O presente trabalho acadêmico de monografia busca estabelecer um diálogo conceitual entre o filósofo da Escola de Frankfurt Walter Benjamin acerca do inconsciente ótico - Optische-Unbewussten - e o inconsciente inserido no contexto da teoria psicanalítica de Sigmund Freud - Unbewusste - entre outras concepções, conceitos e elementos tanto filosóficos quanto metapsicológicos entre ambos os pensadores, embora distinguindo seus pontos de inflexão que, ao mesmo tempo em que os aproximam conceitualmente, também os afastam, na medida em que se vai descortinando as especificidades em cada um dos pensadores no que toca ao inconsciente e outros conceitos em que o filósofo alemão toma de empréstimo da teoria psicanalítica. Também, em certos limites, apontando para desdobramentos conceituais-axiológicos e da práxis de ambos; no âmbito filosófico do primeiro e na teoria que embasa a clínica psicanalítica do segundo, a saber o inconsciente ótico, engendrado pelas técnicas estéticas, audiovisuais e artísticas da pós-modernidade, ampliando a experiência sensível do olhar e, por conseguinte, realocando o homem em outra perspectiva afetiva, cognitiva e política a partir daquela ampliação, sobretudo a partir das tecnologias de filmagem, fotografia e mormente do cinema, o qual irá ser destacado no presente trabalho. Também, o inconsciente freudiano enquanto fonte pulsional e de conteúdos psíquicos recalcados, bem como parte estrutural/topológica e dominante do aparelho psíquico. Em que pese o fato de que um de seus textos mais debatidos, a saber A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica contenha, em si, um viés histórico-político de vertente marxista, o escopo deste trabalho acadêmico filosófico-ensaístico não trilha em tal esteira, mas sim, pelo viés estético e de aisthésis, estabelecendo as devidas aproximações e distanciamentos com a teoria psicanalítica, tendo a aisthésis aqui sublinhada como potencial modificação do modo perceptivo ante as imagens artísticas reprodutíveis pelos aparatos tecnológicos.

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