Sobre mulheres negras: representação e imagem narrativa de si identificação
O mundo da arte é uma experiência alegre que pode servir a uma variedade de propósitos, inclusive estéticos, políticos, religiosos e ideológicos. A arte pode revelar ou representar a vida interior e a cultura de uma pessoa, mas o conteúdo social foi comprometido quando uma classe, a burguesia branca, impõe seus padrões de beleza e gosto às outras. O grande público perde referências à arte porque está acostumado a se reconhecer em representações artísticas que falam de seus valores e de seu mundo. A pesquisa "Negritude sem Identidade: Sobre as narrativas Singulares do negro" do meu orientador Erico andrade, enfatiza a individualidade do negro em detrimento da imposição de uma identidade racial que fosse capaz de unir todas as suas diversas subjetividades negras como um obstáculo à sua capacidade de narra-se ou relata-se. O objetivo do presente estudo é demonstrar como as representações hegemônicas e normativas das mulheres negras funcionam como um obstáculo à sua capacidade de falar ou escrever sobre si mesmas de forma singular. A análise será enquadrada por noções de representação e imagem da pensadora Bell Hooks. Ela demonstra a existência de uma perspectiva determinada pelo colonizador que coloca o negro em paradigmas de subalternidade, incompletude, inferioridade cultural , inferioridade política e inferioridade intelectual. Abordarei também os conceitos encontrados em algumas obras de autoras brasileiras , a fim de demonstrar como as mulheres negras passaram a ser associadas, no cinema brasileiro, a esses estereótipos no decorrer do desenvolvimento de sua identidade racial.