Ministrada pelo Dr. Vinícius Gazal.

Nas áreas urbanas, somente 10% das espécies de cupins são consideradas pragas, no entanto, estas provocam enormes prejuízos. A condição de praga urbana é determinada em base ao impacto econômico do dano, expresso em custos de prevenção, controle e reparo. No Brasil, dezoito espécies de cupins são consideradas pragas urbanas. Esses cupins podem atacar os móveis e as estruturas de madeira das edificações urbanas, que geralmente não foram submetidos a tratamentos preventivos. Os danos provocados por térmitas em áreas urbanas no Brasil são atribuídos principalmente às espécies: Cryptotermes brevis (Walker, 1853) (Kalotermitidae), Coptotermes gestroi (Wasmann, 1896) (Rhinotermitidae) e Heterotermes tenuis (Hagen, 1858) (Rhinotermitidae). No entanto, nos últimos dez anos o térmita arborícola Nasutitermes corniger (Motschulsky, 1855) (Termitidae) vêm provocando também perdas econômicas significativas em áreas urbanas. O controle desta praga é difícil devido à alta reincidência de infestação ocasionada pela existência de ninhos policálicos e a localização do ninho, muitas vezes distante da área atacada. Os métodos mais utilizados para reduzir danos por térmitas em áreas urbanas são as barreiras com inseticidas de alto poder residual e o tratamento químico das madeiras. Um método de controle alternativo se baseia no emprego de iscas. O método à base de iscas consiste na incorporação de um inseticida em substratos celulósicos atrativos que ao serem atacados possibilitam o transporte e distribuição do principio ativo para toda a colônia. Este método utiliza pequenas quantidades de inseticida, o que reduz o risco de contaminação ambiental. Iscas foram utilizadas com sucesso contra térmitas subterrâneos dos gêneros Coptotermes e Reticulitermes. No entanto, experiências feitas para controlar o térmita Nasutitermes corniger não apresentaram resultados satisfatórios, aparentemente devido ao uso de iscas pouco atrativas. A carência de informações sobre os mecanismos de localização do alimento utilizados pelo térmita N.corniger, particularmente o comportamento de recrutamento e orientação, limita o uso do sistema de isca tóxica para este térmita. No entanto, há registro de que N. corniger prefere explorar a madeira de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden (Myrtaceae). Além disso, o grau de decomposição e os estímulos químicos da madeira também influenciam na atração, bem como as substâncias da glândula salivar de operários de N. corniger que podem ter efeito arrestante ou de agregação. Substâncias feromonais das fezes auxiliam essa espécie de cupim na orientação exploratória a substratos celulósicos. Estudos atuais revelam que a quantidade da madeira-isca e a sua distância em relação ao ninho de N. corniger não influenciam na exploração deste térmita, no entanto, o tamanho da madeira-isca é um importante fator na determinação da preferência alimentar de N. corniger.

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