1) gêneros musicais da música brasileira popular no século XX; (2) a modinha e lundu em partituras e gravações mecânicas; (3) práticas musicais ligadas ao entretenimento em periódicos oitocentistas.

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