Levando em consideração suas conotações culturais, a violência é um fenômeno social, de tal modo, buscamos compreender a violência doméstica nas suas variáveis culturais, não menosprezando os aspectos culturais que a rodeiam e que estão ligadas aos processos e dinâmicas vivenciadas pelas mulheres. Nesse contexto que surge a Lei Maria da Penha e ao analisarmos os impactos causados por ela, temos a noção de que a referida norma surgiu para prevenir e erradicar a violência doméstica e familiar contra a mulher, o que tem por consequência o enrijecimento do tratamento penal dados aos agressores. É neste sentido, que colocamos o conceito de gênero como uma categoria útil de análise, com relevo para a abordagem histórico-cultural e a introdução das experiências pessoais e subjetivas das mulheres. Desse modo, observando a criação da Lei Maria da Penha e sua aplicabilidade em casos de interculturalidade, é possível considerar a intensificação de relação dos indígenas com os “não indígenas”. Uma vez que a violência contra a mulher indígena é um tema ainda invisível, embora haja relatos de mulheres Guarani que apanham dos homens dentro de casa, mas tudo é escondido, vedado. Dessa forma, propomos como Minicurso, a discussão acerca da temática da violência de gênero em espaços de interculturalidade. Visto que, faz-se necessário quando se fala de gênero e de sexualidade indígena, ter um olhar etnográfico com as pessoas indígenas com quem dialogam, uma vez que se é importante o conhecimento da cultura deste. O presente minicurso tem como público alvo os graduandos, graduados e pós-graduandos que tenham interesse no tema em questão.

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