Ministrada pela Dra. Maria Elizabeth Fernandes.

Fauna do solo como bioindicadores

O compartimento do solo tem sido reconhecido como um dos mais biodiversos, abrigando uma grande variedade de micro e macrorganismos. É também no solo que essa biota promove a regulação de processos vitais para qualquer tipo de ecossistema, incluindo os agroecossistemas. Desde os mais óbvios como a decomposição e ciclagem de nutrientes até a modificação da estrutura do solo que tem como consequência a alteração nas taxas de infiltração de água no solo. A biodiversidade do solo está associada a mais de uma dezena de serviços ecossistêmicos que impactam desde a produtividade local do ecossistema até fenômenos globais como a emissão de GEEs e o sequestro de carbono.

A complexidade dos processos biológicos tem dificultado o seu entendimento e a sua possível associação com serviços ecossistêmicos em nível detalhado, bem como a sua consequente valoração. No entanto, a sociedade e em particular o poder público têm demandado do setor agropecuário práticas que sejam mais amigáveis ambientalmente e favoreçam a conservação da biodiversidade. Desta forma, uma abordagem possível é avaliar a capacidade de agroecossistemas de promover a biodiversidade e consequentemente os serviços ecossistêmicos por ela fornecidos. É neste contexto que a fauna de solo pode ser uma ferramenta importante na bioindicação da qualidade dos ambientes.