Apesar da grande quantidade de dados gerados sobre Áreas Protegidas (APs), parte muito pequena da população entende a importância dessas áreas como fonte de recursos naturais para o desenvolvimento social e econômico, ou na prestação de serviços ambientais. Por um lado, comunidades tradicionais, organizações não-governamentais, grupos de pesquisa e órgãos públicos, há anos, executam diferentes tipos de pesquisa, avaliação e monitoramento, produzindo dados confiáveis e gerando informações muito relevantes. Por outro, devido à especificidade temática, complexidade de conteúdos, linguagem e formatos de disponibilização, apenas especialistas, ativistas e uma parcela muito pequena da população, apropriam-se desses produtos. Esses fatores impedem contribuições mais efetivas desse conhecimento na tomada de decisões e inviabilizam a reflexão individual permanente e a sensibilização da sociedade, limitando a promoção da cidadania e a mobilização de grupos organizados em torno de interesses comuns e que nem sempre são os mesmos dos governos. Tais condições limitam a compreensão da sociedade sobre a importância do sucesso dos objetivos das APs e ilustram o subaproveitamento dos múltiplos benefícios que os conhecimentos resultantes dessas informações poderiam trazer para toda a população. Mesmo os atores sociais diretamente envolvidos na governança de APs, nem sempre têm acesso às melhores informações disponíveis, têm os conhecimentos necessários para sua apropriação, ou interesse na aplicação das mesmas. A sociedade precisa se apropriar de fato, dos benefícios providos pelas APs do Brasil como um bem público para que, interessada, passe a influenciar mais as decisões que atingem essas áreas e portanto todas as pessoas. Por isso, torna-se fundamental debater inovações nos arranjos de produção e nos mecanismos de disponibilização de informações sobre APs para melhor informar a sociedade e ampliar o controle social desses territórios.

Moderador: Carlos Eduardo Marinelli

Convidados

  • Amália Safatle - Página 22
  • Nurit Bensusan - Instituto Socioambiental
  • Elizabeth Oliveira, Grupo de Pesquisa Governança, Ambiente, Políticas Públicas, Inclusão e Sustentabilidade (GAPIS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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