Ementa: A estrutura racista não é apenas característica do Brasil, mas de toda formação de lógica eurocêntrica, sendo a manifestação e própria matriz do colonialismo, fonte inesgotável de violências e produção sistemática, de corpos outrificados, desumanizados. A morte negra é sustentáculo da arquitetônica racista brasileira, manifestada no âmbito formal com o controle de nossos corpos através do uso da violência legítima, monopolizada pelo Estado e, por quase quatro séculos, legalizada pela escravidão. Em que pesem os efeitos do racismo serem inequívocos, e facilmente observáveis, a branquitude ainda desloca o racismo para o lugar da invisibilidade. O tema central deste Grupo de Trabalho tem relação com os processos de resistência e insubordinação dos corpos dissidentes, cujo discurso tradicional dos direitos humanos os excluem. Propõem-se a produção de saberes outros e a descolonização do conhecimento hétero-cis-euro-normativo para questionarmos as relações sociais que ainda se baseiam no racismo, sexismo, homofobia, machismo e classismo no Brasil, América Latina e entre outros espaços geográficos do mundo. Este Grupo de Trabalho busca problematizar e discutir o racismo em suas múltiplas e violentas dimensões entrelaçadas e imbricadas (interseccionadas) nas relações de classe, gênero, sexualidade e de outras/os marcadores que recaem sobre os corpos lidos como dissidentes e passíveis a não garantia de direitos. Queremos também resgatar e evidenciar epistemologias afrocentradas/diaspóricas, sobretudo as gestadas por pensadoras negras e pensadores negros, que abrem caminhos para construção de uma democracia multirracial, combatendo o genocídio epistêmico e os silêncios que modelam os espaços acadêmicos, contribuindo na expansão do campo de pesquisa afro-diaspórico. Este Grupo de Trabalho contemplará discussões teóricas, discussões teórico-analíticas, resultados de

pesquisa, relato de experiência e quaisquer outras formas de manifestação de saberes outros que se realizam às margens do saber tradicional, moderno/colonial adotando, portanto, posturas de resistência ao racismo e a todas às demais formas de opressão interseccionadas e articuladas a partir da raça.

 

Coordenadoras/es:

Prof.ª Dra. Fernanda da Silva Lima – PPGD/UNESC/SC, REDE ABPN e RBPJDH;

Prof. Dr. Edileny Tomé da Mata – UPO - Sevilha/Espanha;

Prof.  Dr. Delton Aparecido Felipe - UEM/PR e REDE ABPN

Prof.ª Dra. Megg Rayara Gomes de Oliveira - PPGE/UFPR e REDE ABPN.

Prof. Dr. Carlos Alberto Silva - FURB/SC e Rede ABPN).

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