O Cinema é encarado como uma invenção revolucionaria e histórica, sendo capaz de emocionar e alterar percepções. A Sétima Arte não transformou somente o modo de se pensar e expressar, mas também abriu um leque às possibilidades de transformação nas estruturas e contextos sociais, culturais, econômicos e políticos da sociedade que o emprega. A Arte possui três papéis segundo Aristóteles: Pedagógico, Terapêutico e Político, visto que o expectador pode se deslumbrar com a cinematografia, debruçar-se entre risos e lágrimas, mas não é um receptor totalmente passivo ao buscar entretenimento ele é crítico e reflexivo. Desse modo, o audiovisual pode se tornar um grande vetor da publicização de problemas sociais, através dos Meios de Comunicação de Massa – especialmente a TV Aberta e o Cinema, que podem ser usados tanto como difusores de ideologias dominantes quanto espaços de visibilidade. Partindo das “Denúncias e Atos de Representação” das Tragédias Gregas que Aristóteles aponta em “A Poética”, exemplos são prolíficos: a novela Mulheres Apaixonadas como catalisadora à criação do Estatuto do Idoso, Salve Jorge como incitadora de Operações Policiais contra o Tráfico de Pessoas, bem como o filme sul-coreano Parasita, de Bong Joon-ho, que possui diversas camadas analíticas da estrutura societal de classes, especialmente no que tange às moradias precárias das grandes cidades do país – que levou a investimento em Políticas Públicas mais efetivas. Se antes a arte era distante, mesmo que ainda atenta a algumas questões da realidade, emulando-as como narrativa mais pulsante e palpável, por intermédio da popularização do acesso ao entretenimento (teatro, livros, rádio, cinema, TV, streamings, internet, etc.) e também à produção (com incentivos governamentais ou privados), vemos uma linha histórica de transformações ligadas intrinsecamente à Arte, da Sétima à “Primeira”: a vida real. 

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